Perfeitamente Quebrável

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Karol

A Margô realmente era um fenômeno em todos os sentidos. O bazar de roupas dela estava a todo vapor. As compras eram frequentes e a divulgação explodia em todas as redes sociais. Os fãs – assim como eu – queriam um pouquinho dela, nem que fosse apenas uma blusa que ela usou em alguma apresentação.

Eu tive uma grande sorte em poder estar tão pertinho dela.

Por isso eu não podia desapontá-la de modo algum. Assim que ela me trouxe o notebook e um celular reserva, comecei o meu trabalho.
Mudei o layout do site de vendas para algo mais colorido, jovial, exatamente como a Margô gostava; depois preparei alguns banners para distribuir entre os fãs clubes e, claro, tratei de dar uma repaginada nas páginas oficiais. Dessa forma atrairia mais público.

A minha patroa também pagava tráfico online, ou seja, propagandas automáticas que surgiam como anúncios em redes sociais como: facebook, instagram, twitter...
Assim os produtos teriam o triplo de alcance e geraria mais dinheiro, e como consequência poderíamos ajudar mais pessoas com as verbas.

Eu me sentia extremamente feliz por ser parte disso.

E foi ótimo me ocupar de cada detalhe seguindo a risca os pedidos da Margô, porque assim afastei da minha cabeça o sonho estranho que esteve comigo a noite inteira. Algo dentro de mim só podia estar muito ferrado para ter sonhado com o Detetive no meu quarto, olhando-me.

Mas pareceu tão real...

Esfreguei o rosto e bufei.

Estou ficando maluca. Completamente maluca.

Ruggero Pasquarelli e sua arrogância jamais voltariam ali para me ver dormir. Ele devia estar me odiando por ter esfregado em sua cara todo seu planinho nojento. E assim como eu, provavelmente nutria um péssimo sentimento em relação a qualquer proximidade de nós dois.

Ele tentou jogar comigo, mas não sabia que nesse jogo de traições eu já era craque.
Já tinha passado por merdas demais para cair no golpe daquele que mais demonstrava ter repulsa de mim. Eu só não sabia por que ele fazia tanto esforço para mostrar o contrário, afinal estava óbvio que me odiava assim como eu odiava a ele.

Claro, a atração era real, mas a raiva também.

E nesse caso o ódio e o amor não andavam juntos. Principalmente porque o Detetive estava disposto a descobrir o meu passado só para usar contra mim.
Tudo bem que eu já havia sido inocentada e não devia mais nada a justiça, mas só Deus sabe o que ele faria com essa informação, especialmente porque era um deles. Ele era da mesma corporação maldita do Blaine e do Logan. Eram todos iguais.

─ Ruggero é ruim, Karol. Ele é ruim. ─ Repeti baixinho.

Respirei bem fundo e massageei as têmporas, afastando as lágrimas que subiam até meus olhos.
Eu andava sentimental demais. E isso era um erro.

─ Karol?

Sobressaltei-me ao som da voz da Margô, mas imediatamente a mandei entrar no quarto.

Ela deixou a porta entreaberta e se aproximou da cama, entregando-me um copo de suco de laranja.

─ Não precisava. Eu juro que logo...

─ Karol, não precisa ficar se explicando ou se desculpando a cada meia hora. Eu sou sua patroa, mas não o seu carrasco. ─ Sentou-se na beirada do colchão bem perto da almofada que sustentava meu tornozelo inchado e dolorido. ─ Como estão indo as coisas?

Apoiei o copo na mesinha ao lado da cama e virei o notebook de modo que ela pudesse dar uma olhada nas mudanças que fiz.

─ Está indo tudo ás mil maravilhas! De verdade, Margô, o seu bazar é um sucesso! E eu estava pensando que talvez pudéssemos...

À Prova de BalasWhere stories live. Discover now