XXXIII - O que você fez?

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- O que você fez pra ela? - Gabriela rosnou entre dentes cobrando explicações sobre o estado de Ludo. O que eu ignorei e falei diretamente com Ludo.

- Ludo, o que foi isso? - Perguntei com a voz calma.

Ludo não tinha reação, ela apenas me encarava como se esperasse crescer outra cabeça em meu pescoço.

- Gabriela, saia e me deixe a sós com a Ludo.

- Nem fodendo! Pode aparecer o demônio na minha frente, mas não saio daqui. Eu entrei porque ela gritava para parar. Não sei o que aconteceu, mas não vou deixar minha amiga sozinha.  - Gabriela foi enfática e manteve sua voz firme e seu olhar no meu, nem parecia a mesma menina de minutos atrás. Olhei para a minha menina e continuei falando com ela.

- Ludo, você está tremendo. Posso te vestir? - esperei alguns minutos pela resposta que não veio. Mesmo assim peguei o vestido dela e me aproximei.

- Amiga, eu estou aqui! Quer que eu te vista? - Ludo virou o rosto para Gabriela e depois voltou a olhar para mim.

- O que você quer Ludo? Pode falar abertamente. - disse pois ela poderia estar esperando por alguma ordem, entretanto ela continuou calada.

Me aproximei e me abaixei olhando para Ludo.

- Vou tocar em você, vou te descobrir e vou te vestir. - comecei a achar que o pesadelo que ela teve poderia ter relação com algum abuso que ela possa ter sofrido, então decidi narrar todos os meus passos.

- Gabriela, saia do sofá, por favor. - Gabriela me olhou como se dissesse que eu precisaria arrastar ela e até abriu a boca para dizer algo, que eu cortei. - Não estou mandando sair do escritório, estou falando para sair do sofá. Preciso vestir Ludo.

Satisfeita por permanecer com a amiga, Gabriela saiu do sofá e deu um beijo na testa de Ludo.

- Amiga vou ficar ali naquela poltrona. Não vou sair daqui sem você.

######

Eu escutava uma voz distante me chamando para acordar. Me ordenando acordar. Sempre que eu acordava era punida, eu não queria ter que acordar. Alguém deitou do meu lado. Congelei. Mas algo ruim não aconteceu.

Mãos passavam pelos meus cabelos. Uma voz calma e doce prometeu cuidar de mim. Mas e se fosse mentira?

Abri meus olhos e a imagem não se encaixava na minha cabeça. Um homem me observava com olhos preocupados, sentia alguém deitada atrás de mim. Elas discutiam e ela usava um tom que seria motivo de punição para mim alguns anos atrás, mas ela não parecia ter medo disso. Olhei para ela e depois para o homem outra vez. Eles continuavam falando e de repente ela saiu do sofá e o homem se aproximou falando alguma coisa.

Eu não conseguia entender o que eles diziam, mas ele se aproximou me olhou falou alguma coisa e eu me preparei para o impacto, para a dor, para a punição, meus olhos já se enchiam de lágrimas, as quais eu sabia que deveria segurar.

Mas nada disso veio, eles pegou meus braços e passou por um vestido lindo, logo passou a minha cabeça e desceu a roupa pelo meu corpo ao mesmo tempo que me descobria. Quando o vestido estava no meu corpo ele me cobriu outra vez. Ele se sentou no sofá , colocou minha cabeça em seu colo e acariciei meus cabelos.

Nesse momento as lágrimas fugiram e eu já não sabia mais se seria punida.

######

- O que está acontecendo com ela? - Gabriela estava realmente preocupada.

- Não sei Gabriela. - eu realmente não sabia, já tínhamos feito cenas muito próximas a de hoje. Ela sempre gostou de se fazer de cadela, a privação dos orgasmos são rotineiras nas nossas cenas, é raro não ter, o plug anal foi um pouco maior, mas já tínhamos feito com menores.

- Você deve ter feito alguma coisa pra ela. Ela estava gritando.

- Gabriela, sei que nosso mundo pode parecer estranho para você. Que o primeiro contato que você teve foi ter assistido a punição de Marta. Sei que talvez você ainda não entenda, mas tudo o que eu e Ludo  fazemos se baseia nas regas são, seguro e consensual. Não fiz nada que já não tenhamos feito outras vezes, ela nunca pediu para parar e isso aqui nunca aconteceu.

Gabriela olhava Ludo como se ela fosse quebrar a qualquer momento.

- Vou pegar um copo com água para ela.

- Tem copos na terceira portado armário e lá também tem água.

Gabriela serviu o copo e veio em nossa direção.

- Amiga, se acalma. Pare de chorar. Aqui, bebê essa água.

Ludo não se moveu e Gabriela me olhou. Puxei Ludo para cima colocando-a em meu colo. Peguei o copo que Gabriela trouxe e coloquei na boca de Ludo. Ela logo bebeu todo o conteúdo e me olhou. Reconhecimento passou pelo seu olhar, seu corpo relaxou e ela voltou a chorar.

Minha descoberta dos 15 aos 28Where stories live. Discover now