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Manoela:

Saí do hospital antes do término do plantão de Laura. Cheguei em casa ainda com a roupa cirúrgica de médica, a guardei em um saco plástico e joguei próximo a roupa suja. Tomei um rápido banho quente e me joguei na cama, ainda nua, estava com um pouco de sono.

Acordei 15 horas com meu celular tocando em algum canto do quarto. Levantei zonza e a chamada parou. Fui até o banheiro e tomei um remédio para dor de cabeça. Lavei o rosto, vesti uma camisola, um roupão por cima e procurei meu celular.

Assim que o peguei, tocou novamente e era Juliana.

- Oi, Juliana. - Falei fechando os olhos devido a dor de cabeça.

- Estou com saudade, finalmente me atendeu. Estou pensando em ir almoçar e quero lhe convidar.

- Hum, tudo bem... Vamos fazer assim, eu te busco em casa e vamos comer alguma coisa.

- Certo, vou me trocar. Estou esperando.

Desliguei a ligação e fui trocar de roupa. Coloquei uma calça jeans, um tênis branco e uma blusa preta. Encontrei Mariah de porta aberta, enquanto estudava e Marcos estava deitado no sofá lendo alguma coisa de pediatria.

- Já almoçaram?

- Sim, deixamos para a senhora. - Ele baixou o livro e me olhou. - Você chegou antes do plantão terminar?

- Sim. - Pensei em explicar, mas tinha que ir buscar Juliana. - Mas está tudo bem, estou indo almoçar com a Juliana. Precisam de alguma coisa?

- Não, tudo certo.

Bebi um copo de água na cozinha, peguei minha bolsa, dei tchau e desci para a garagem. Peguei o carro e quanto cheguei no apartamento de Juliana, ela entrou sorridente e me deu um selinho.

- Estava com saudade, não nos vimos durante a semana. - Ela disse animada. - Já sabe o que quer comer?

- Pode ser carne. - Falei sorrindo de lado. - Precisamos conversar.

- Aconteceu alguma coisa? - Perguntei.

- No restaurante conversamos.

Chegamos a um restaurante e sentamos em uma mesa do canto. Fizemos o pedido e Juliana inventou um vinho tinto, mas dispensei a minha taça.

- O que houve? Dispensou logo esse vinho? - Ela franziu a testa e deu um gole na taça.

- Sim, passei mal durante o plantão, preciso me alimentar direito.

- Passou mal? Me conte isso direito!

Acabei contando que passei mal e fui medicada, mas já estava bem. Depois que comemos, respirei fundo e lembrei de Laura e eu nos beijando no hospital. Queria a Laura sentada na minha frente, não Juliana.

- Precisamos nos afastar. - Falei firme e ela me encarou. - Afastar que eu digo é terminar o que temos, sexualmente.

- Sexualmente?

- Sim, mas podemos manter contato, por amizade.

Juliana ficou sem reação por alguns minutos.

- Você quer falar alguma coisa? - Perguntei e ela negou. - Fale, Juliana.

Ela negou e permaneceu calada. Pedi a conta e paguei. Fomos para o carro e todo o caminho foi em silêncio. No meio do caminho, falei com Laura por mensagem e informei que iria para a sua casa.

Quando chegamos no apartamento de Juliana, ela se virou para mim.

- Tem alguma outra pessoa?

- Não. - Respondi.

Ela abriu a porta do carro e saiu. O relógio do painel do carro marcava 18 horas. Cheguei na casa de Laura e lhe liguei, mas o celular estava desligado. Liguei mais vezes e nada de conseguir.

Saí do carro e fui até a portaria. O senhor me informou que Laura tinha saído há pouco tempo e não sabia o horário que iria retornar. Mandei mensagem, mas ela não recebeu por causa do celular desligado.

Suspirei e voltei para casa. Quando cheguei, Mariah estava deitada no sofá mexendo no celular.

- Cadê seu irmão? - Perguntei colocando a bolsa em um dos sofás.

- Ele saiu para encontrar com a Laura. Me ofereci para ir, mas ele não deixou. - Ela revirou os olhos.

- Para onde eles foram? - Questionei sentando no sofá e retirando o sapato.

- Não sei, mas ele foi de bermuda e chinelo, talvez para a casa dela. - Mariah voltou a mexer no celular, mas logo me encarou novamente. - Por que quer saber para onde eles foram?

- Por nada, apenas curiosidade.

Mariah negou com a cabeça, mas deixei para lá. Fui até meu quarto e tentei ligar novamente, chamou até cair na caixa de mensagem, e quanto liguei de novo, desligado.

Queria entender o que estava acontecendo, mas não tinha como encontrar Laura, principalmente com o Marcos ao lado.

No domingo pela manhã, acordei umas 8 horas, tomei um banho e tentei ligar novamente para Laura, mas chamou e não atendeu.

Saí do quarto e esbarrei com Marcos no corredor.

- Bom dia. Chegou agora?

- Sim, dormi na casa da Laura, mas ela quis ir à praia e eu continuo com sono.

Marcos entrou em seu quarto e fui fazer um café. Passei o dia inteiro no escritório estudando e adiantando coisas do trabalho. Almocei em casa mesmo com Mariah, pois Marcos continuava dormindo.

De noite, Laura me ligou e rapidamente atendi.

- Onde se meteu? - Perguntei assim que coloquei o telefone na orelha.

- Fazendo minhas coisas. Por que me ligou?

- Vamos começar tudo de novo? Pensei que no hospital...

- Cadê Juliana? - Ela perguntou, então me toquei.

- Laura, preciso me encontrar com você. Está em casa? - Ela ficou calada. - Estou indo aí, não fuja.

- Tudo bem.

Desliguei a ligação, troquei de roupa e fui até sua casa. Cheguei em tempo recorde. O porteiro já autorizou minha subida e Laura me esperava na porta.

Estava usando um short e uma blusa larga, com cabelo solto. Aquela jovem era minha perdição. Dei um beijo em sua boca e ela retribuiu, ficamos nos beijando ali mesmo na porta, até escutarmos o barulho do elevador.

Entramos em seu apartamento e fechei a porta.

- Oi! - Falei rindo e ela sorriu de lado. - Você quer ir jantar?

O celular de Laura tocou bem na hora e ela foi buscá-lo. Sentei no braço do sofá e ela voltou em estado de choque.

- O que houve? - Levantei e me aproximei. - Laura, fale comigo.

- Meu pai sofreu um acidente de carro.

Nossa EmergênciaWhere stories live. Discover now