Capítulo 1

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A lua brilhava no céu, e a moça sentiu um arrepio de frio percorrer seu corpo. Desirè abriu os olhos e se viu em meio a densas e escuras árvores, deitada no chão gelado do que parecia ser uma floresta. Estava usando uma camisola fina e um casaco por cima, que em nada ajudava na noite fria, nos pés apenas seu par de chinelos. Ela se levantou assustada e saiu correndo, sem nem saber para onde.

A moça diminui o ritmo para respirar, mas continuou caminhando depressa, o vento açoitando as árvores ao seu redor, que pareciam cada vez maiores, bagunçando seus cabelos, e seu único pensamento coerente era: "como vim parar aqui?"

Ao ouvir o som de galhos se quebrando ela parou. Tentou controlar sua respiração ofegante para que pudesse descobrir de onde partia o som. Pareciam passos, e logo atrás dela. Desirè pôs a mão na boca para abafar um grito e se pôs de novo a correr, o mais rápido que conseguia, desviando dos galhos das árvores. 

Correu durante bastante tempo, até perceber que parecia correr em círculos, sempre voltando ao mesmo lugar, e o som de passos tinha desaparecido. Desirè parou e respirou fundo, o pânico ameaçando dominá-la, o frio cortante doendo em sua pele.

Começou a chorar baixinho e abraçou a si mesma, fechando os olhos. A moça se lembrou de uma oração que sua mãe rezava quando ela era criança e começou a repeti-la, em voz baixa, pensando estar em meio a um pesadelo.

"Now I lay me down to sleep

(Agora me deito para dormir)

Pray the Lord my soul to keep

(Peço ao Senhor para a minha alma guardar)

If I die before I wake

(Se eu morrer antes de acordar)

Pray the Lord my soul to take

(Peço ao Senhor para a minha alma levar)"

Quando Desirè achou que tinha descansado e se acalmado o suficiente, voltou a caminhar. Os passos recomeçaram e ela prendeu a respiração. Desta vez eles pareciam ainda mais próximos e ela correu, o máximo que pôde, para longe deles.

A moça corria, tropeçava nas raízes das árvores, caía e se levantava rapidamente, e continuava correndo. Ela parou de repente, ao se deparar com uma casa, grande demais, que nem parecia pertencer a floresta. 

Desirè correu na direção dos portões, pensando em pedir ajuda, mas logo percebeu que tudo estava escuro, a casa parecia vazia. A construção bonita se destacava no meio das árvores. O gramado crescido e as inúmeras folhas secas pelo quintal faziam parecer que, há muito tempo, não morava ninguém ali.

Desirè recomeçou a chorar e se sentou no chão da varanda, na frente da porta de entrada. Pouco tempo depois, a porta se abriu de repente, fazendo-a cair. Ela deu um grito de susto. 

Homem:_ Quem é você?

Desirè se levantou rapidamente, dando alguns passos para trás, sem tirar os olhos da figura que surgira nas sombras.

Desirè:_ Eu... me desculpe. Pensei que a casa estivesse vazia.

O homem se aproximou e Desirè prendeu o fôlego. Ela não pôde deixar de notar o quanto ele era lindo, não era muito alto, mas o rosto era muito bonito, olhos escuros, sobrancelhas retas, lábios cheios e sensuais.

Baixando os olhos ela viu que ele estava sem camisa. Desirè desviou o olhar do físico perfeito, envergonhada.

Desirè:_ Me perdoe. Eu já estou de saída. Peço desculpas por incomodá-lo, mas como sabia que eu estava aqui?

FOREST SECRETS (Segredos da floresta)Where stories live. Discover now