AMARGA POPPY |
Nascida e criada por sua pequena família adorável, Poppy Black teria tido uma infância perfeita, longe de qualquer violência ou qualquer perigo, diferente do garoto que morava do outro lado da rua.
MENINO DA ESCADA | Criado por seus...
CAPÍTULO 00 'algo depois do fim e antes do começo'
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1990, aos quase dez anos na rua dos alfineiros.
ERA UMA NOITE CHUVOSA diferente da ensolarada e abafada tarde que a jovem Black tinha passado com seu pai no parque. Ela não sabia como ou quando tudo começou a acontecer com tanta rapidez, mas de repente ela estava em pé no topo das escadas.
— Fuja, Poppy! — A voz de seu pai ainda estava clara em sua mente como uma daquelas músicas que você fica muito tempo sem ouvir mas ainda sabe a letra.
Ela estava descendo as escadas enquanto seu pai tentava desviar de um flash de luz verde que parecia mortífero.
— Papai! — Sua voz saiu como um grito preocupado mas Regulus não correu até ela como sempre fazia.
Outro flash. E então Poppy levantou a cabeça e olhou para a direção de onde as luzes estavam vindo, estava escuro e tudo que ela viu foi uma máscara estranha e obscura.
— Corra! — Regulus repetiu e então se aproximou da garota que estava na metade da escada, chorando ao invés de correr. — Poppy, se esconda e espere até sua mãe chegar, tudo bem?!
— Não! Vamos, Papai! - Poppy gritava sem controle da própria voz. — Papai!
O último flash. Ele não era verde como todos os outros, dessa vez era vermelho e quando finalmente acertou Regulus ele caiu aos pés da garotinha enquanto gritava desesperadamente.
— Papai! — Foi só o que ela conseguiu dizer ou fazer enquanto via seu pai se retorcendo.
Outro flash, mais um e mais um até que a cor no rosto do Black estivesse quase no tom de cinza. O zumbido no ouvido da garota ficava cada vez mais alto.
"Por que?" era a única pergunta em sua cabeça naquele momento, talvez não fosse a pergunta certa mas era a que ela tinha. Ela se sentia surda, havia uma voz no fundo e ela não sabia de quem era, ela não ouvia mais nada.
— Poppy… — A voz fraca e extremamente baixa era a única coisa que ela ouvia e entendia. Se aproximou calmamente e tocou a mão de Regulus.
— Papai! — Foi um grito estridente, que fez o vidro das janelas despedaçar e um vento frio invadir a casa.
Poppy se aproximou de Regulus totalmente, mesmo que em murmúrios ele tenha mandado que ela corresse. Ela olhou para os lados procurando por quem teria feito aquilo mas não o encontrou.
— Poppy?! — A garota ouviu a voz desesperada de Faith antes de vê-la correr até ela com Nate. — Poppy, você está bem?
— Desculpe. — Poppy repetiu várias vezes mesmo quando as perguntas mudaram ou nem eram direcionadas a ela. — Desculpe…
Ela assistiu quando Faith se ajoelhou ao lado do corpo do marido antes de chorar desesperadamente. Ela assistiu quando Nate fechou os olhos dele e depois se virou para Poppy e a pegou no colo para tirar ela dali.
— Papai me prometeu. — Poppy murmurou enquanto era tirada do chão, sendo assim obrigada a soltar a mão de seu pai uma última vez.
— Está tudo bem. - Nate sussurrou enquanto eles subiam as escadas mas sua voz era tão chorosa quanto a de Faith. — Vai ficar tudo bem.
Poppy olhou para sua mãe, sentada na escada, parecendo totalmente perdida sobre o que fazer agora. Poppy nunca tinha visto sua mãe tão triste, a garotinha desceu do colo de Nate antes que ele pudesse impedi-la e correu até Faith a abraçando e deixando que ela chorasse o quanto quisesse.
