Capítulo 26

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Enrico

Quando Mara falava da sua aversão ao amor e relacionamento eu achava bom porque era isso que procurava em uma mulher.

" Ela era a mulher perfeita para mim que não queria me apaixonar."

Eu queria alguém que não me amasse, que não quisesse um relacionamento sério e que não me cobrasse o mesmo, mas quando finalmente achei o que procurava, eu me apaixonei de uma forma louca e irracional.

"O feitiço virou-se contra o feiticeiro."

Ela não me quer na mesma intensidade, o que de certa forma é bom pra mim, não tenho tempo mesmo, em pouco mais de um ano vou morrer.

A mulher por quem me apaixonei tem um desejo de vingança muito grande e o pior de tudo é irredutível a sua aversão ao amor. Eu consigo ver nos seus olhos que ela me quer, mas deixou claro no nosso último encontro que não mudará seu modo de pensar.

E hoje essa mesma mulher está sendo apresentada a toda a sociedade como a sucessora do meu pai em um negócio que ela é totalmente contra, iniciando assim seu primeiro passo para sua tão sonhada vingança.

“Eu não irei, a esse coquetel.”

Nos últimos dias tenho tentado convencer a mim mesmo que se afastar será o melhor para ambos, afinal o que será depois dela quando eu morrer.

__é melhor assim, vou fazer o que ela me pediu e vou esquecê-la.  __ tento convencer a mim mesmo.

“A quem estou tentando enganar.”

O relógio marca 7:30 da noite e o coquetel começaria as sete, subo as escadas do apartamento de Ivan  e vou para o quarto de hóspede, tomo um banho  rápido e visto um smoking.

Quase uma hora mais tarde estou de frente ao salão onde está acontecendo o evento entregando as chaves do carro ao manobrista.

Ao entrar fui surpreendido por Susan que se agarrou a mim como um carrapato, nesses eventos é normal estar acompanhado, mas não era da companhia dela que eu necessitava. Olhei por todo o salão a procura da menina-mulher que tem me tirado a sanidade, vi todos os grupos de corruptos reunidos ali; políticos, empresários de todos os ramos, policiais, médicos, afinal toda ajuda é bem vinda quando se trata de ilegalidade, meus irmão e as esposas, caminhei e finalmente... ela caminhando na mesma direção em que eu seguia.

Seu olhar parecia procurar por algo ou alguém quando pararam em mim, aquele olhar penetrante ficou no meu por alguns segundos, até que ela seguiu em outra direção.

Quando me encontrei com meus irmãos e cunhadas apresentei Susan como uma amiga, pois é o que ela representa para mim, mas parece que ela não se agradou do título que recebeu.

Minutos depois a garota que a pouco me evitava seguiu em nossa direção guiada por Ivan, seu olhar estava triste e seu sorriso falso não conseguia disfarçar os olhos de quem havia chorado.

Meus olhos a observava, enquanto ela e Susan travavam uma batalha ao qual não dei muita atenção, eu só tinha uma preocupação agora.“ Quem a fez chorar?”

Eu podia ver no seu olhar que ela me questionava  se eu ia ou não fazer o que ele disse e a esqueceria.

"Não, eu não vou te esquecer nunca, posso até me afastar mas não posso te esquecer. "  Essa com certeza não era a resposta que ela queria ouvir.

__ você não acha Enrico? __ Ouço Salvatore  me perguntar algo mas não sabia o que.

__ o que? __ tento me concentrar no momento __ desculpa eu não entendi __ continuo olhando a garota orgulhosa a minha frente de braços dado a meu irmão mais velho.

Entre o amor e a razão Where stories live. Discover now