Capítulo 4 - Raízes

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07h50 a.m

De repente um sentimento muito estranho germinou em meu peito, seria ansiedade? Medo? Eu não conseguia esboçar nenhuma reação; Ela realmente havia concordado com a ideia?

-Irei sentir saudades - Minha mãe comunicou numa tonalidade lastimosa, onde simultaneamente chamou-me para um abraço.

-Você está falando sério? - Questionei boquiaberta, ainda em choque com a resposta obtida. -Não brinque com a minha cara, mãe! Você está com febre? - Comecei a gesticular minhas mãos rapidamente insinuando meu nervosismo. -Mãe, aqueles doramas estão te prejudicando!

-Lia, meu sol - A minha progenitora me puxou para perto de si, seguidamente encostou a cabeça em meu ombro. -Você está cada vez mais brilhando para o seu destino, e não posso proibir ou impedir isto; Se eu tivesse uma oportunidade desta importância na sua idade, ficaria muito triste em perdê-la, por isso, com muita dor no coração irei deixar você brilhar no Japão. Parece até algo fantasioso, mas está acontecendo com você, minha líbero - Lágrimas começaram a umedecer o rosto da mais velha. -Você só me orgulha, e por mais que eu vá sentir muitas saudades, posso dizer que irei sorrir toda vez que ver uma foto sua, ou qualquer coisa relacionada a você, Lia.

-Obrigada, mãe - Nossos corpos estavam selados em um caloroso abraço, em que, juntamente de lágrimas muitos sentimentos estavam sendo distribuídos neste simples ato.

-Mas, mocinha, tenho que lhe fazer uma pergunta, e esse seu japonês de fachada? - Ela falou sorrindo, porém com um semblante sério e alguns resquícios lágrimas nos olhos.

-Meu Deus! Verdade! Terei que aprender um novo idioma - Parei de chorar na hora, além de que entrei em desespero pelo novo pensamento que surrava minha mente. - Vou ter que estudar todos os dia por dois meses consecutivos, não sei se aguentarei - Dramatizei um falso desmaio, tirando algumas risadas da mulher presente.

-Você consegue sim; Provavelmente quando encontrar um japonês "bonitão" nem irá querer retornar ao Brasil - A Lillie mais velha gargalhava descontroladamente.

-Mãe! - Esbravejei irritadiça, enquanto sentia um rubor subir pelo o meu corpo, suponho que eu esteja mais vermelha que um pimentão.

-Bom, meu amor, agora precisarei ir - Ela deixou um selar ágil na maça do meu rosto. -Este inferno de trabalho é cansativo, mas é o que nos sustenta - A minha progenitora ajeitou sua bolsa em se ombro e direcionou-se à porta. -Comemoramos mais de noite, sim? - Assenti repetitivamente com um sorriso lateral no rosto. -Preencherei a papelada com o diretor, e você tem que ir para a aula, senhorita Lia - Disse de modo apressado quando estava saindo parcialmente do ambiente.

-Tchau, tchau! - Despedi-me da Lillie mais velha e obedeci as suas ordens. Rumando em passos velozes até a sala, onde encontrei o diretor, o treinador e a minha mãe finalizando verbalmente as constituições do contrato; Acenei para os três e fui para a classe.

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Aparentemente o meu dia estava testando a capacidade do meu coração no quesito "aguentar emoções", e não estou brincando.

Infelizmente, por causa da reunião, terei que adentrar a aula de física atrasada, mas esta não é a pior parte, o verdadeiro tormento dessa situação é que o professor dessa matéria não é muito agradável...Concluindo, irei levar um sermão dos bons, mesmo havendo uma justificativa plausível para a minha delonga.
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Abro a porta lentamente, entretanto xingando-me mentalmente por ter cavado a minha própria cova educacional.

Ao ter a visão da minha turma escolar (com a atenção totalmente direcionada a minha pessoa), deparo-me com raios atordoados saindo raivosamente dos olhos do docente.

𝗔 𝗡𝗲𝗸𝗼 𝗟𝗶𝗳𝗲 | 𝘏𝘢𝘪𝘬𝘺𝘶𝘶 - (𝘳𝘦𝘦𝘴𝘤𝘳𝘦𝘷𝘦𝘯𝘥𝘰) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora