Capítulo 9

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Lauren acordou com uma pequena dor de cabeça, mas nada que tirasse de si a alegria que sentiu ontem, ela se vestiu e foi em direção ao deque particular de seu quarto onde Cal a esperava para o café da manhã. Ela sentou-se frente a ele, o mesmo estava tomando seu café e não parava de encarar a sua noiva, ele esperou que os empregados saíssem do ambiente para poder conversar.

— Eu tinha esperança que você fosse me ver ontem à noite - falou e deixou a xícara em cima da mesa.

— Estava cansada - Lauren respondeu assim que afastou a xícara dos seus lábios.

— O esforço que você fez nos deques inferiores foi, sem dúvida cansativo - ele falava baixo e com uma falsa calma.

— Vejo que você mandou aquele seu criado me seguir, típico - repousou sua xícara sobre a mesa.

— Você nunca mais vai se comportar assim de novo, Lauren, entendeu? - olhou em seus olhos e a mesma suspirou antes de responder.

— Não sou um capataz de um dos moinhos pra você controlar - ele trincou o maxilar - sou sua noiva.

— Minha noiva! - ele começou baixo e depois se alterou, se erguendo da cadeira e batendo com as duas mãos espalmadas na mesa - sim, você é a minha esposa! - ele segurou na borda da mesa e a virou, fazendo um barulho enorme em todo o deque, o que causou medo em Lauren que se encolheu na cadeira - minha esposa na prática, se ainda não for por lei. Então, deve me respeitar - ele se aproximou e segurou nos braços da cadeira aproximando o rosto do de Lauren - vai me respeitar como uma esposa deve respeitar o marido, porque não vou ser feito de bobo, Lauren - a mesma estava assustada - ainda tem alguma dúvida?

— Não - respondeu em um fio de voz.

— Ótimo, com licença.

Ele saiu do deque a deixando sozinha, ela sentiu o nó em sua garganta se desfazer e deixou o choro sair junto com seu desespero, a empregada entrou no local e viu toda a bagunça e correu em sua direção para ajudar.

— Tivemos um pequeno acidente - falou visivelmente nervosa.

— Tudo bem, Srta. Lauren - a mulher estava ajoelhada no chão e recolhia alguns talheres.

— Desculpe, Trudy - ela se ajoelhou ao lado da mulher e tentou ajudar - deixe-me ajudá-la - pediu chorando.

— Tudo bem senhorita - olhou no rosto de Lauren e a mesma caiu sentada no chão e começou a chorar - tudo bem senhorita.

Depois de limpar toda a bagunça, Trudy foi para o quarto com Lauren e estava ajudando a mesma a se vestir, apertava o cordão de seu espartilho enquanto Lauren se segurava em uma pilastra de madeira próxima a cama.

— Chá, Trudy - Clara entrou no quarto e assim que a mulher saiu, ela trancou a porta e foi em direção a sua filha, virou seu corpo e começou a apertar o cordão do espartilho com força - não pode mais ver aquela moça, entendeu? - esperou resposta e não obteve - Lauren, eu a proíbo.

— Pare, mãe - respondeu - daqui a pouco o seu nariz vai começar a sangrar - se assustou quando sua mãe virou seu corpo bruscamente e a encarou.

— Isto não é uma brincadeira - falou ríspida - a nossa situação é precária, sabe que o dinheiro se foi.

— Claro, sei que se foi, você me lembra disso todos os dias - respondeu olhando nos olhos de sua mãe.

— Seu pai, não nos deixou nada além de dívidas ocultas pelo bom nome - apertou o braço da filha - esse nome é a única carta que temos para jogar, não a entendo. Será um bom casamento com Hockley, garantirá a nossa sobrevivência.

Titanic - Camren Where stories live. Discover now