19

282 25 16
                                    

Os fracos são a carne que os mais fortes comem.
— Hideway, Penelope Douglas

Mysie Grindelwald Point Of View

Tivemos que deixar o carro cerca de dez quilômetros atrás. O alvorecer nos dando os primeiros resquícios de luz do dia quando deixamos aquela velha pousada — ou sei lá o que aquele lugar seja —, ambos concordamos em pegar a estrada assim que a escuridão se dissipasse.

Estávamos de volta a Nova Iorque, mas nunca estive por aqui antes, esse era um lugar novo, era mais afastado da cidade, continha apenas algumas cabanas aqui e ali. Os responsáveis pela iluminação — pois apesar de já ter amanhecido e passar das cinco, o céu estava cinzento feito fumaça — era apenas alguns postes onde maioria não estavam funcionando, deixando algumas áreas a mercê da pretidão, fazendo nossa imaginação aflorar ao supor o que se encontrava ali dentro.

Mattheo nos direciona até uma taberna, praticamente caindo aos pedaços. Iríamos entrar mesmo ali?

Como se lesse minhas expressões, ele sussurra:

— Relaxe.

Ele vem falando isso desde que chegamos a cidade mas nunca me tirou do escanteio. Se ele estiver me levando para algum tipo de armadilha estou arruinada, é por isso que reduzo os passos e fico quase rente ao seu braço direito, qualquer coisa suas costas estavam livres e se caso eu caísse, ele iria junto. Dava mais espaço para a minha faca em seu pescoço.

A porta do local range assim que entramos. Era nojento, fedia a podridão e carniça, o espaço só piorava a situação, poucas pessoas estavam sentadas nas mesas, bêbadas e tolas. No balcão, um homem de aparência nem tão velha nem tão nova se mantinha com uma expressão entediada, mas assim que viu o resquício do corpo de Riddle sua postura enrijeceu. Seus olhos me inspecionaram com um brilho de malícia e meu estômago se revirou de repulsão.

Os poucos indivíduos que ali tinham, sustentava o olhar sobre nós, alguns cochichavam tão baixo que mesmo em um lugar pequeno como aquele não era possível escutar uma palavra sequer. Assim como a pessoa ao meu lado, eu tinha uma máscara de frieza e tédio na cara.

Mal chegamos ao balcão e o repulsivo homem se levanta atrapalhadamente, vindo até nós.

— S-senhor Riddle — O cara era grande, apesar de seus músculos serem compostos possivelmente por gordura, ainda era duas vezes maior que Riddle, e mesmo assim gaguejava ao se referir a ele. Imagino o porquê. — Por aqui.

Quantas vezes meu noivo já visitou aquele lugar?

Ele nos passa por uma entrada coberta por uma fenda feita de tecidos e faixas, como estava fazendo até aqui, continuo um passo atrás, caso qualquer incidente ocorra. Entramos em um corredor tão estreito que só passava uma pessoa por vez, as paredes eram feitas de um cinza metálico, o chão era pegajoso e apesar daquele maldito fedor ter se amenizado, aqui fedia a sangue. Imagino se tem portas escondidas por aqui.

O local foi ficando mais espaçoso, e começo a perceber meus arredores, agora estávamos pisando sobre um tipo de esfera, a estrutura era redonda e tinha parapeitos, e no final não tinha nada. Apenas uma escuridão infinita.

Meus instintos me falavam para correr dali. E se isso tudo foi uma armação de Voldemort para acarretar minha morte?

Balanço a cabeça, onde tantas possibilidades passavam no momento. Faço um exercício de respiração e espero algum movimento de Riddle.

Ele me observa sobre os ombros, vê a pergunta explícita em meus olhos e me encara com suavidade, quase com um toque de...carícia?

Me encontro mais confusa ainda.

𝐩𝐨𝐰𝐞𝐫 𝐨𝐯𝐞𝐫 𝐦𝐞 || 𝐦𝐚𝐭𝐭𝐡𝐞𝐨 𝐫𝐢𝐝𝐝𝐥𝐞Where stories live. Discover now