03| Kim Taehyung, um menor rebelde

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Quando saio do quarto e abro a porta da sala, dando espaço para que minha família entre na casa de Dara, tento parecer o mais triste e desolado possível, assim como eu estava há alguns minutos atrás, antes de minha avó surgir sob meus olhos, em se...

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Quando saio do quarto e abro a porta da sala, dando espaço para que minha família entre na casa de Dara, tento parecer o mais triste e desolado possível, assim como eu estava há alguns minutos atrás, antes de minha avó surgir sob meus olhos, em seu corpo astral de 20 anos de idade e manequim 34.

Não que eu estivesse muito feliz ou algo assim, mas estou obviamente aliviado. De qualquer modo, tudo estava acontecendo rápido demais pra que eu pudesse assimilar direitinho. Ainda bem que sou ótimo em mentir e disfarçar emoções.

— Jungkook-ah... — minha mãe fala chorando, jogando-se em meus braços no mesmo instante em que abro a porta.

Jeon-Kim Yoona é mais baixa que eu, então no momento em que me abraça, selo o topo de sua cabeça, deixando que ela encaixe seu rosto vermelho e molhado de lágrimas no vão entre meu pescoço e ombro, e desabafe sua dor.

Mas embora eu esteja mais relaxado por saber que minha avó não está realmente morta — para quase todos os efeitos que a palavra morta possa significar — minha mãe não sabia. Para ela, e para todos os vivos presentes naquela sala-de-estar bagunçada, a morte é simplesmente como deixar de existir. Não que alguém aqui desacredite em almas e espíritos ou pós-vida, mas uma vez que alguém morre, é como não estar mais aqui entre nós.

— Os paramédicos já chegaram? — meu pai pergunta em tom de voz baixo e preocupado.

Balanço a cabeça levemente em negativa, ainda abraçado à minha mãe, que chora silenciosamente em meu ombro, enquanto deslizo uma das mãos por suas costas, num gesto de carinho, tentando passar-lhe o máximo de conforto.

Meu pai termina de entrar pela porta, e só então me dou conta de um menino de pele mais bronzeada, cabelos castanho-acobreados levemente bagunçados e orelhas grandes, parado atrás de meu pai. O menino tem um rosto muito bonito, mas parece estar desconfortável e tímido com a situação. Aparentava ter a mesma altura que eu, embora seu rosto parecesse mais novo. O garoto com certeza não tinha a minha idade.

Confuso, afrouxo o abraço em minha mãe, que me solta de imediato e seca as lágrimas do rosto com um lencinho preso em seus dedos.

Meus pais se entreolham, em seguida intercalando o olhar entre mim e o garoto, me deixando ainda mais curioso. Teria o menino algo à ver com a tal novidade que eles planejavam contar? Eu estava prestes a perguntar, mas antes que pudesse fazê-lo, uma voz soou em minha nuca:

— Quem é esse pitelzinho?

Me viro mais rápido de que você consegue dizer "assombração" e observo minha vó com uma careta.

Será que ela pensa que, por ter de volta sua aparência de 20 anos de idade, pode ficar de olho em meninos bonitos mais novos? Mas que velha sem vergonha. Pra todos os efeitos ela é um fantasma agora, não é como se tivesse passe livre pra sair por aí paquerando, veja só.

Cruzo os braços e deixo minha cara nada boa como dica, apertando os olhinhos para Sandara Park.

— Por que você... está com essa expressão brava, olhando pro... bem, pro nada? — o menino desconhecido pergunta, me encarando com estranheza. Percebo que apenas ele me observava, já que meus pais pareciam estar numa conversa de olhares silenciosa. E eu estava mesmo encarando o nada, de cenho franzido e braços cruzados, como se estivesse bravo com... bem, com o ar. Porque era isso que parecia para o garoto, ou qualquer pessoa que estivesse me observando. Já minha avó continuava a fitar o menino, intercalando sua atenção entre ele e meus pais.

ASSOMBRADO x ENDIABRADO || jikook || ConcluídaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora