Capítulo 44

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Tamara


Não sei por quanto tempo dormi desde a última vez que desmaiei depois das tantas sessões de pancadas.

Acordo agora jogada em um canto da sala e não vejo ninguém por perto, com dificuldade levanto sentindo dores até no abrir e fechar os olhos e pra piorar as lágrimas inundam meus olhos e por onde elas descem pelo rosto parece queimar, ando até uma das janelas que estão abertas e vejo os tantos homens ao lado de fora.

“ Claro ele não é burro.” Penso comigo mesma.

O sol já está se pondo  indicando que o dia já está no fim e provavelmente já estão todos a minha procura, meu coração dói a imaginar a preocupação de minhas irmãs e meu pensamento logo segue para o pai do meu filho. “Cadê você Enrico no momento que mais preciso?”

Passo a mão na barriga ao sentir uma forte cólica e em silêncio faço uma pequena prece a Deus.

“Por favor santo Deus proteja o bebê.”

Me arrasto até o sofá e tiro o pano empuerado que o cobre e tenho uma crise de tosse devido ao pó que entra pelas minhas narinas e é um tormento a dor que sinto como se estivesse me rasgando por dentro, deito no sofá em posição fetal, a mesma posição essa que usei  para proteger ao máximo o meu bebê nas seguidas horas de violência que sofri e aos poucos meus olhos começam a fechar novamente mas o abro inúmeras vezes quando até que o cansaço me vence e os fecho sem forças para abri-los novamente.

“ Não durma, mantenha-se acordada" ordeno a mim mesma “Só um pouco, dormirei só um pouco.”

Acordo novamente ouvindo gritos raivosos de Andrei que estava frustrado por não ter conseguido pegar uma das minhas irmãs devido ao reforço da segurança que as cercavam  o que me causou um certo alívio, o que durou pouco pois assim que me viu deitada no sofá veio até a mim.

__ o que você pensa que está fazendo? __ puxou meus cabelos e me derrubou no chão __ você não está em um hotel.

Não satisfeito em me ver no chão ainda desferiu em mim chutes e novamente  a única coisa que fiz foi proteger minha barriga.

__ por favor pare __ falei entre dentes  com raiva de mim mesma por implorar para um lixo como ele, mas meu orgulho só não era maior que o amor pelo meu bebê e nesse momento o que importa é protegê-lo __ eu imploro __ com dificuldades fiquei de joelhos.

Andrei deu uma risada alta de satisfação __ é assim que gosto de te ver de joelhos e implorando, logo suas irmãs estarão aqui com você e vou ver as três implorando.

Depois de me ver humilhada seu humor parece ter melhorado um pouco, ele estava mais calmo e até mesmo me deu algo para me alimentar e água para beber. Não havia vontade alguma em comer mas sei que preciso me manter forte até ser encontrada ou fugir daqui.

As horas aqui demoram a passar, estou em canto da sala sentada abraçada aos joelhos fazendo o possível para me manter longe dos olhos do meu agressor.

" Talvez se ele não me ver..."

Meu pensamento foi interrompido quando ouço um barulho vindo do lado de fora e vejo Andrei caminhar rapidamente até a porta de entrada.

Entre o amor e a razão Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang