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Eu não vou aliviar sua dor
Eu não vou acalmar sua tensão
Você vai esperar em vão
Eu não tenho nada que você queira
— Eyes on fire, Blue Foundation

Mattheo Riddle point of view

Eu a conheço. É uma Grindelwald.

Os cabelos dourados quase em um tom de branco, as maçãs do rosto salientes e aqueles malditos olhos azul esverdeados só confirmaram minhas suspeitas. A primeira coisa que notei ao entrar na sala foi ela, em específico seus olhos, me fitando, como se apenas pelo olhar pudesse ler cada pedacinho da minha alma e ver meus desejos mais sombrios e profundos. E por um momento bem que eu desejei que ela pudesse fazer isso.

Ela é insuportável. E linda. Insuportavelmente linda.

Não nego que fiquei satisfeito ao perceber que ela se sentiu atraída por mim tanto quanto me senti por ela. Por mais que ela tente manter a marra, é como se eu já a conhecesse, talvez seja o fato dela ser tão parecida comigo, pude notar isso nos poucos minutos que passei ao seu lado. Ela é intrigante, curiosa, e eu vou derrubar cada barreira ao redor dela só pra ter o sabor de falar que eu consegui.

Quase me jogo no chão de rir quando ela veio a minha mesa, falando que eu estava fugindo do meu pai. Por favor, aquele monstro sabe muito bem onde eu estou, eu mesmo tive a alegria de contá-lo que estava a caminho de Hogwarts. Não vou negar que também era pra me livrar dele, já que ele não pode entrar aqui livremente. Mas grande parte da minha motivação foi apenas para irritá-lo, acho que esse é meio que um dom meu, não preciso de muito para o ativar, mas dessa vez me esforcei um pouquinho mais. Provavelmente ele vai fazer alguma idiotice para me levar de volta aos Estados Unidos, mas estou muito bem aqui, e não vou embora tão cedo.

Observo a loira a minha frente, pensativo, não sei dizer se ela é corajosa ou apenas idiota. Sou filho de um dos bruxos mais poderosos de todos, não passou pela cabeça dela que eu possa saber umas coisinhas?

Ou não passou pela minha cabeça que ela também pode se encontrar na mesma situação que eu.

Ela não gostou muito da ceninha anterior, parece que não gosta quando tiram uma com sua cara, sempre querendo se provar. Eu não ia fazer novamente, não agora. Mas já que ela deu a oportunidade, porque não?

Excepcionalmente, eu queria encontrar um pouco de paz, mas nunca falho com as minhas raizes ao aceitar uma pequena agitação na minha vida. O que para ser sincero, está sempre acontecendo.

— Senhores! O que está acontecendo aqui? — Escuto uma voz grave, provavelmente do professor, mas não me esforço para ignoro, diferente da garota a minha frente, que desiste de jogar um feitiço que provavelmente não me deixaria em um bom estado.

— Qual é, loirinha? — A provoco, cada vez mais perto, nossos lábios a menos de dez cm de distância. Porra, e que lábios, imagino como ficaria- Eu a conheci a menos de dez minutos e já estou fantasiando como um garoto de doze anos?— Vai desistir assim tão fácil?

— Senhores! — O professor vocifera novamente, desta vez mais alto.

Me distancio dela, ainda sem conseguir quebrar o contato visual, algo naqueles olhos me chamava atenção. Vejo sua expressão mudar de "eu vou te matar seu canalha" para "tem um psicopata na minha frente".

𝐩𝐨𝐰𝐞𝐫 𝐨𝐯𝐞𝐫 𝐦𝐞 || 𝐦𝐚𝐭𝐭𝐡𝐞𝐨 𝐫𝐢𝐝𝐝𝐥𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora