Ruggero
─ Eu dirijo. ─ Murmurei dando a volta no carro.
─ Claro que não. Eu dirijo!
─ Você parece a minha avó dirigindo. E nós temos pressa. ─ Guinchei dando o assunto por encerrado.
Agustín entrou do outro lado e bateu a porta.
─ Eu tenho prudência. ─ Se defendeu assim que liguei o motor, dando a ré na maior velocidade possível.
─ Bota o cinto e cala a boca.
Pisei no acelerador e acionei a buzina.
Não tínhamos tempo a perder.
─ Eu não sou um capacho seu, entendeu? Estou aqui pela Karol e vou fazer o que for preciso para tirá-la das mãos daquele infeliz. Mas isso não lha dá o direito de querer mandar em mim ou achar que...
─ Deixe o seu discurso pro tribunal, Dr. ─ Coloquei a cabeça pra fora da janela aberta. ─ SAI DA FRENTE, PORRA!
O carro solavancou quando subi para a via expressa, cortando caminho por um caminhão que freou bruscamente a me ver passar derrapando no mínimo espaço entre ele e uma moto.
─ Se algo acontecer com nós dois, não poderemos ajudá-la. Porra! ─ Ele gritou com a mão espalmada no painel do carro a sua frente.
Ele não entendia. Nada aconteceria comigo antes de arrancá-la das mãos do Blaine.
─ Quero que preste muita atenção ao que eu vou dizer... ─ Girei o volante entrando noutra estrada. Um atalho que eu conhecia muito bem. ─ Claramente não irei chamar reforços, porque até onde sabemos, qualquer um pode ser capanga do Blaine. Não tem o caralho da chance de isso dar certo se chamarmos uma viatura ou coisa do tipo.
─ Concordo. Aquele infeliz já fez a vida da Karol um inferno de diversas formas possíveis. E uma delas é, justamente, comprando esses policiais corruptos.
Rangi os dentes de raiva.
Como fui tão cego?
─ Você os conhece há muito tempo, não é?
─ Conheci o caso da Karol pela televisão. Fui chamado para atuar no processo como ajudante de um advogado mais experiente, porém o cara abandonou tudo antes da primeira audiência. Claramente foi comprado também.
─ Mas quem diabo era esse tal de Logan afinal?
─ Um policial. ─ O carro solavancou de novo e Agustín me lançou um olhar enviesado. ─ O cara era de uma das famílias mais ricas do país. E parece que ajudaram o Blaine e por isso o imbecil acha que tem alguma dívida com eles.
Assenti.
─ Tudo bem. Mas voltando... ─ Precisei parar quando o sinal fechou. Praguejei por entre os dentes. ─ Eu preciso do seu celular. Agora!
─ Pra quê?
─ Se essa propriedade for tão cara quanto eu imagino que tenha sido, provavelmente está no roll de entrada do site de alguma empresa do setor imobiliário do país. E se for assim, eu vou conseguir ver a planta e estudar o melhor lugar por onde entrar.
Ele puxou o celular do bolso e digitou algo na tela, abrindo o navegador.
─ Então nada de entrar pela porta?
Arqueei uma sobrancelha.
─ Ah claro! E com certeza o Blaine vai estar nos esperando com uma xícara de café e uma bala pra enfiar na porra do meu rabo! É claro que não!
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À Prova de Balas
Romance"Três anos enclausurada. Três anos pagando por ter cometido um crime em legítima defesa. Três anos em que estou longe do meu filho, que perdi completamente o contato com a minha mãe e não pude cuidar dela em seus últimos momentos de vida; três anos...