CONCLUÍDA
Jeon Jungkook é um gay medroso que, inegavelmente, é a pior pessoa para carregar o fardo de ser um mediador: uma espécie extremamente poderosa de médium, que não só é capaz de ver os desencarnados, como pode ouvi-los e tocá-los, exatamente...
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Foi assim que passei o resto das minhas férias, sem poder fazer absolutamente nada. Nadinha. Por quase um mês inteiro. Depois que liguei para a emergência, vi que Jennie havia mandado mensagens para Lisa pelo meu celular, avisando pra ela sumir de casa o mais rápido possível e esperar até que JinWoo fosse preso para voltar. Ela se mandou na mesma hora e foi se esconder na casa de Chaeyoung, enquanto eu estava a caminho do hospital. Lá, a polícia foi chamada, e entreguei o telefone pra eles com a gravação.
Felizmente pra mim, a gravação é confidencial, é prova-elemento do crime, de modo que ninguém fora do caso e dos policiais que registraram a queixa, puderam ouvir. Porque se minha mãe escuta aquela gravação, ah, minha nossa! Eu ainda não me sinto muito preparado de contar pra ela sobre minha sexualidade. E ouvir aquele áudio, me tiraria do armário bem rapidinho. Já não basta o fofoqueiro do Jimin me expondo por aí, você sabe.
JinWoo está preso e agora responde pelo homicídio culposo de Jennie, além de tentativa de homicídio, por mim. Os advogados dele estão tentando alegar insanidade, pra que ao invés de passar o resto da vida numa prisão de segurança máxima, JinWoo possa ficar em uma unidade psiquiátrica. Mas honestamente falando, isso seria perigoso para os doentes mentais do lugar.
Meus amigos descobriram sobre o acidente e me visitaram quase todos os dias. Lisa chorou, desesperada, quando soube o que houve. Ela se sentiu tão culpada, que me entupiu de doces gostosos tailandeses, que ela mesma cozinhou pra mim. Depois de uns dias, ela parecia extremamente... triste; mais que o normal. Como se aquele curto período de tempo tivesse sido o necessário pra cair sua ficha de que Jennie está morta, e que o motivo de sua morte está indiretamente ligado à ela.
Descobrir a morte de seu grande amor, destruiu minha amiga. Toda a luz da vida dela pareceu ter se apagado. É algo difícil de presenciar e eu me sinto muito mal por ela.
Então um memorial foi organizado pra Jennie — já que não havia um corpo algum para enterrar — e esta foi a única vez em que saí de casa. Meus dias estavam se resumindo a comer, assistir séries, doramas, animes, e brincar com Yeontan — este que fora aceito muito bem por minha mãe. Quando eu tentei adotar um bichinho, Yoona havia negado com sonoros "nãos." Mas já que o bichinho era de Taehyung, e Senhora Jeon faz de tudo para agradá-lo, ela simplesmente adorou o doguinho e foi isso.
Baekhyun soube do acidente também, até porque tudo passou na tevê. Então ele arrumou meu endereço com alguém na faculdade, e me visitou algumas vezes, trazendo novas lentes e outro maldito projetor — já que o anterior fora estragado, quando meu carro foi jogado na água, com ele dentro —, o qual Baek fez questão de instalar em meu quarto, além de ter assistido alguns filmes aqui comigo.
Ele não tentou fazer nada além disso, até porque, Jimin estava sempre nos observando, todo irritadinho, enquanto a gente assistia às películas. E sim, nós ainda tínhamos assuntos inacabados, mas Jimin se recusava a falar sobre.
Até mesmo Dara veio me visitar durante esses dias. Ela estava orgulhosa de que eu tivesse ajudado meu primeiro fantasma, mas sugeriu que quando isso envolvesse pessoas vivas perigosas, talvez fosse melhor que eu fizesse uma denúncia anônima no 190, e nada mais. Até porque, se eu morresse, não seria capaz de ajudar mais ninguém, não é verdade?
