THE HOPE • Rick Grimes

27. SONHOS

Oii, tem alguém aí rsrs
Gostaria de avisar que estou respostando uma outra fanfic aqui neste mesmo perfil ❤️ Se quiserem ler fiquem a vontade... Lary

***

" Quando suas pernas não funcionarem mais como antes, e eu não poder te tirar do chão, será que a sua boca ainda se lembrará do sabor do meu amor? Seus olhos ainda sorrirão em suas bochechas? E querida estarei te amando até os 70 anos. "

Thinking Out Loud | Canção de Ed Sheeran

* Hope|Alisson

*Quebra de tempo.
Nunca pensei em como morrer, mas morrer no lugar de alguém que eu amo seria uma boa maneira de partir...

A muitos anos atrás lendo uma saga de vampiros adolescentes eu não vi sentido nenhum naquelas palavras no verso da capa, eu ainda era jovem demais para entender o sofrimento de perder alguém a quem eu amava, minha vida era pacata, regrada e perfeita demais, e as pessoas mais próximas que eu tinha eram meus pais, os amigos da editora e meu namorado ao qual eu via cinco vezes ao mês. É difícil começar a escrever do zero, quando encaro essas folhas brancas e a ponta negra dessa caneta só me vem uma coisa em mente, sangue, sofrimento e dor, e bem lá no fim do túnel enxergo uma única fresta de luz, brilhante, potente e forte o suficiente para me trazer de volta a margem, minha família...

Nunca pensei que pudesse amar tanto alguém a ponto de querer viver suas dores, alegrias e sofrimentos, até que amei. Os Grimes se tornaram a coisa mais importante para mim, cada um dos três. Rick com seu jeito eficiente em resolver os problemas, Carl o garoto que consegue ser doce, teimoso e corajoso na mesma medida e também a pequena Judith que pela primeira vez me chamou de mãe, nunca pensei que tal palavra pudesse ter tamanho impacto na vida de alguém, mas parecia que o destino havia planejado que nós duas se encontrássemos bem quando mais precisávamos uma da outra, um encontro de almas, ela precisava de uma mãe, e eu acabei descobrindo que também precisava de uma filha.

Os últimos meses não haviam sido fáceis, passamos por muitas provações, perdemos pessoas demais, pessoas importantes, quase perdemos nosso lar, e por pouco Carl não perdeu sua vida.
Quando me lembro daquela noite ainda me vem um nó na garganta, tudo havia começado quando encontramos aquela maldita horda que ameaçava a comunidade, mal sabíamos que depois daquele contra tempo passaríamos por tempos sombrios. Matamos pessoas, alguns de nós morreram lutando para salvar Alexandria dos errantes, mas os vivos ainda eram nossa maior ameaça, fomos roubados, atacados e testados, naquela noite em que Carl quase se foi, percebi que eu ainda acreditava em Deus, uma crença que eu nem sabia existir dentro de mim, implorei para o homem lá de cima que o deixasse vivo, implorei para que me levasse no lugar dele se não tivesse jeito, só então entendi aquela frase no verso de Crepúsculo, daquele dia em diante, quando Carl ficou vivo apesar de perder um de seus olhos percebi que o universo não estava tão contra mim assim como eu pensava, apesar de tudo ainda havia uma ponta de esperança, e foi nela que me agarrei com unhas e dentes para manter minha família em pé.

Jessie e seus filhos, Deanna e várias outras pessoas importantes para a comunidade se foram naquela noite, e eu cheguei tarde demais para ajudá-las, quando avistei Alexandria confesso que senti medo, o lugar era um mar de sangue e destruição, e quando eu soube que Carl havia sido atingido meu mundo caiu pela primeira vez. Abracei o xerife e em seu rosto eu vi estampado o medo, e então ele me pediu que eu ficasse com o menino, ele não podia, não podia ver o filho morrer, prometi que ele não morreria, algo dentro de mim tinha a certeza de que ele conseguiria sair dali com vida. Quando a cirurgia acabou observei Rick pela janela, eu o vi matar muitos errantes sozinho antes de nossos amigos se juntarem com ele naquela missão, com muito esforço eles limparam a comunidade, qualquer um que visse aquilo os chamariam de loucos por acreditar que conseguiriam, mas eu vi no olhar de cada um dos meus amigos que eles nunca deixaram de acreditar, nunca deixaram de acreditar uns nos outros, nunca deixaram de acreditar nesse lugar, isso era oque eu mais admirava naquelas pessoas, isso era oque eu mais admirava no xerife, aquela sementinha do bem que ele plantava em nossos corações, ela sempre brotava.