- Ódio por matemática

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POV. LEVI

A Sarah começa a rir alto com o Travor, e o Noah me encara com uma expressão de preocupado.

Já liguei para dois canis e também procurei em casas de venda. Estou começando a achar que aboliram todos os animais da cidade. Não é possível. Como eu não consigo achar um cachorro nem mesmo na rua?

— Eu preciso achar um cachorro dócil, não tão novo e que pareça ser meu há anos. — volto a explicar.

A Lou vai aparecer na minha casa para levar o meu cachorro para passear, e eu não vou ter um cachorro. E eu preciso encontrar um até o meio dia.

Volto a pegar o meu celular e buscar em sites. A minha opção agora é achar aquelas pessoas que anunciam na internet. A minha última opção.

— Cara, você está matando aula para procurar um cachorro, que inclusive você tem alergia. — Noah aperta as mãos na cabeça, me encarando com preocupação.

Quando é que ele não está preocupado, não é mesmo?

— Você está muito apaixonado para estar fazendo isso. — Travor fala intercalando com a sua risada escandalosa.

— Eu não sei o que eu faço. Eu não quero me afastar depois que as aulas acabarem — Caio no sofá depois de horas em pé fazendo ligações. — Eu gosto dela, de verdade. Eu acho que a mereço.

Noah parece pensar, troca alguns olhares com o Travor e depois solta um suspiro. O meu amigo está pensando em alguma coisa, e como eu o conheço bem, ele vai me dizer.

Eu estou com medo dele não me apoiar, porque o Noah sempre tem razão nas coisas. Se ele disser para eu desistir, posso garantir que algo ele já sabe e futuramente isso vai me afetar.

— Percebo que a Lou possui muitas dificuldades com.... tudo no geral — Ele pensa um pouco nas próximas palavras. — Ela não se expressa da maneira que você se expressa, ela não é sociável, o jeito que ela demonstra alegria é diferente.

Ela cresceu antes do tempo. Pelo jeito, desde criança já tem responsabilidades. Ela foi forçada a ser responsável.

— E eu noto que ela fica feliz ao seu lado, Levi — Sarah complementa, com um sorriso sincero. — Aquele dia na cafeteria, ela não parou de sorrir desde que você passou pela porta.

— Será? Às vezes eu acho que a forço muito.

— Ela é diferente. Você deve arrumar um jeito de colocar ela para expressar o que sente — Noah continua. — Com certeza ela não vai falar as palavras com todas as letras.

— Então, o que eu faço? — Solto uma risada nervosa. — Às vezes eu ajo como um idiota ao lado dela. Isso me deixa tão.... Aaah!

Sarah começa a rir outra vez.

Desta vez o Travor não faz o mesmo, pelo contrário, ele sugere alguma coisa:

— Tenta deixar ela com ciúmes, se ela ficar... significa que sente algo por você.

— Isso é infantil pra caralho. — Sarah responde automaticamente.

— Comigo funcionou.... — Noah sussurra sem querer.

Que história é essa Noah?

Me preparo para perguntar, mas ele parece sentir o que eu estava preste a fazer, então fala:

— Voltando ao assunto do cachorro, você já foi naquele lar de adoção que tem ao lado do hospital?

Lembro-me agora de uma cena que tive no hospital quando fui visitar a minha mãe. Uma mulher me parou e ofereceu um panfleto, parece que naquele dia estava tendo uma campanha de adoção. Acho que guardei o papel dentro do porta-luvas do carro.

Antes de você dizer adeusDonde viven las historias. Descúbrelo ahora