35: um toque do divino

368 53 45
                                    

Oi bonitos e bonitas! Não, isso não é uma alucinação, é isso mesmo que vocês estão vendo: eu postei capítulo!
Eu de fato sumi por mais de um ano, dei um ghosting muito triste em todos vocês, passei por idas e vindas bizarras e pesadas na vida e na saúde mental e abandonei essa história em meio a esse tempo. MAS, por algum motivo, eu tive uma vontade muito grande de abrir o Wattpad hoje e reler essa história para relembrar os velhos tempos. Enquanto lia, vi comentários feitos hoje mesmo de pessoas que AINDA leem essa história, e me senti malzinha de nunca mais ter postado nada. Eu ainda tenho alguns capítulos guardados que nunca tinha postado, então resolvi atualizar com o 35 (que é tipo, o MAIS importante até então). Quem sabe isso não me dá vontade de voltar definitivamente :)

Boa leitura! (O capítulo de hoje tem uma pira espiritual envolvendo a nossa querida narradora, espero que entendam e não me achem maluca. Ou que não achem a Myra de 2022, que escreveu ele, maluca)

Margareth encarava a superfície áspera e fria do túmulo de George Bolgart

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Margareth encarava a superfície áspera e fria do túmulo de George Bolgart.

Não sabia que o corpo do rei havia sido enterrado nos territórios do castelo, mas também não esperava que Sienna, ou qualquer outra pessoa, saísse a contar sobre onde descansava o antigo e falecido rei de Kaena. Ela apenas se lembrava de que o assunto era sensível para a princesa, pelo pouco que havia conversado com ela sobre.

Naquela manhã de quarta-feira, ela levantou de sua cama com uma necessidade urgente e esquisita de rezar. Agora que havia saído ao mundo e assimilado a morte de Enrico como parte inerente da vida, ir à capela parecia a escolha certa a se fazer. Não porque ela era próxima de quaisquer ensinamentos religiosos – na verdade, nunca havia sido criada dessa maneira e nunca havia sequer pisado em uma igreja –, mas porque sabia que, quando alguém vinha a falecer, era isso o que as pessoas costumeiramente faziam: rezavam em nome daqueles que já se foram.

Então, enquanto os corredores do castelo ainda se encontravam vazios, ela se encaminhou diretamente à ermida, que também não havia recebido muitas visitas naquele dia. Nem mesmo o padre estava por lá. Ela percebeu que, com aquela solidão toda, nas cadeiras que deveriam ser ocupadas por fiéis, no altar que deveria festejar noivos, nas pinturas caladas e gentilmente espalhadas pelas paredes, e no tapete vermelho que apenas sustentava a sua passagem pouco importante, parecia faltar algo no lugar. Tudo parecia triste e vazio.

Não conseguiu rezar. Após minutos parada no silêncio de seus próprios pensamentos, levantou-se do chão gelado e se pôs a caminhar pelos jardins do fundo da capela. O gramado, cheio de moitas floridas e pequenas estradas de tijolos esbranquiçados, parecia-se com o padrão para os jardins de Kaena, exceto por sua extensão: ele era consideravelmente pequeno. Margareth demorou apenas cinco minutos para chegar ao seu fim, em um cubículo sem saída que resguardava um túmulo antigo com um banco velho de madeira clara a alguns passos.

Marga observou a combinação do banco com atenção. Havia pequenas hastes de plantas crescendo e cercando as pernas já gastas e enfraquecidas.

Sentou-se sobre o lugar, silenciosa. O túmulo à sua frente estava sozinho, sem nenhum outro acompanhante ao lado. Margareth aproximou o rosto. As lascas marcavam o nome de George Bolgart e uma frase logo abaixo:

Vossa Alteza | ⚢Where stories live. Discover now