Laura:
- Então, eu moro sozinha, será que rola um jantar lá em casa sábado? - Perguntei a Marcos enquanto íamos almoçar.
- Topo, mas estou pensando em ir à praia de tarde, vamos? Podemos ir à praia, passamos na minha casa, eu tomo um banho e au vamos para a sua casa. Pode ser?
- Por mim ótimo! Vou conhecer a sua irmã?
- Menor de idade, por favor, sem agarrar a menina.
- Qual é, Marcos! Sou nem doida! E outra, família de amigo não se toca nem deseja. - Ergui os braços.
- Muito bem.
Quando chegamos no refeitório, avistei a Dra. Furacão almoçando junto com outros médicos mais velhos. Nossos olhares, por algum motivo, se cruzaram e nos encaramos por alguns segundos.
Seu cabelo loiro, a pele clara de quem não parecia ver uma praia há anos e os olhos escuros me chamaram atenção. Eu já tinha ficado com mulheres mais velhas, não tinha curtido muito, eram mandonas demais, e então coloquei na cabeça que não iria mais ficar com gente tão mais velha que eu.
- Estão me chamando na ped. - Marcos levantou e saiu correndo.
Almocei sozinha, observando a Dra. Furacão rir com os outros médicos. Nossos olhares cruzaram de novo e dessa vez abaixei a cabeça, terminei de comer e saí do lugar.
Fiquei o restante do dia consultando e marcando cirurgias. No final do expediente, enquanto eu caminhava para o meu carro, senti alguém atrás de mim.
- Vai me assustar, Marcos? - Perguntei sem olhar.
- É a Dra. Manoela. - Escutei a voz feminina e firme atrás de mim e me virei, já encostada no meu carro. - Quero lhe parabenizar pelo trabalho de hoje, marcou 3 cirurgias cardio e ainda auxiliou em 2, muito bem.
- Fiz a minha obrigação como médica. - Respondi abrindo a porta de trás e jogando minha mochila. - Preciso ir.
- Eu não sei como você é médica, lhe acho um pouco bruta. Tem cara de muito nova para ser médica, imagina residente.
- Me formei cedo, pois entrei cedo para medicina. Posso ir? - Suspirei, abri a porta do motorista e entrei no carro.
- Mal educada. - Escutei a mulher falar baixo e saiu andando para o outro lado.
- Agora deu, minha chefe querendo saber da minha idade. - Dei partida no carro e saí do estacionamento.
Aproveitei para ligar para o meu pai, já fazia alguns dias que não nos falávamos.
- Oi, pai! - Escutei um barulho mais alto e estranhei. - Está no escritório?
- Oi, querida. Não, estou no aeroporto, preciso ir até São Paulo, houve um problema com as contas bancárias da empresa, vou direto na sede geral do banco.
- Algo que eu deva me preocupar e lhe ajudar?
- Não se preocupe, estou indo com o meu advogado, o Luís, lembra? - Revirei os olhos, eu tinha nojo desse cara. - Meu voo vai sair daqui dez minutos. Como está o trabalho?
- Estou amando, mas ainda primeira semana. Tenho algumas provas da residência na próxima semana... Ah, fiz uma cirurgia sozinha! Depois eu conto.
- Certo, filha. Preciso embarcar.
- Boa viagem. Qualquer coisa me ligue.
Cheguei em casa, coloquei uma lasanha pra esquentar no microondas e tomei um banho. Jantei enquanto estudava um pouco para as provas da semana seguinte.
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Nossa Emergência
RomanceLaura, filha única e herdeira de um império de empresas, optou por estudar medicina e se formar no que sempre sonhou. Recém-formada e residente em cardiologia em um grande hospital particular, Laura irá aprender a lidar com pessoas, cirurgias e com...