FOREST SECRETS (Segredos da floresta)

Capítulo 39

Yong-Joon:_ Espere, rapaz. – disse se dirigindo a Taehyung. – Tem uma coisa que vocês precisam saber antes de tentarem convencê-la a ficar.

O rapaz parou, mas não encarou o homem. O ciúme ao vê-la tratar aquele homem com carinho, coisa que nunca fizera com ele, o incomodava bastante.

Namjoon:_ Diga. O que é?

Yong-Joon:_ Cris é menor de idade em nosso país e o irmão tem sua guarda legal. Se ela não voltar comigo, Hyun Joong vai dar entrada nos papéis para que ela seja deportada legalmente de volta. Isso poderia prejudicar sua família.

Taehyung apenas o olhou sem dizer nada e a puxou com ele, se afastando dos demais.

Quando chegaram a cachoeira ela se soltou dele com um safanão, como sempre fazia.

Cris:_ O que você quer de mim?

Taehyung:_ Que você pare de se arriscar pensando somente nos outros!

Cris:_ As meninas da vila são tão importantes pra mim quanto seus irmãos são pra você!

Taehyung:_ Isso é uma armadilha pra você voltar!

A garota desviou o olhar.

Cris:_ Eu sei...

Taehyung:_ Então não vá! Deixe que a polícia faça alguma coisa por elas. Denuncie!

Ela sorriu com tristeza. Se aproximando de uma enorme pedra, ela subiu nela e se sentou.

Cris:_ Vocês aqui no sul têm uma visão de contos de fadas que chega a ser poética... Mas infelizmente não é assim que funciona de onde eu venho.

Taehyung:_ Você não tem que salvar todo mundo, Cris!

Cris:_ Você diz isso porque não são pessoas que você ama! Você ouviu Yong-Joon-oppa. Eu preciso voltar.

Taehyung:_ Mesmo que você volte, como vai enfrentar seu irmão? Eu tentei e quase fui morto por ele!

Cris:_ Eu sei que não posso enfrentá-lo! Há muito tempo eu tento mudá-lo. E morrerei tentando!

Taehyung:_ Eu não vou deixá-la ir! – gritou furioso.

Cris:_ Você não pode me impedir! – ela também gritou. – A vida é minha! E minha vida é lá!

Taehyung:_ E quanto a nós?

Cris:_ Não há nenhum nós! – retrucou irritada.

Ele a encarou chocado, a mágoa transpareceu visível nos olhos dele. Os movimentos dele foram tão deliberadamente lentos quanto uma cobra preparando o bote. Taehyung se aproximou perigosamente dela.

As mãos dele apertaram sua cintura, seus braços tremiam, tamanha a força que fazia para se controlar. Não podia se transformar agora. Ela percebeu a fúria dentro dele, mas ela não o temia. Cris sabia que ele era diferente dos outros homens que conhecera e sabia que ele jamais a machucaria.

Antes ela só acreditava na bondade de dois homens apenas, seu irmão Seung-ho e seu segundo pai Yong-Joon. Depois de conhecer a família de Taehyung, Cris descobriu que havia mais pessoas boas, e amor entre elas.

O dilema o dilacerava. Estava com muita raiva da indiferença dela, mas não havia nada que pudesse fazer se ela realmente decidisse ir embora. Cris não se amedrontava com suas ameaças e ele jamais seria capaz de forçá-la a nada, muito menos ficar ao lado dele.

Tudo o que lhe restava fazer era respirar fundo e recuperar a calma. Cris ergueu o queixo desafiando-o a recomeçar a briga. Taehyung baixou o olhar, reparou que ele estava posicionado entre as pernas dela e estremeceu. Quando voltou a encará-la, já não era raiva ou mágoa o que Cris viu estampado no olhar vermelho-âmbar.