Guarda

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O outono havia chegado com tudo naquele ano, e em determinados dias, era quase impossível sair de casa sem casacos mais grossos – para a felicidade de Hermione e infelicidade de Rose. Os dias pareciam cada vez mais curtos e tudo o que a morena queria era um pouco a mais de tempo em tudo o que fazia, mas parecia que Mérlin, mais do que nunca, não estava ao seu lado.  Havia conversado com Kingsley sobre deixar o departamento dos aurores e focar em seu trabalho no Departamento de Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas, afinal o FALE ainda estava como suas prioridades dentro do Ministério, e isso estava deixando Hermione maluca: quanto mais ela se dedicava para terminar casos antigos, seus e de Harry, mais casos quase impossíveis pareciam aparecer, fazendo com que todos os aurores largassem tudo o que tinham pela metade para tentar resolvê-los. Além disso, Júlia lhe tirava cada vez mais o sono com suas ameaças – agora – silenciosas à Rose, que se recusava de toda e qualquer maneira a ver o pai, que claramente culpava Hermione.

Revirando os olhos ao perceber que estava pensando nisso outra vez, a morena suspirou e assinou o relatório que escrevia, levitando-o até a mesa de Harry em seguida. Olhando para o relógio na parede, guardou suas coisas e esperou Harry, saindo com o melhor amigo pelos corredores do Ministério da Magia, conversando sobre o jogo daquela noite e sobre a ansiedade de Gina, que se despediria do quadribol temporariamente – até o menino James Sirius nascer ou Molly Weasley não proibir a filha de chegar perto de uma vassoura novamente.

Despedindo-se de Potter e de mais alguns colegas de trabalho, Hermione usou a rede de flu para chegar até a Toca, encontrando a filha na cozinha. Em cima de uma banqueta, Rose ajudava Molly com o que parecia ser massa de biscoitos, o rosto sujo de farinha e um enorme sorriso no rosto, que só aumentou quando percebeu a presença de Hermione ali, vários minutos depois. Depois de cumprimentar a segunda mãe, Granger aceitou o chá sentou-se com as outras duas meninas na cozinha, conversando enquanto elas terminavam a receita supersecreta que a vovó Weasley fez, já que Rose queria levar alguns daqueles biscoitos para casa – e para Bichento, o que não demorou muito. Cerca de meia hora depois, as duas já estavam em casa: a pequena de banho tomado e vestida da cabeça aos pés com o uniforme do Harpias de Holyhead, uma bandeira verde em uma das mãos, arrancando um suspiro e uma gargalhada da mãe.

— Quando eu crescer vou fazer igualzinho a tia Gina, mamãe. — Rose corria pela casa com uma das bolas de Bichento, jogando-a de um lado para outro e indo atrás antes que ela caísse no chão, imaginando-se numa vassoura. — Você acha que eu consigo?

— É claro que consegue, Rose. — Hermione sorriu para a filha. — E se quiser, pode até pedir para Gina lhe ensinar, ou para qualquer pessoa que você conhece, na verdade. Todos eles são ótimos jogadores, inclusive seu pai.

— Sério? — o olhar da ruivinha brilhou com a possibilidade, fazendo com que o coração de Hermione acelerasse ao perceber que ela realmente o faria.

— Sim. Quando tiver idade para isso, tenho certeza que ele vai lhe ensinar tudo o que sabe. — a morena gargalhou com a reação de Rose ao ouvir sobre a idade e voltou a vestir o casaco, aparatando com a pequena para o estádio logo depois.

(...)

— Tem certeza de que não querem jantar conosco? — Gina questionava pela terceira vez, os cabelos ruivos ainda amarrados e ainda sujos com a tinta verde que haviam lhe jogado no final do jogo que havia ganhado. — Temos camas sobrando em casa para colocar Rose dormir.

— Obrigada, Gina. — Hermione sorriu, abraçando a amiga e sorrindo orgulhosa da ruiva. — Mas ela está com essa péssima mania de só dormir na própria cama ou na cama de Draco, e sei que isso só vai causar problemas e drama da parte dela, e hoje é um dia de comemoração.

Como se ainda fosse real - fremione   //Concluída //Where stories live. Discover now