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Levá-lo para a linha vermelha
Venha com os espinhos
Enterrado profundamente em sua mente
Soldado na guerra, oh não
Você pode correr, mas não pode se esconder
The hunter, Adam Jensen

Mysie Grindelwald Point of view

Furiosos olhos negros me encaravam.

Desde que chegamos May não soltou um pio, e agora decidiu admirar algumas de minhas belas feições para passar o tempo, Mas bom, não estamos aqui apenas pra passar tempo.

Voltamos ao hotel cerca de uma hora atrás, e após decidirmos que sairemos para buscar nosso próximo item daqui a algumas horas, Riddle resolveu ir para o chuveiro. Enquanto cá estou eu, num impasse silencioso com essa mulher.

— Por que Voldemort precisa de você? — Minha voz sai autoritária, da forma como eu planejei, mas aparentemente, aquilo não afetou May tanto quanto eu esperava.

Ela dá de ombros.

Meus olhos se estreitam para ela, estudando uma forma de a fazer falar algo antes que meu noivo saia do banho. Me levanto de onde estava sentada e caminho lentamente até a cadeira onde ela está presa. Ela observa cada passo que eu dou, e eu não descuido para desviar. Alcanço uma mecha de seus fios escuros, a circundando e enviando um fio de poder para descobrir o que tinha dentro daquela cabecinha. Ela parece prender o fôlego.

Ah, tanta dor. Pelos pais e por aquela vida miserável que ela vivia. Mas nada de Voldemort. Estaria ela escondendo algo ou realmente não sabia nada?

— Me responda, May — Dessa vez cravo unhas em seu cérebro, garantindo com que ela sinta uma pontada de dor daquele poder ainda muito bem guardado. Ela grunhe, me mostrando dentes amarelos — Então?

A pressão daquelas unhas invisíveis aumentando. Um truque aperfeiçoado, logo após o meu incidente com Mattheo na sala de aula ter acontecido, procurei de todas as formas me blindar contra aquilo novamente, e claro, aprender como funcionava. Ela arfa, as mãos apertando o apoio da cadeira. Um sorriso brutal escapa de meus lábios assim que me inclino para encara-lá.

— Eu não sei! — Ela berra. Talvez ela estivesse falando a verdade, mas isso não basta.

Procuro resquícios de respostas pelo seu rosto, mas não encontro nada. A cicatriz que oscilava de seus lábios até o queixo me chama atenção.

— Como conseguiu isso? — Indago. Ela contrai os lábios, assumindo uma postura tensa, desviando os olhos dos meus. Hm. — A conseguiu nas ruas como uma ladra de bares ou seus amantes costumam ser agressivos assim mesmo?

Seu olhar infla de ódio.

— Não pode falar de meus amantes quando se é casada com Mattheo Riddle.

Solto uma gargalhada.

— Olha, você não mentiu — Me jogo na cama, suspirando — Talvez você e eu até possamos ser amigas — A vasculho de cima a baixo — Tirando essas suas roupas bregas e maltrapilhas, você parece ser o tipo de pessoa que eu desejaria ter por perto.

Sim, ela parecia ter astúcia.

— Perdão se não tive o privilégio de morar em um castelo com elfos babando aos meus pés — Ela solta sua ira.

O poder de uma sonserina.

Poder.

Meu raciocínio se volta até o início, a linhagem May parece ser ao todo, muito comum, sem poderes adicionais ao de um bruxo normal. E Zalika era tão comum. Por que Voldemort iria querer alguém como ela?

𝐩𝐨𝐰𝐞𝐫 𝐨𝐯𝐞𝐫 𝐦𝐞 || 𝐦𝐚𝐭𝐭𝐡𝐞𝐨 𝐫𝐢𝐝𝐝𝐥𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora