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Laura:

- Sexta à domingo, na minha casa de Jeri! Na verdade, casa da minha mãe, mas vamos todos. Você está convidada. - Marcos chegou super animado e me entregou um café quente.

- Papai vai vir para cá sexta. - Falei cortando sua animação. - Desculpa, faz mais de mês que não o vejo.

- Ah, queria tanto que você fosse... A casa é muito boa e a gente bebe MUITO! - Ele disse perdendo bastante a felicidade.

- Podemos deixar para outro dia? Realmente eu quero ficar com ele.

- Tá tudo bem, eu entendo! Vou chamar outra pessoa, não ha problema. Mas você está me devendo essa viagem. - Ele disse sorrindo.

- Com certeza, pode deixar. Outra vez eu vou.

Marcos foi chamado para a UTI da pediatria, então fui fazer minha rotina de visitas. Depois do almoço, tinham alguns papéis a serem assinados de um paciente, então me encostei no balcão da enfermaria e comecei a ler, depois assinando.

- Marcos falou com você sobre o final de semana? - Dra. Manoela se aproximou de mim e me questionou.

Soltei a caneta e prendi meu cabelo em um coque. Notei seu olhar no meu pescoço e segurei um riso.

- Sim, mas não vou, meu pai vai vir esse final de semana para cá e eu o vi no Natal. Estou com saudade e vou ficar com ele. - Respondi voltando a ler os papéis.

- Sério...? - Ela falou de uma forma decepcionada e estranhei. - Quer dizer, o Marcos estava animado.

- Ele entendeu, disse que ia chamar algum outro amigo. - Terminei de assinar os papéis. -  Não se preocupe, Dra., não estarei perto dos seus filhos e nem na sua casa esse final de semana.

Aproveitei a oportunidade de apenas sair antes que ela falasse algo.

Marcos estava meio desanimado para a viagem, pois animou muito e por eu não poder ir, estava quase desistindo.

Ao decorrer da semana, e durante os almoços, eu notava o olhar de Manoela sobre mim. Eu não retribuía muito, mas ela me observava demais.

Na sexta, esperando a ligação do meu pai para que eu fosse até o aeroporto, recebi um áudio seu pelo celular. "... filha, tive um problema e troquei meu voo. Não vou poder ir mais, estou indo para o sul, problemas novamente. Estou com saudade, desculpa."

Respondi com "tudo bem, boa viagem."

Liguei para Marcos que parecia estar saindo do hospital aquela hora, após as 19h.

- Oi! Onde você está? - Perguntei.

- Saindo do hospital, vou passar em casa, pegar minha mochila e vou para Jeri. Está com seu pai?

- Não, ele cancelou... Precisou ir ao sul. - Revirei os olhos. - O convite está de pé?

- Claro! Passo aí em 15 minutos. Vamos no meu carro, desça daqui a pouco. Vamos passar no mercado, comprar bebida e aí bebemos lá.

- Certo! Estou lhe esperando.

Arrumei uma mochila com biquíni, roupa e guardei meus documentos. Em 20 minutos ele chegou, desci às pressas e logo estávamos a caminho de Jeri, depois de comprarmos muito gin, vodka e cerveja.

- Somos exagerados. - Falei rindo. - Sorte a minha não ter plantão. Próxima semana eu trabalho sábado.

- Eu também, com plantão quarta. Então vamos aproveitar para beber e beijar muito. - Marcos disse aumentando o som.

- Beijar? Só se for em festa. - Ele piscou o olho para mim e acelerou na estrada.

- Você avisou a sua mãe que eu estou indo? - Perguntei assim que chegamos no lugar.

Nossa EmergênciaWhere stories live. Discover now