29| O Namorado cadáver

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Depois que Jimin se encontrou com o contato corrupto de Lee Taemin, as coisas começaram a caminhar do jeito certo

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Depois que Jimin se encontrou com o contato corrupto de Lee Taemin, as coisas começaram a caminhar do jeito certo. Quero dizer, com documentos pra confirmar sua identidade de garoto coreano-japonês nascido em 1994, "Ishida Jimin" era um jovem como outro qualquer.

Nós — no caso eu — pagamos pelo pacote completo, desde carteira de trabalho, a passaporte e título de eleitor. Jimin é, verdadeiramente, uma pessoa viva — e normal — pra todo mundo agora.

Eu estava saindo do set de filmagens da emissora, após um longo dia de trabalho. Encostei na lataria do carro e cruzei um tornozelo no outro, as mãos dentro do bolso do casaco canguru, enquanto esperava pelo Park.

Ele também trabalhava na emissora agora, mas sem formação acadêmica além do ensino médio completo, acabou virando atendente do fast-food de frango frito que tinha dentro do gigantesco prédio da rede de tevê.

Fiquei mexendo no celular por cerca de dez minutos, até distinguir sua silhueta, vindo em minha direção com um cigarro entre os dedos, de cara amarrada.

Assim que ele chegou até mim, bufou e jogou a mochila no capô, encostando-se na lataria ao meu lado.

— Você 'tá um trapo... — falei em tom preocupado. Mas eu também estava destruído, talvez até pior. Meus olhos tinham olheiras tão fundas, que nem toda a maquiagem do mundo dava jeito.

— Meus pés doem, 'tô com enxaqueca e meu cabelo fede a hambúrguer — ele respondeu amargo, fazendo uma careta de nojo. Não que ele não goste de hambúrguer, mas ficar com cheiro de carne de defunto frita no óleo não deve ser agradável mesmo.

— E agora fede a cigarro também. Não posso nem te dar um beijo — resmunguei repreensivo. Beleza aí pra vocês que gostam inalar veneno mata-rato, mas eu tô de boa, obrigado.

Alguns vícios não são passíveis de controle — disse com uma séria. — E eu tô estressado. Esse trabalho é muito cansativo e paga uma mixaria.

— Você ainda pode comprar um diploma de ensino superior. Até um de mestrado...

— É, Jungkook, só que eu não sei fazer nada. Tipo nada mesmo — ele retrucou tirando o boné amarelo que tinha uma galinha de pelúcia na cabeça, parte do uniforme.

— Você morreu com 25 anos... Com certeza sabia fazer alguma coisa... — pensei alto.

Jimin bufou, sacudiu a cabeça e riu sem humor.

— Eu era um mauricinho, lembra? Não precisava fazer nada.

Pisquei pra ele, um pouco atordoado. A gente nunca tinha conversado sobre isso. E Jimin não era exatamente falastrão, quando o assunto era sua vida.

— Pô, mas 25 anos, cara! É impossível que você não tenha algum curso ou algo assim... Ah, e você fala japonês!

— Sim, eu falo japonês. Mas isso foi porque fiz curso de idiomas quando era criança, e não tinha muita escolha a não ser fazer o que meu pai mandava.

ASSOMBRADO x ENDIABRADO || jikook || ConcluídaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora