Eu analisei o mestre espião e caminhei com as mãos nas costas, um olhar brilhante e avaliador.

— Tentando jogar seus charmes  em mim? Lady Jade. -ele questionou baixo.

Eu sorri.

— Não preciso recorrer a eles, encantador. -ronronei.

Ele estremeceu levemente e me encarou.

Me fiz de inocente e pus a quantidade de temperos necessários na panela.

Sentindo o bom cheiro deles vir, aguçando o meu olfato.

Eu suspirei satisfeita e comecei a mexer na panela.

— Esse lugar que vocês falam... Velaris, como ela é? -questionei.

Ele me encarou.

— É a cidade mais linda de todas, a cidade de luz estelar, lá, as pessoas às vezes trocam o dia pela noite, apenas para apreciar as estrelas, porque lá, a noite é a mais bela de todas, é a cidade dos sonhos. -ele disse.

— Deve ser linda. -comentei, pondo um pouco de sal na comida.

— Talvez algum dia eu a leve, ou sua irmã a arraste para lá, é o sonho de Feyre fazer isso desde que te viu. -ele disse.

Eu o encarei de relance.

— Talvez. -falei.

Minha mão delizou de forma errada e o fogo a tocou.

Eu soltei um pequeno grito, me afastando de imediato do fogão, xingando baixo.

Azriel se ergueu como um raio, disparando em minha direção.

— Merda, merda. -murmurei baixinho, sentindo a pele doer.

— Você está ferida. -ele disse, mais para si mesmo do que para mim.

— É só uma queimadura, foi o fogo. -falei.

Ele estremeceu, encarando as chamas do fogão por segundos longos, como se o fogo lhe trouxesse más lembranças.

— Vamos cuidar disso. -falou.

— Não é necessá...

— Vamos cuidar disso. -ele repetiu, me puxando até a pia.

Eu bufei ao ser contrariada, ele ligou a torneira e lavou minha mão embaixo da água fria. Esfregando com cuidado no ferimento.

Então arregalei os olhos, vendo a maquiagem ir junto na água, o espião encarou então uma tatuagem em minha mão, arabescos negros que a enfeitavam, e desciam nela.

— O que é isso? -questionou.

— Nada. -puxei minha mão para mim.

Ele me encarou, então, desligou a torneira.

Ele pegou uma pasta de ervas, menta e hortelã, pondo onde eu havia me queimado.

Ele encarou novamente a tatuagem.

— Com quem fez um acordo? Lady Jade. -ele me encarou nos olhos.

— Ninguém. -falei.

Ele me encarou sério e eu não me mostrei abalar por aquele olhar, nada me atingiria, nada.

— Isso não é da sua conta, espião, então, sugiro que não se meta e não abra o bico sobre isso pra ninguém. -falei.

— Ou o que? Vai me matar? -ele questionou.

— Não sei, nunca matei um espião antes, como será que seria? -questionei.

— Acordos são perigosos. -ele disse.

— Por que se importa? -questionei.

Eu caminhei com um pano de prato em minha mão, então, sinto ser puxada pela cintura em um movimento firme.

Eu arregalei os olhos, me chocando contra o corpo firme do espião, coberto por sua armadura negra.

— Pelo o mesmo motivo que matei aquele infeliz. —ele encarou— você.

— Gosta de charadas? Azriel. -controlei minha respiração.

— Gosto de desafios. —ele me encarou nos olhos— e você é sem qualquer dúvida, o desafio mais interessante em quinhentos anos.

Sua respiração quente, com hálito de hortelã beijou meu rosto.

Eu o encarei nos olhos.

— Quem cederá primeiro neste jogo? Bela rosa. -ele questionou.

— Você com toda a certeza. -respondi convicta.

— E por que acha isso?

— Porque como eu disse, não preciso recorrer a charmes, e em poucos segundos sem eu fazer nada, você me trouxe para si. -o encarei.

Ele me soltou, xingando baixo.

— Feiticeira. -ele disse.

Eu assenti.

— Sim, espião, e você está enfeitiçado, só não quer admitir. -falei.

Ele me encarou e eu sorri felina.

— Caiu na minha rede, peixinho. —ronronei, enquanto saía— decidiu fazer sombra no canteiro de rosas, e agora, está encantado pela rosa vermelha.

E eu sumi.

Eu caminhei até meu quarto, maquiando minha mão, escondendo aquela tatuagem.

Nunca devem saber.

Eu caminhei até o Jardim, vendo que estava perfeito, Elain cuida bem dele, apesar de agora estar em uma ridícula fase de luto por aquele miserável do Graysen.

Eu encarei uma roseira, a qual as rosas estavam fechadas e murchas, tristes.

— Oh meu bem, o que aconteceu? -me aproximei.

O vestido azul cobalto farfalhando.

Eu rocei meu dedo na mesma.

Está morrendo.

Eu estalei a língua, então dei uma pequena corridinha até um balde de alumínio, pondo água no mesmo.

Eu caminhei até a roseira.

— Se abram e fiquem belas. —despejei água em seu jarro— tristeza não combina com este Jardim.

Falei.

Eu acariciei a rosa, e então suspirei, me erguendo, ajeitando a saia do vestido.

Eu fitei o céu, o Sol que brilhava.

— Façam minhas meninas ficarem alegres de novo. -cantarolei.

Um fetiche de luz do sol disparou até o jarro, eu baixei o olhar e pisquei.

As rosas estavam abertas, em um belo tom de vermelho intenso, bonitas e alegres de novo.

Eu sorri de lado para aquele pequeno milagre.

— Isso, nunca murchem, jamais.

*Até o próximo capítulo ☄️ deixem seu comentário e seu voto pfvr ☄️*.

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Referência tatuagem da Jade ^

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