Epílogo

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As estrelas salpicavam o céu com uma explosão de cores e sensações que ela não conseguia explicar, apenas olhar e sentir, como tudo ali era mais lindo e intenso, o cheiro da floresta era doce, mas não doce de mel ou chocolate, era um doce viciante que fazia todos os seus sentimentos ficarem em alerta e ao mesmo tempo inebriados com a beleza daquele lugar, eles saíram do castelo  depois da meia noite os carros só puderam ir até parte do caminho.

Ele segurava sua mão com delicadeza enquanto camilhavam as pressas pra fora da oprimente barreira de Priess, caminharam pelas  ruas nobres de calçamento rico em pedras negras, passaram pelas áreas menos nobres onde os nefilins viviam, e nas encostas onde os humanos que serviam no castelo moravam em casas simples mas aconchegantes a sua maneira, e após elas o rio cortava a delimitação das terras seguras, a ponte era  transparente e em baixo dela os peixes brilhavam na água escura e mais no fundo se olhasse bem podia ver uma pequena entrada de cristais reluzentes onde os sereianos governavam, mais um lugar onde ela era proibida de ir.

Ela era proibida de ir a quase todos os lugares sozinha, mas no topo dessa lista estava a ponte das sereias e a floresta das fadas, mas era uma noite atípica, Kali a princesa das fadas assumiria o lugar de sua mãe e a cidade os vagalumes receberiam todos com uma grande festa de coroação da jovem fada, e por mais que ela lembrasse da tinkerbell quando falava em fadas todos passaram horas a fio lhe lembrando o quanto elas podiam ser cruéis, que beber e comer não era seguro, e conversar de menos ainda, duas curandeiras estiveram trabalhando horas a fio em duas tatuagens abaixo de suas orelhas que desciam em linhas firmes pelo pescoço e como espinhos rijidos que ela podia sentir perfurar sua pele além da tinta, a dor era o reagente que a Bruxa demônio usou pra manter seus olhos e ouvidos dispersos do encanto e barganha das fadas, ela achava tudo um exagero, mas todo cuidado era pouco, estavam sem Neylon e Sofia e por mais que isso fosse um alívio pra ela e Cal a falta dele deixavam todos os outros  tensos, ela se sentia aliviada por não ter que ponderar as palavras e gestos quando estava perto do general, Cal esteve neurótico por semanas até se desvencilhar da imagem de amante severo que ele criou pra Neylon, era uma insanidade completa,  ela estava aprendendo a controlar a si mesma e alguns dos se sobressaia mais que outros, ela não conseguia entrar na mente dele nem deixar que ele entrasse na sua mas ficou mais que feliz ao conseguir mostrar pra ele pequenos fleches de como eram seus encontros com Neylon, e a repulsa e o ódio que ele transmitia deve ter ido junto pois isso acalmou ele, trazendo de volta aquele príncipe de olhos cor de jade que a olhava como se o mundo fosse dela, e ele também.

Ele beijou a parte de cima de sua mão  e a olhou com uma intensidade qua a fez sentir-se nua no vestido leve que usava, por uma questão de estratégia todas as mulheres usavam a mesma túnica leve vermelha e dourado que pareciam estrelas líquidas o vermelho se tornando ouro líquido nos pés de uma leveza que ela mal conseguia sentir o tecido tocando o corpo, as antiquadas roupas de baixo foram substituídas por tatuagens e langeries cor da pele sem costura, era realmente como se estivesse nua.
- Estamos quase chegando.
A frente deles a comitiva do reino era maior do que ela imaginava, dezenas de Elevers e Nefilins caminham e conversam em sussuros como quem não deseja acordar algo, algumas pessoas a frente ela conseguiu discernir Jamile e Adam caminhando lado a lado, eles podia quase se passar por um casal de longe mas de perto era insuportável ficar perto eles estavam a ponto de puxar uma faca um pro outro a qualquer momento.
A escuridão da floresta foi se iluminando aos poucos, aos seus pés nus vagalumes voavam baixo, já tinha visto vagalumes antes mas nunca um que brilhasse como estrelas no chão, a intensidade das suas luzes iluminaram a floresta até a escuridão ser apenas uma lembrança, e as árvores se tornaram casas, se formando de dentro pra fora das árvores ancestrais grossas  do tamanho de pontes se ergueram, o chão estava salpicão de pedrinhas frias e levemente escorregadias, a entrada tinha uma enorme árvores retorcida como uma grande marquise e nela pequenos insetos brincavam com as flores, A cidade dos vagalumes era uma cidade de verdade escondida dentro da densa floresta, eles andaram mais algumas ruas até às ruas estarem cheias o suficiente pra os seguranças terem que abrir passagem a força.
Ela se sentia nua mas as fadas realmente estavam, as roupas eram transparentes de mais, ou curta de mais pra cobrir o necessário, e  diferenciar quem era o que  foi um desafio pra ela e pra Alina e Katrina que se divertiam tentando, as fadas tinham um andar mais leve embora não tivessem asas pareciam andar como quem caminha em nuvens, as orelhas pontudas e a beleza cruel era outro fator marcante nelas, mas quem não era ? Tudo era uma explosão para os sentidos, cada um com um cheiro pecuária mas as fadas cheiravam a frutas frescas e doces, os sereianos caminhavam de forma engraçada como se tivessem em câmera lenta, não pode deixar de pensar o quanto devia ser estranho pra eles está longe de seu habitual habitate, eles tinham a pele mais humida dava pra ver o brilho azulado da pele e dos cabelos como características marcantes, além do cheiro de algas e água de rio.

Eles e entraram em uma ampla ravina onde as classes se dividiam  e a realeza de cada classe foi convidada pra seguir mais pra frente onde uma árvore de estrutura branca servia de trono pra uma senhora de cabelos verdes folha seca, seu rosto não era velho mas duas cores eram frias diferente da fada de pele brilhante ao seu lado, os cabelos eram  de um loiro vivo e o olhar de um verde intenso,  ela parecia brilhar com a atenção que era dedicada a ela, seus lábios vermelho vivo não sorriu mas ela pareceu feliz e fazia feliz quem se aproximava, Laura deu um passo na direção dela e Cal segurou sua mão com um aperto de alerta, sua base, ele era sua âncora, não precisou olhar pra ele apenas sentir o polegar dele acariciando sua mão.
Eles caminharam de vagar para mais próximo do trono  onde uma mesa grande se estendia com comidas de cheiros atrativos e bebidas coloridas nas taças, haviam quarto acentos separados por estilos de acentos e comidas a frente de cada um, as sereias foram para os do meio onde as cadeiras lembravam ondas,  três homens e uma garota de pele sem cor e olhos muito vermelhos assumiram os acentos seguintes em madeira vermelha e intensa, eles foram encaminhados para o próximos, ficaram entre os vampiros com cheiro de carne podre e os o acento vazio após as gêmeas bruxas, não havia outras bruxas apenas elas duas olhando com ar de superior para todos ao redor, após elas os lobos em forma de lobos mesmo,ela esperava que viessem vestidos de homens mas ao foi informada eles só eram homens uma vez ao mês e parece que não se deram ao trabalho de consiliar as datas, aquela coroação era a oportunidade de todos os clãs mostrarem sua força, suas riquezas e poder, Jamile estava com cara de poucos amigos, com certeza não havia gostado de ter ficado no centro da mesa e não no começo.

A rainha velha se levantou do trono com dificuldade e olhou com atenção os convidados presentes há mesa farta, seu olhar pousou nela sentada entre Cal e Jamile.
-Esses olhos ainda vêem com exatidão? Temos uma descendente de Eva viva entre nós hoje?- todos riram do tom debochado dela, e os que antes não a percebiam pelas tatuagens que tentavam encobrir seus poderes agora a olhavam com curiosidade- suas vidas são tão breves que jamais tinha visto uma.
Laura se sentia um animal exótico exposto em um zoológico excêntrico.
- Deslumbrante não? - Adam se inclinou na poltrona acolchoada e a olhou- mas eu teria cuidado ao olhar minha futura cunhada não é uma descendente de Eva comum, seu pai é um arcanjo como o de qualquer Elever e assim como as sereias a minha querida cunhada quando não contida pode afogar seres como nós sem precisar de água.

Ela olhou pra ele com os olhos de Alina, deixando mostrar uma parte da rama de espinhos que agora cobriam sua orelha parte do pescoço apertando e sufocando seus poderes pra evitar que ela absorvesse o dom maldito de algum deles.
- Que bonitinho- a futura regente das fadas disse com um biquinho sensual- um cachorrinho adestrado.
- Todos os reinos tem os seus- a fêmea negra das bruxas disse ambas olhando fixo pra jovem fada que se encolheu um pouco mas não abaixou a cabeça, as bruxas não tinham uma comitiva por serem ameaçadoras o suficiente sozinhas. Os olhos negros da bruxa branca pousaram em Laura e Katrina se encolheu um pouco, mas logo se recompôs e abaixou a cabeça em uma reverência profunda que a bruxa sentiu e retribuiu, ela podia ter torturado Katrina por anos nas há fez forte e isso era um presente que ela agradecia, e ela também retribuiu a reverência que as duas faziam pra ela nesse momento, as habilidades de Katrina eram uma dádiva que deviam a elas, mesmo forjadas na dor.
E o movimento de agradecimento deixou muitos com olhares confusos e expressões amedrontadas, havia lido um pouco sobre os reinos e as alianças eram formadas por opressão e obediência forçadas, lealdade era algo raro entre aqueles clãs, algo que eles temiam mais que admiravam, e aparentemente o medo era o que mantia o elo da corrente forte.
Cal apertou sua mão e ela olhou novamente  em volta onde pode ver os lobos que estavam sentados no chão no final da mesa se curvarem e encostarem o fucinho no piso o movimento gerou a reação em cadeia entre os seus e foi repetidos pelos sereianos, apenas os vampiros e as fadas se recusavam a curvar-se.

" Eles estão declarando pra qual reino são fiéis" Alina explicou.

"Seja luz Laura, os vagalumes trazem a magia da árvore mãe para o povo da floresta"
Katrina podia não ter o conhecimento da corte como Alina mas conhecia bem o mundo onde ela foi jogada, e não precisava que ela expressasse em palavras como fazer, mesmo não sabendo como executaria o que ela pedia, sabia o conseito, todos eram criaturas que descendiam da cúpula de anjos e humanos, ela tinha em suas veias o mais puro sangue de anjo e da primeira mulher da terra.

Ao seu redor a velha fada voltava a falar sobre a próxima rainha de seu reino, mas ela já não conseguia ouvir, a única coisa que importava era a luz brilhante dos vagalumes a sua volta, as asas os corpos pretos de casca brilhante e a magia que percorria seu pequeno corpo, magia tão antiga quanto a que corria nela, um ela queria fazer que ele viesse até ela, ela o olhou com intensidade e a luz piscou rapidamente, não apenas um mas todos piscaram de uma vez, formando um burburinho de opiniões e de sorrisos perversos dos que prestaram atenção há quem fez isso.

A cidade dos vagalumes (COMPLETO)Where stories live. Discover now