Tão Perto

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Karol

Meses depois...

Um dia antes do casamento.

Os meses se passaram como uma brisa fresca que trouxe para nós um pouco de paz.

Era tão esquisito parar pensar como tudo mudou. Foi da água para o vinho. Mas isso se devia ao fato de termos finalmente saído daquela maldita mansão.
Agora estávamos em nossa casa, no nosso lar, rodeados de natureza, de segurança de confiança que Ruggero mesmo havia contratado. Tudo começou a entrar nos eixos.

Não que eu tivesse deixado de sentir medo, porque sim, meus medos continuavam ali tão vivos quanto eu própria, mas com o passar dos dias e a falta de noticias do maldito escorpião, comecei a lutar contra os meus demônios.
Decidi que não iria permitir que aquele infeliz estragasse os nossos sonhos.

A equipe de Ruggero continuava atrás dele, mas o cara tinha evaporado.

Porém, conversando com meu noivo cheguei à conclusão de que eu não ia mais ficar à mercê do que viesse a acontecer.
Não mesmo.
As coisas seriam do meu jeito. As minhas forças estavam voltando.

Eu quase podia respirar em completa paz novamente.

─ Fica bem aqui! ─ Ruggero pediu, me fazendo parar na varanda da entrada, antes de chegar ao jardim que tinha sido podado no dia anterior.

Era domingo e o sol brilhava no céu. E eu queria ir para a piscina já que Henry estava por lá, porém Ruggero decidiu que seria um bom dia para fazer uma surpresa, então praticamente me fez vestir o biquíni às pressas e foi me guiando até o lado de fora, sem me deixar nem pegar algo para comer na cozinha.

─ Será que pode me explicar o que está acontecendo, seu maluco? ─ Eu estava rindo.

Era impossível não rir para aquele homem lindo usando aquela regata azul e calção velho, todo bronzeado por causa do solzão que tinha feito no sábado e ele passou a maior parte do tempo consertando uma mesa de madeira que tínhamos encontrado durante as reformas da casa.

Ruggero havia colocado na cabeça que precisava ajeitar aquela mesa para colocá-la perto da piscina para os almoços de família.

O problema foi que ele tinha se esquecido do filtro solar e agora estava todo vermelho.

Mas ainda era o homem mais lindo do mundo.

─ Se eu te explicar perde toda a graça. ─ Ele sacou um lenço laranja do bolso. ─ Vou ter que vendar você, baby.

Abanei a cabeça e dei um passo pra trás.

─ Não, Ruggero! Eu sou curiosa. Assim você vai me matar de curiosidade. Diz logo!

─ Eu acho melhor que veja.

─ Ótimo, então não precisa me vendar!

─ Ah que engraçadinha! Quero que você veja a surpresa, mas só quando eu deixar do jeito certo. Agora vem cá, não seja teimosa.

Relutei um pouco, mas era muito difícil negar alguma coisa para ele.

Virei de costas e deixei que amarrasse o lenço atrás da minha cabeça em um laço ligeiramente apertado.
Então, depois, meu noivo veio para a minha frente e ajeitou as bordas do tecido, tampando completamente a minha visão.

À Prova de BalasWhere stories live. Discover now