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Laura:

Quando acordei no domingo, ainda bem cedo, não encontrei Manu em casa, entao suspirei e voltei a dormir até a hora do almoço. Levantei, pedi um delivery e tomei um banho.

Quase enviei uma mensagem, mas preferi deixar ela mandar, estava chateada o suficiente para ela ir embora digirindo após beber e ainda não ter dormido aqui em casa.

Passei a tarde estudando e à noite conversei com algumas amigas por telefone, contei sobre a noite passada e depois decidi dormir, pois no dia seguinte teria uma prova e atendimento.

Após realizar a prova, ainda bem cedo, fui atender pacientes sozinha e depois com o Dr. Fábio. Quando sai de um dos quartos, Manoela estava conversando com Fernando, então fui para o outro lado para evitar conversas.

Naquele mesmo dia, já à noite, recebi uma visita maravilhosa em casa, uma amiga de infância que foi a primeira menina que beijei na vida. Renata estava estudando direito em outro Estado e veio para minha cidade para continuar advogando.

- Então, você já conseguiu emprego ou ainda está tentando? Se quiser, eu falo com meu pai e...

- Relaxa, Laurinha! Já consegui, agora sou advogada do Hospital Santa Clara.

- Que? Que ótimo, amiga! - Dei mais um abração nela. - Vamos comemorar!

- Pois vai tomar um banho para irmos jantar em algum lugar, vou só retocar minha maquiagem.

Corri para o quarto e em meia hora já estava pronta.

- Você viu meu celular? - Perguntei.

- Sim, está em cima da mesa, uma tal de Manoela te ligou e quando atendi, ela desligou, não entendi. Quem é?

- Ah, a diretora do hospital. - Revirei os olhos. - Nós transamos e ela foi embora enquanto eu dormia.

- Nossa, que pau no cu. - Ela disse fazendo careta. - Pelo menos se despede direito.

- Estou um pouco chateada com ela por isso, mas ao mesmo tempo eu deveria estar achando bom, pois não quero criar vínculo de afeto.

- Exatamente, tem que raparigar, principalmente que agora estou de volta.

Fomos jantar e aproveitamos para beber bastante. Voltamos quase meia noite para o apartamento e dormimos no meu quarto.

Pela manhã, saí para o trabalho e Renata ficou na minha casa limpando as coisas da cozinha. No hospital, tomei um café forte conversando com Fernando.

- Ei, uma amiga chegou de viagem para ficar, ela é bonitona, viu?

- E quando vou conhecer?

- Logo, posso tentar me organizar e marcar uma festinha lá em casa.

- Festinha? - Marcos surgiu ao meu lado e me deu um abraço. - Onde?

- Na minha casa, mas ainda vou marcar, pode deixar, você sera convidado.

- Acho bom mesmo.

Passei o dia trabalhando e por sorte de Deus, não vi Manoela em lugar nenhum. No final do dia, peguei minhas coisas e fui para o estacionamento.

Assim que entrei no meu carro, alguém entrou no passageiro e dei um grito, mas taparam minha boca

- Não grite, sou eu! - Manoela me encarou e arregalei os olhos. Ela tirou a mão de meu rosto.

- O que está fazendo no meu carro?

- Quero saber por que não me respondeu no WhatsApp e quem atendeu o seu telefone.

- Sou médica e estava trabalhando, quanto quem atendeu o meu telefone não devo satisfações, é assunto pessoal. Você poderia sair do meu carro?

- Está chateada por qual motivo?

- Não estou chateada. - Respondi ríspida e peguei meu celular, discando o número de Renata. - Oi, meu bem, já estou saindo do hospital, você já está na minha casa?

Renata ficou confusa do outro lado do telefone, mas continuei fingindo a história.

- Certo, chego em uns 20 minutos, beijo!

Desliguei a ligação e coloquei o celular na parte do painel, Manoela me encarou e eu encarei de volta.

- Poderia sair do meu carro?

Manoela saiu do carro irritada e logo dei partida, acelerando para sair daquele local o mais rápido possível.

Quando cheguei no apartamento, expliquei a situação para Renata e ela riu. A ajudei a procurar alguns sites de apartamentos pela cidade, já que ela iria morar sozinha e ficamos à noite inteira conversando besteiras.

Na quarta, fiz duas cirurgias sozinha pela manhã, já que Fabio apenas ficou sentado encarando uma revista científica. Após o almoço, eu já estava levemente cansada, então fui para uma das salas de descanso e deitei no sofá.

- Estão te chamando na diretoria. - Uma enfermeira me acordou após dez minutos de cochilo.

- Quem?

- Acredito que Manoela.

- Diz que estou em cirurgia. - Virei para o outro lado e a enfermeira logo saiu.

Após um novo cochilo, senti alguém bater a porta com força e acordei de repente. Manoela trancou a porta e se aproximou do sofá, me sentei de uma vez e logo levantei.

- Chamei você na minha sala, por que não foi?

- Estava dormindo, não viu? Já fiz duas cirurgias e ainda são 13 horas.

Manoela olhou para o relógio de pulso e me encarou.

- Tenho dez minutos.

Franzi a testa e ela me prensou contra a parede.

- O que está fazendo?

- Era isso que você queria? - Manoela sussurrou em meu ouvido e minhas pernas ficaram bambas. - Isso era o lanche?

- Na verdade...

Troquei nossas posições e ela me encarou furiosa, ela realmente odiava não ter controle.

- Estou saciada, acabei de comer uma... Uma bela sobremesa. - Pisquei o olho, peguei meu jaleco no sofá e sai da sala de descanso.

Eu estava molhada? Sim.
Queria ter gozado? Claro.
Mas não poderia deixar Manoela no controle da situação, não comigo.

- Olha quem chegou! - Vi Renata de longe e me aproximei. - Perdida?

- Vou começar amanhã, vou ficar em uma sala na torre da diretoria, mas vim hoje participar de uma reunião com... - Renata olhou o celular e me encarou. - Dra. Manoela.

Revirei os olhos e ela riu. Olhei para trás e Manoela me encarava de longe. Voltei a encarar Renata e sorri.

- Sabe aquela mulher que está nos olhando? Ela é a Manoela, ela acabou de me prensar contra a parede querendo me comer. - Falei baixo para que os passantes não escutassem.

- Uau, ela é gata. - Renata riu. - Então, como chego na sala dela?

- Vem, eu te levo!

Segurei a mão de Renata e saímos de mãos dadas pelo corredor até o elevador. Quando chegamos no andar da diretoria, sentamos na ante-sala para aguardar Manoela.

Ela chegou pontualmente e me encarou, depois olhou Renata.

- Pode entrar, Sra. Renata. - Manoela falou e entrou na sala, segurando a porta.

- Boa sorte, meu bem. - Falei para Renata.

Renata ficou desconsertada e entrou na sala. Dei um sorriso de alegria e logo voltei para o anda debaixo.

Nossa EmergênciaWhere stories live. Discover now