𝐩𝐨𝐰𝐞𝐫 𝐨𝐯𝐞𝐫 𝐦𝐞 || 𝐦𝐚𝐭𝐭𝐡𝐞𝐨 𝐫𝐢𝐝𝐝𝐥𝐞

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❝ Porque planos certinhos jamais funcionam, gata — diz. — Somente os malucos funcionam ❞
— Uma tocha na escuridão, Sabaa Tahir

Mysie Grindelwald Point Of View

O dia está realmente adorável.

A brisa suave de verão fazendo caricias nos pequenos pelos em meu rosto, o por do sol refletindo núcleos pasteis em tons de rosa, roxo e azul nas nuvens, o cheiro cítrico já conhecido por mim, transmitido pela floresta mais a baixo. E para complementar, a pessoa ao meu lado.

Fred realmente cumpriu o que prometeu, me deu um encontro digno de um livro de romance clichê — os quais odeio admitir, mas amo —, com uma cesta infestada de comidas e doces de todos os tipos, ele me encontrou nas portas de Hogwarts, me deu uma flor e tudo mais. Quando chegamos ao local, não tão afastado do castelo, mas o suficiente para que tenhamos privacidade, me vi em uma toalha de viagem, próxima à floresta e em uma pequena colina que dá vista ao lago e a visão perfeita do sol.

Não sabia que Fred ainda lembrava, mas ele levou todos os meus doces favoritos, todos aqueles que costumávamos comer anos atrás no natal dos Weasley's enquanto brincávamos com joguinhos idiotas. E apreciei muito isso. Quer dizer, o que é mais romântico do que um simples piquenique num fim de tarde ao lado da pessoa que você simpatizava aos 12 anos de idade?

Estávamos aqui já faz um tempo, parece que conversamos e sempre existe mais a falar. Conversamos sobre o passado, o futuro e o presente, e nesse meio tempo até me esqueci o por quê de ter passado tanto tempo sem ter essas conversas com Fred, eu realmente tinha esquecido o motivo pelo qual gostava dele lá atrás. Mas eu me lembro que nessa passagem de tempo eu me tornei alguém diferente e amadureci, criei barreiras necessárias para meu crescimento e para uma tentativa de me encontrar comigo mesma. Já hoje, não sei se sou capaz de me entregar a alguém totalmente e deixar-la ver cada partícula do meu ser, isso é pedir demais de mim.

Todo esse encontro é perfeito, me capacitar para restaurar memórias do passado, inclusive a de que detesto encontro e não sou o tipo de pessoa que vai a um encontro desse tipo, nunca fui — não que essa seja a lembrança mais agradável, mas as vezes é bom lembrar-se do início para reforçar a ideia.

Pareço presunçosa ao imaginar as coisas dessa forma, como se Fred Já estava planejando nosso casamento a partir deste encontro, não me leve a mal, esta realmente não foi a impressão que quis passar, ainda mais por cada célula minha estar ciente de que o ruivo também não é esse tipo de pessoa — ao contrário, Fred, assim como eu, foge o quanto pode de um relacionamento, e essa tarde só confirma as minhas dúvidas —, ou seja, nós dois nos beneficiamos com algo em que os dois estaremos na presença de alguém já conhecido, familiar e agradável enquanto podem suprir suas necessidades. Mas como falei anteriormente, não sou o tipo de pessoa que vai a encontros, e isto está fazendo-me recordar de tempos em que descobri a obscuridade.

— Ei — O garoto chama a minha atenção e me forço a sair de todos esses pensamentos maçantes para encarar aqueles olhos caramelos agitados — O que houve?

— Como assim? — Me faço de desentendida, não quero expor meus pensamentos aqui nesse momento que está sendo simplesmente incrível. Não vou atrapalhar isto.

— Uma hora você está aqui comigo toda sorridente e falando como quase quebrou o pau de um cara certa vez, o que devo admitir, é algo que assusta qualquer homem, então caso tenhamos sexo algum dia peço para que tenha calma com Jerry e-

— Calma — Levanto a mão direita em um gesto para fazê-lo parar de falar. Os cantos da minha boca sobem e minhas sobrancelhas franzem enquanto minha cabeça se move deliberadamente para a frente a fim de ter certeza de o que eu escutei é real — Você deu um nome para o seu pau?