Capítulo 23

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Desirè ainda estava na varanda, acompanhada de Seung-ho, quando Inguk foi encontrá-la. Ele viu o olhar triste e perdido da moça. Seu coração se apertou.

Inguk:_ Podemos conversar?

Ela ergueu os olhos e concordou com a cabeça. O bonito homem lhe sorria, não parecendo mais tão assustador quanto antes. O rapaz mais novo se levantou.

Seung-ho:_ Vou deixá-los à vontade. Estarei no quarto de Takuya se precisarem de mim. Boa noite, hyung. Boa noite, noona.

Inguk:_ Boa noite.

Desirè:_ Boa noite, Seung-ho.

Inguk:_ Eu acho melhor conversarmos lá dentro. Prefiro não arriscar sua vida ainda mais.

Ela concordou e entraram. Inguk indicou o sofá e eles se sentaram.

Inguk:_ Acho que passou da hora de você saber de tudo sobre aquela noite, não é? A do ataque à sua amiga.

Desirè:_ Eu quero sim, saber sobre o ataque a Grace, mas... – ela engoliu em seco, tomando coragem para falar. – Eu também quero saber tudo sobre a noite em que conheci Jungkook.

Inguk sorriu. Ele devia saber que ela não deixaria nada passar. Ele nem podia reclamar, afinal se interessara por ela também por sua personalidade forte.

Inguk:_ Sim. Eu imaginei que sim. Ao, vamos dizer assim, "ficar" com Jungkook, sua memória voltou, não é verdade?

A moça arregalou os olhos, chocada, e seu rosto ficou quente, dando a ela a certeza de que devia estar ficando muito vermelha.

Inguk:_ Não precisa ficar envergonhada, Desirè, você é uma mulher adulta.

Desirè:_ Como... como você sabe? Foi esse o motivo?

Inguk:_ Eu sei porque sou um alpha, e também te conheci antes de acontecer, mas não se preocupe, não é como se eu fosse sair por aí contando a alguém.

Desirè:_ Eu recuperei a memória por isso?

Inguk:_ Sim.

Desirè:_ Mas, afinal por que eu a perdi? Por que eu tinha esquecido quase tudo o que aconteceu naquela noite?

Inguk:_ Peço perdão por isso, Desirè, mas o responsável fui eu. Meu dom é controle da mente, conseguir apagar a memória das pessoas.

Ela o encarou, espantada, depois baixou os olhos, apertando as mãos no colo.

Inguk:_ Olha... eu sei que deve estar confusa, mas eu peço, não tenha medo de mim. – ele se aproximou e tocou o rosto dela com a mão, o que a fez encará-lo novamente. – Eu não queria que você vivesse em pânico, com medo de nos encontrar, achando que queríamos matá-la. Eu não queria te fazer mal, mas tanto você quanto Jungkook pensaram isso, e eu não tive outra escolha. Me perdoe...

Desirè:_ Por que você tentou... por que tentou me beijar?

Ele sorriu e acariciou o rosto dela com a ponta dos dedos.

Inguk:_ Não pude evitar. Eu a segui e protegi durante mais de seis meses, antes de tudo aquilo. Eu me afeiçoei a você, me inspirei em você. Admirei sua força, sua determinação, sua beleza. – ele suspirou. – A vontade, o desejo, foi mais forte do que eu... e continua sendo... – disse num sussurro.

O homem olhou para a boca dela e se aproximou mais, entreabrindo os lábios. Desirè instintivamente afastou o rosto, desviando os olhos azuis.

Desirè:_ Não.

Ele a soltou e ela se levantou.

Inguk:_ Desirè, naquela noite você...

Desirè:_ Não. – ela o interrompeu. – Naquela noite eu te disse não, mas sem um motivo concreto para isso. Foi apenas instintivo, mas hoje... Eu sou mulher de um homem só. E esse homem é Jeon Jungkook.

FOREST SECRETS (Segredos da floresta)Onde histórias criam vida. Descubra agora