POV. LOUISE
— Tia, o papai hoje nos levou em um parquinho! — Edu pula em cima da minha barriga.
— E o que fizeram lá?
— Andamos atrás dos pombos. O Luize ficou chorando porque caiu e ralou o joelho.
Olho para o outro garotinho em cima da cama, ele apenas faz cara feia para o irmão por contar que chorou.
— O papai foi legal, então?
— Sim! Mesmo que tenha ficado sentado no banco e não quis brincar.
Tem que ir com calma. O meu irmão nunca teve tempo para fazer nada disso, ele algum dia irá se acostumar com os meninos e então será maravilhoso para eles.
Estou dormindo no quarto com ele. Coloquei o meu colchão no chão ao lado da cama e é assim todas as noites.
Como ele saiu do emprego, o dinheiro que recebeu usou para reformar o quarto dos meninos. Não foi uma grande mudança, mas trocou a cama de casal por duas de solteiro, arrumou o teto que antes gotejava e comprou dois cortinados para evitar mosquitos.
— Vamos dormir aqui hoje, tia. — Luize comenta.
— Não vão não, os dois têm um quarto.
— É chato sem você lá. — Ele suspira desanimado. — Ninguém canta para nós durante a noite, não escutamos o seu ronco e nem suas risadinhas ao telefone.
— Eu não ronco. E vocês escutam quando estou no telefone?
— Sim... — Edu aparece ao meu lado, debaixo da cama de repente.
— Não era para estarem dormindo ao invés de ouvindo as minhas conversas?
Falta apenas uma hora para dar o meu horário de almoço, quando o Levi passa pela porta da cafeteria. Ele não escolhe uma mesa, não veio aqui para comer, está sério quando fala:
— Lou, podemos conversar?
Passo por ele com uma bandeja, coloco as duas xícaras na mesa de duas garotas e volto para o balcão, onde o Levi ainda espera com a pergunta.
— Estou um pouco ocupada agora.
— Que horas você sai para almoçar?
— Daqui a meia hora.
— Vou te esperar no carro, eu te levo em casa.
Concordo e pego mais outro pedido pronto para entregar.
Hoje realmente está uma correria, todas as mesas estão cheias.
Olho pela janela e avisto o Levi com a cabeça escorada no volante. Seus olhos estão olhando para o nada, com os pensamentos longe.
Alguma coisa aconteceu com ele.
— Eu acho melhor você ir. — Emily pega a bandeja de mim, depois dá a volta no balcão e leva para a mesa. — Vou conseguir fazer o resto sozinha.
Pego a minha bolsa, tiro a camisa de dentro da calça e sigo até o carro.
— Oi.
— Ainda não deu a hora. — Ele fica confuso.
— Fui liberada mais cedo.
Passo o meu braço atrás dos ombros dele, a sua reação é engraçada, porque ele abre um sorriso e arregala os olhos. Tudo ao mesmo tempo.
— Sobre o que queria conversar? — Pergunto.
— Bem.... — Fica confuso em como começar. — Eu disse algumas semanas atrás para a minha mãe que eu não iria para a faculdade. Era o que eu tinha em mente, mas...
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Antes de você dizer adeus
RomanceCom uma família desestruturada, Louise precisa enfrentar todos os seus demônios e um vocalista da banda da sua escola para conseguir ser alguém na vida e finalmente ser livre. Depois de receber a proposta para virar "babá" de Levi Atlas, que anda...