- Conversa de superação

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POV. LOUISE

Abro a porta e Sarah está parada em cima do meu tapete me esperando, ela entra quando dou um espaço para passar e se senta no meu sofá.

Fazia tempo que não a via. A última vez foi depois de dois meses do meu término, ela tinha ido na cafeteria com o Noah e quando me viu perguntou se eu estava bem, afinal, ela não era a minha amiga e sim a do Levi. Nunca mais conversamos.

Ela aponta para o espaço no sofá, indicando para eu me sentar lá.

— Quanto tempo. — Diz.

— Sim....

— Vou ser breve.

Eu tenho um pouquinho de medo dela, confesso, as vezes ela é super simpática, mas quando você é o inimigo ela se transforma. Não sei o que pensa de mim, se sou a Lou ou a ex do melhor amigo, então talvez eu esteja no degrau dos inimigos.

— Lou. — Fala o meu nome de repente, até revejo se não pensei alto demais e ela escutou. — Estou vindo aqui como uma amiga — outra vez parece que está lendo os meus pensamentos. — Mesmo que eu nunca mais te procurei depois que você passou a ser uma ex do Levi. Isso foi muita mancada, mas eu desapareci porque fiquei ocupada arrumando as coisas da banda e a minha mudança para cá. Desculpa.

Me calo para ouvir. É o que eu sei fazer de melhor.

Me senti um pouco magoada sim quando ela nunca mais apareceu. Poxa, eu tinha colocado ela na minha casa por uma noite, no meu único colchão. Pensei que estávamos construindo uma relação, mas aí ela desapareceu depois do fim do namoro. Para piorar, naquela época os meus sentimentos estavam uma bagunça, até quem me olhava de cara feia eu reprimia para mim.

— A Louise ama o Levi, e o Levi ama a Louise — Movimenta as mãos. Ela está igual a uma professora do jardim de infância, ensinando o que é o alfabeto para uma criança burra. Quase rio quando ela faz a pergunta como se fizesse para uma turma inteira: — Então qual o motivos deles não estarem juntos?

— Nem sempre amor basta em...

— Mas não existe mais nada que impeça esses dois. — Adiciona na sua fala anterior.

— Existe.

— Não, não existe. Apenas você.

Fico em silêncio. É difícil fazer a Sarah entender alguma coisa.

— Olha, eu sei que você se importa com o seu amigo — Começo. — Mas esse é um assunto que apenas a gente pode resolver. É mais complicado do que imagina.

— É mesmo complicado?

Faço que sim e ela solta uma risada cansada.

— Vocês se beijaram, mesmo depois que você disse que não o queria.

Ele conta tudo para ela? Tipo, tudo?

— Eu não estava agindo com a cabeça.

— Essa é a questão! — Abre um sorriso, exatamente do jeito que uma professora agiria se a classe respondesse certo. — Você deve escutar apenas o seu coração, Lou.

— Agir com o coração só piora as coisas.

— Quando vocês terminaram, agiu com qual?

Cérebro.

Ela lê a minha mente e continua:

— E ambas as partes sofreram — Pega as minhas mãos com as dela. — Quando você o beijou, com o que reagiu?

Coração.

— E quando disse que não dava para voltarem?

— O que você está querendo dizer? — Não a respondo.

Antes de você dizer adeusOnde histórias criam vida. Descubra agora