-Está tirando com a minha cara? Relacionamento não são relativos - Neguei veementemente com a cabeça. -Sigo fielmente o lema dos 7 Bs: "Books before boys, because boys bring babies*" - Rebati intensamente a insinuação incoerente da garota.
-Certo, entendi! Mas, olha, ele tem a nossa idade, é levantador da escola dele, ama jogar videogames, só é um pouquinho desanimado, viu? Só vi vantagens! - Ela iniciou uma dancinha abobalhada enquanto tirava sarro da minha situação.
-Eu não vou namorar seu primo, Ayumi Kozume - Levemente bati a palma da mão em minha testa, sinalizando a frustração causada.
-Pelo ao menos eu tentei! - Mimi esticou os braços para cima, fazendo um rápido alongamento.
-Você é uma péssima cupido - Zombei a garota, todavia levei um soco como resposta.
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10h15 a.m
O intervalo finalmente havia chegado, e curiosamente todos estavam ao meu redor, enchendo-me de questionamentos sobre o meu intercâmbio. Como descobriram? Nem sei porque questiono, conhecendo Ayumi, tenho a total certeza que ela vazou esta informação para alguém, e este indivíduo (que está no meu Death Note) espalhou para a escola inteira, como um vírus que atinge uma grande metrópole.
Gritos, perguntas e comentários cercavam-me no espaço delimitado da escola. De certo modo, acabei me sentindo famosa, todavia, odiei meus minutos de fama.
"Por que você não divulgou?"
"Menina fanfic"
"Aposto que é falso"
"Acho que ela pagou por esta vaga"
Uma sensação horrível incorporou em mim. Droga! Eu nem conheço essas pessoas e elas já estão abusadamente metidas em minha vida, causaram-me até claustrofobia.
Gosto de ser uma fofoqueira discreta, e não o alvo de fofocas. Mesmo que os meus estudos no exterior asiático sejam um fato, a situação foi desconfortável.
Pelo ao menos o intervalo acabou rapidamente, contudo, agora todos tinham o conhecimento que eu iria para o Japão.
Claro, isto não era algo para se envergonhar ou esconder, até que gosto de ser o centro das atenções, mas eu não queria que isso virasse o tópico principal da escola, pois sempre que algo vira tema do colégio, aparecem vinte (20) versões diferentes da história.
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12h50 a.m
As aulas deste dia finalmente haviam acabado, significando que o inicio do treino de vôlei estava próximo, sendo ele meu último treino aqui no Brasil.
Tenho exatos quarenta (40) minutos de intervalo para almoçar e me arrumar para a prática do esporte, onde tenho preferências em levar uma refeição leve e organizar o meu material esportivo de uma maneira que facilite a minha vida.
#Liaorganiza
Sempre prático estes hábitos semanais com Ayumi, pois fazemos literalmente tudo juntas, podendo considerar até como rituais diários.
. . .
-Vou sentir tanta falta disso - Resmunguei de maneira lastimosa, enquanto finalizava de ajeitar o meu penteado no estilo rabo de cavalo encarando-me tristemente no espelho do vestiário.
-Pare com isso, guarde a tristeza para depois do treino - Mimi me abraçou por trás, numa tentativa falha de trazer conforto.
-Não dá - Minha visão turvou-se por causa das lágrimas que saiam descontroladamente dos meus canais lacrimais, além de que minha voz estava embargada.
-Lia, por favor - Ayumi juntou-se à chorar comigo. Apenas ouvia-se fungadas e soluços, mostrando a dolorosa face de despedidas.
De maneira repentina, sentimos o calor ao nosso redor aumentar, gerado pelos braços da levantadora Júlia, da bloqueadora Ana, e das nossas ponteira Almeida e Kamila; Que selaram seus corpos em meio a este abraço coletivo de consolo.
-Vou sentir falta de vocês, meninas - Iniciei meu breve discurso melancólico. -Sempre irei dedicar cada ponto à vocês - Continuei com a voz trêmula - Eu amo vocês, obrigada por fazerem parte da minha história.
-Nós iremos sentir sua falta, Lillie - As garotas disseram em um uníssono deprimido, acrescentando mais força ao abraço.
-Podemos fazer nosso grito de guerra pela última vez? - Perguntei cabisbaixa.
-Sim! - Elas responderam com uma harmonia eufórica.
-Três toques de puro amor, dedicação e espirito! VAI OUR SCHOOL! - Um lindo coro composto de emoções ecoou pelo vestiário; Estávamos todas com os sentimentos a flor da pele.
(Desculpe-me pela falta de criatividade pelo nome da escola, realmente, Our School é meio fraco, mas eu achei legalzinho)
A prática inteira foi tristonha, até o treinador se juntou a nós nesta melancolia com acentuações cômicas, mas havia uma justificativa plausível, era o meu último treino na escola, ou seja, por mais que fosse o penúltimo dia de aula, não iríamos treinar no dia consecutivo.
Despedi-me individualmente de cada colega, com a exceção de Ayumi que iria comigo até o aeroporto.
Distribui muitos beijos e abraços, além de que recebi presentes, cartas, alguns troféus e medalhas que estavam na escola que pertenciam a mim, como um de "Melhor líbero do Campeonato Juvenil Paulista de Verão de 20XX"; Boas memórias foram construídas aqui.
As garotas prometeram-me que em todos os jogos elas iriam se esforçar para ganhar e consequentemente me honrar, onde cada ponto feito seria meu também. O que aqueceu o meu coração, como brasas brandas.
Todo este amor que me proporcionaram fez-me sentir tão sortuda, que guardarei as memórias desta época até o meu último suspiro. Vôlei trouxe-me uma família maravilhosa.
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Capítulo revisado, porém pode sofrer alterações!!!
Oioi gente, o que vocês acharam deste quinto capítulo???
*Livros antes de garotos, porque garotos trazem bebês.
