23: qualquer cenário muito mais simples

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Sienna caminhou para fora da capela com o corpo pesado

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Sienna caminhou para fora da capela com o corpo pesado.

Sua mãe caminhava junto a si, bem ao seu lado, com seus cabelos loiros sempre presos ao topo da cabeça e o nariz voltado para as nuvens. Entretanto, dessa vez, ambas decidiram seguir o roteiro de todos os outros domingos em que estavam juntas: nada além de andar em silêncio até que encontrassem um ponto do castelo para dizerem adeus pelo resto do dia. Elas pareciam ter decidido sinuosamente que esta era uma opção melhor do que discutir uma com a outra.

De qualquer maneira, mesmo que Anna Bolgart houvesse falado qualquer coisa que fosse, Sienna não escutou. Sua mente expressava pensamentos altos demais para ouvir o mundo afora.

Ela não conseguia se esquecer de tudo o que ocorreu naquela semana e isso a afastou por dias. Não conseguia ficar na companhia de alguém enquanto tudo o que fazia era pensar sobre sumir do mundo.

Mas, dentro de alguns dias, começou a notar as consequências de ficar sempre sozinha.

Quando não possuía ninguém para suprir o vazio que brotava à sua volta, para elogiar o clima ou para rir de lembranças bobas, seus pensamentos ficavam ainda mais altos do que o normal. E, às vezes, quando estavam altos demais para aguentar, esses pensamentos invadiam seu corpo e tomavam conta de seu peito, de seus braços e pernas e de sua garganta. Era como se ela fosse incapaz de respirar.

Isso não acontecia há um bom tempo. Mas, depois do acidente de Gabrielle, essa sensação voltou.

E então, ela decidiu que estava na hora de fugir desses problemas.

— Sienna? — Klaus voltava da floresta para os campos dos estábulos, montado em seu cavalo, quando deparou-se com a prima aproximando-se dali. Ele brecou com o animal bem em frente a ela, mas a garota não demonstrou medo algum. — Há quanto tempo não a vejo!

Senhorita Bolgart sorriu, em paz, e aproximou-se mais do rapaz.

— Como vai, Cristos? — exprimiu num tom carinhoso, enquanto acariciava o focinho marrom do cavalo. Depois, levantou seu olhar para Klaus. — Ele está mais forte. Tem cuidado bem dele.

O príncipe desceu de sua montaria e encarou a prima com um olhar curioso. Por que ela estava ali? Era o que, provavelmente, pensava.

— Ele é quem faz todo o trabalho. — O rapaz apontou para o animal com o olhar. — Eu apenas ajudo.

A princesa suspirou com a resposta.

— Bem, tenho certeza de que meu pai ficaria orgulhoso. Independentemente de quem faz todo o trabalho.

Klaus voltou a fitar o semblante estranho no rosto de Sienna. Havia algo de diferente nela.

— Imagino que esteja cansado — ela comentou, desviando o olhar dele e fingindo que observava algo muito mais interessante no gramado ao seu redor.

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