INTENSA CONEXÃO - PARTE UM

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Gana – 12 anos atrás

Fico encarando o envelope das minhas notas baixas, tão decepcionada que mal sei descrever o que estou sentindo agora. Pergunto-me o que há de errado, que mesmo estudando com afinco, não consigo me sair bem? É como se tudo na minha mente apagasse na hora da prova, restando apenas uma luz branca.

Abaixo o envelope das provas e suspiro fundo. Fracassei de novo. Levanto a cabeça e fito o céu azul, o sol beija minha pele com delicadeza e o vento chicoteia meus cabelos. Tem que haver uma explicação!

Inspiro o ar fresco, sentindo o cheiro das árvores e sorrindo para as flores majestosas em meu caminho. Cada sensação é gravada na mente enquanto volto para casa, tentando amenizar os batimentos nervosos do meu coração.

Queria apenas ser o orgulho dos meus pais, mostrar-lhes que sou inteligente e capaz de realizar meus sonhos. Abaixo a cabeça, observando o outro envelope que seguro com a outra mão, que é a resposta que tanto buscava.

Subo para as calçadas, contando meus passos na tentativa de afastar a ansiedade. Ajeito a mochila nas costas ao avistar minha casa, alguns girassóis enfeitam a entrada, deixando-a parecendo como uma pintura de um lugar repleto de amor.

Inspiro fundo, abro o pequeno portão e entro, passando os dedos sobre as pétalas dos girassóis ao longo do caminho até a porta. Engulo em seco e adentro, o cheiro de café me recepciona.

— Cheguei — grito, colocando a mochila no sofá e tirando os tênis que esmagam as pontas dos dedos dos meus pés.

— Ei! — Assusto com a voz da minha irmã. — Fale baixo, mamãe está descansando. — Levanto a cabeça, encontrando-a parada na porta da cozinha, segurando uma xícara de café.

— Oi — digo. Ela me lança um sorriso leve, dando um gole ao se sentar à mesa.

— Como foste nas provas? — pergunta. Dou de ombros.

Seus olhos azuis intensos me analisam minuciosamente, captando minha decepção. Alyna abaixa a cabeça, seus cabelos avermelhados caem em cascata sobre seu rosto.

— Desculpe-me — peço, a voz saindo embargada.

— Pelo quê?

— Tu deixaste de estudar para me ajudar e não consegui... — Ela ergue o rosto, me lançando um olhar carinhoso. Apesar de ser dois anos mais nova que eu, Alyna parece ser muito mais velha.

— Deixe-me ver. — Pede. Hesito por um instante. — Vamos, não tenhas vergonha, girassol. — Assinto, entregando-lhe o envelope das minhas provas.

Alyna deixa o copo de lado e começa a conferir as provas, tristeza serpenteia seu belo rosto, mas então sorri, estalando a língua.

— Não foste não mal assim — diz, prendendo seus longos cabelos.