-QUÊ? VOCÊS ESTÃO FALANDO SÉRIO? - Berrei surpresa com a situação que a vida me submeteu, eram muito sentimentos para um só simples coração.
20 minutos antes...
O frio presente em minha barriga demonstrava fielmente o meu desespero, onde, durante o percurso a minha cabeça ansiosa pensou em milhões de possibilidades que poderiam ser o motivo de terem me convocado à diretoria, e apenas coisas negativas se passavam pela minha mente.
Cheguei ao ponto onde a loucura me atingiu como um raio, no qual em menos de uma hora comecei a falar sozinha, sei que isto é um hábito comum, porém foi um pouquinho assustador.
"Ai meu Deus, o que será?" - Ecoava pela minha cabeça repetitivamente. -"Eu não fiz nada errado! Acho que deve ser porque eu chego muito cedo para utilizar o ginásio, mas pera, isso não é um motivo." - Este novo pensamento fazia-se dominante, todavia foi por pouco tempo. -"Ai, caramba! Será que eles vão acabar com o time?" - Olhei enjoada para o chão, meu estômago estava embrulhado. -"Será que eles vão me por como ponteira? EU NEM TENHO ALTURA PARA ISSO! Será que minhas notas estão caindo? Eu não sei, nada se concretiza na minha cabeça" - Minhas unhas já encontravam-se no limite de sua base, e a quantidade demasiada de serás crescia. -"Droga, a sala está cada vez mais perto." - Pensei tristemente, até porque, não podia alterar a situação.
Estava de cara com a porta, e um rio de emoções corroía cada parte do meu corpo. A maçaneta aparentava ser flamejante, onde em qualquer momento que eu a tocasse minha mão pegaria fogo. E sim, tudo isto é medo, novamente, não sei o motivo do tamanho nervosismo, contudo estava me incomodando.
Determinada e decidida que iria abrir o objeto amadeirado que seria meu divisor de águas, encostei rapidamente na parte de ferro gélida da entrada, "tenho que enfrentar isto logo!" Respira, Lia...1...2...3
-Bom dia, diretor Rodrigues, treinador Oliveira. - Cumprimentei com nervosismo após abrir a porta do cômodo, tentando ocultar este sentimento para os homens presentes no ambiente.
Os dois se direcionaram à minha pessoa com um grande sorriso no rosto, assim posso dizer que após ver a reação dos mais velhos trouxe-me um alívio imediato.
-Bom dia, senhorita Lia Lillie. - Os dois disseram em um uníssono -Está tudo bem? - Desta vez quem questionou alegremente foi unicamente o diretor.
-Para ser honesta, não. Estou ansiosa. - Respondi acompanhada de um riso nervoso, logo depois de uma respiração pesada.
-Fique tranquila, não tem com o que se preocupar, apenas se você fizer algo de errado. - O diretor disse em um tom de sarcástico, juntamente de um leve sorriso no rosto. -Bom agora irei passar a palavra para o seu treinador, estou aqui apenas para mediar e administrar a situação.
-Lia, bom dia novamente. - O mais velho saudou de maneira diligente. -Tenho algo para lhe contar e propor, é algo muito positivo - Disse com um grande sorriso no rosto, porém a minha ansiedade não auxiliava em nada. -Não sei se você sabe, mas sou um grande amigo do treinador da seleção feminina japonesa de vôlei, e eles estavam em busca de meninas estrangeiras para a montagem da seleção Sub-16; Além de que isso funcionará com uma avaliação para possíveis propostas benquistas. - Meus olhos começaram a brilhar, eu havia pensado de tudo, menos isto. -Ele me fez essa proposta há um mês, pois precisava analisar as garotas que mais se destacavam, e que tinham um grande potencial para orgulhar nossa nacionalidade e nomes. - Deu uma pausa dramática proposital. -Fico feliz em te informar que eu selecionei você para fazer parte da seleção que terá. - Finalizou a fala com um semblante sereno e orgulhoso.
Eu comecei a lacrimejar, não conseguia conter a felicidade e sentimentos positivos que preenchiam o meu coração. Tenho consciência de que sou uma líbero de alto nível para a minha idade, mas receber este tipo de oferta mostra-me que todo o meu esforço valeu a pena, e tenho orgulho de dizer que eu estou conseguindo chegar ao mundo dos gigantes, o local que sempre quis chegar.
Os dois responsáveis divertiam-se com a minha alegria e comemorações, sendo pulinhos, pequenos gritos agudos, ou dancinhas estranhas, eu precisava emanar minha felicidade.
-A seleção acontecerá a partir de avaliações feitas por profissionais, vídeos de jogos que você participou, provas, entre outras etapas. - O treinador complementou segurando uma folha sulfite individual com alguns manuscritos, retomando sua postura rígida.
-Muito obrigado, Rodrigo. - O diretor cortejou o educador físico ao lado. -Já convoquei sua mãe, Lia, pois sei que não pode tomar esta decisão sozinha. - Assim como o treinador, a principal figura do colégio retornou ao seu porte inclemente, todavia disse em um tom orgulhoso, mas profissional. -Apresentamos a oferta apenas superficialmente, basicamente um resumo, pois quando você vier com a sua responsável irá saber mais detalhadamente sobre tudo, desde moradia, alimentação, estudos, idioma, entre outros.
-Obrigada, eu não estou acredito nisto. - Comentei entusiasmadamente eufórica, estava quase chorando de felicidade, além de que dei um forte abraço tanto no treinador, quanto no diretor. - Não sei nem como agradecer! - Ambos sorriram.
-Agora vá para a aula, estamos quase no final do ano, não queremos que você se prejudique. - O reitor acrescentou como se fosse uma farpa, foi severo em acabar com o meu clima empolgando.
Assenti educadamente, e acenei dando um "tchauzinho" rápido. Fui saltitante para a sala de aula, mas não podia contar para ninguém, pois não estava nada decidido (ainda estava em dúvida sobre Ayumi), porém sentia no meu coração que uma nova fase estava para começar, e finalmente minha vida monótona iria ter cor e serotonina...Contudo, acabei esquecendo-me de algo, o qual era melhor eu ter deslembrado mesmo.
-PUTS! A prova de física! - Clamei numa altura considerável, apressando os passos para a direção da classe.
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Capítulo revisado, além de que ele é bem curtinho mesmo :/
Pessoal, faltam muitos capítulos, mas por favor, tenham paciência!
Oioi gente, o que vocês acharam desse segundo capítulo???
