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Gana Navolska distribui sorrisos e palavras de esperança para aqueles que a cercam, mesmo que na solidão ela pague esses sorrisos com lágrimas, e que as palavras de e...
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Seguro firme o vaso com um pequeno girassol à medida que encaro o painel do elevador, lutando contra meus pensamentos sombrios, tentando esquecer por um momento quem eu sou e aproveitar meus amigos.
Estar com a Laura é como passear em um jardim repleto de rosas e girassóis, pássaros cantando, água correndo em um riacho, a brisa nos beijando em uma perfeita sintonia. Sua amizade é um laço que não prende e nem aperta, mas ilumina meu caminho. Não tem preço, mas tem valor, afeto, respeito, confiança e lealdade, sua companhia revigora meu ser e me fortalece.
Por anos vivi ao seu lado vendo meu reflexo em seu olhar, quebrada em vários pedaços e sem nunca sorrir, ela sobrevivia sendo atormentada por seus demônios, até Ruslan aparecer e lhe devolver a vida. Seu sorriso é que nem um botão de rosa desabrochando e mostrando sua perfeição.
As portas do elevador se abrem, dando acesso ao corredor da cobertura, inspiro o ar com cheiro de rosas, endireito meus ombros e caminho em direção à porta larga, alguns metros adiante.
Gostaria de poder dividir minhas angústias com ela, contar minha verdadeira história, o que tive que fazer para estar aqui hoje, respirando, de tudo que perdi e da saudade que jamais diminuirá. Queria pedir ajuda, gritar por socorro para me tirar desse abismo, porém, se contar-lhe tudo, colocarei em perigo. Laura não merece mais nenhum sofrimento.
Engulo o nó na garganta e bato à porta, meus olhos se prendem no anel de girassol no meu dedo anelar, a única recordação que restou do meu antigo eu, pertencente à minha irmã, que me entregou no dia do embarque, dizendo que sempre estaria comigo e me esperaria.
Nunca mais voltei para casa!
Uma dor começa a esmagar meu peito com essa lembrança, sacudo a cabeça, afastando-a da mente. A porta se abre e sou recepcionada por Lívia, que sorri calorosamente para mim, olhos azuis idênticos aos de Laura.
— Bom dia, Gana! — Ela saúda com um sotaque pesado, retribuo o sorriso.
— Olá, Lívia! — Dou um passo à frente. — Trouxe-lhe um girassol para iluminar este enorme apartamento. — Lívia agradece, pegando o vaso das minhas mãos.
— Será lindo um girassol brilhar em meio a tantas rosas — comenta divertida.
— Ruslan continua lotando o apartamento com rosas? — pergunto, entrando e a observando fechar a porta.
— Sempre, querida! — exclama, revirando os olhos e me guiando para a enorme sala, repleta de vasos de rosas vermelhas e brancas.
Deixo minha bolsa no sofá, deslizando meu olhar para o enorme lustre em cascata de gotas de água azul-claro e admirando as grandes janelas de 2,5 metros de altura com vista para o centro de Kharkiv.
— Onde estás a Laura? — Volto a encarar Lívia, que busca um lugar para deixar o pequeno girassol.
— Dando banho em Violeta — responde, colocando o vaso em meio a dois grandes de rosas vermelhas.
