Cap 24

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Helena

Assim que cheguei em casa já vejo Dulce na porta da cozinha carregando alguma coisa pesada, solto minhas coisas e corro até ela lhe ajudando e já lhe repreendendo por estar carregando tanto peso sozinha, essa sempre muito meiga e gentil diz que tava tudo bem. Fico um tempo conversando com ela até ouvir a porta atrás de mim se fechar, sabia de quem se tratava então continuei conversando com Dona Dulce, mas quando reparo na cara de espanto que ela fez olhando logo atrás de mim me viro rapidamente.
Fico horrorizada vendo Beatriz toda machucada, se escora no mármore e faz uma cara de dor, corro até ela quando vejo que ela iria cair e a seguro já perguntando:
- quem fez isso com você?... ela se escora em mim fazendo cara de dor com tanto sangue na boca e entre seus dentes com dificuldade fala :
- eu não sei, fui atropelada... meu desespero era grande vi Dulce já chamando ambulância. Peguei minha menina no colo e levei até o sofá, ela gemia de dor, comecei a analisar seus ferimentos, estava muito machucada, até que sinto ela segurar meu braço, meus olhos se encontram com os dela que me mostrava medo, até ela dizer em um fio de voz:
- não consigo respirar .... observo ela calmamente e assim que abro seu casaco vejo um grande vidro em seu peito, poderia ter perfurado alguma coisa causando a falta de ar dela.

Ouço ela sussurra meu nome "Helena", minha menina estava ficando vermelha e cada vez mais fraca, mal respirava. Vi lágrimas escorrendo em seus olhos enquanto ela desviou o olhar para teto enquanto tentava respirar.

Me senti inútil, pequena demais diante daquela situação, realmente a vida é cruel com ela, quem em sã consciência atropela alguém e não presta socorro? E como ela acha tanta força pra se auto ajudar assim, tão machucada conseguiu chegar até em casa para pedir ajuda. Ela luta, ela é guerreira.

Vejo os socorristas lhe atendendo e era como se tudo estivesse em câmera lenta, ela segura minha mão sem me olhar mas sinto a fraqueza dela, colocam ela na ambulância, vejo as portas da mesma se fechando um dos paramédicos me fala rapidamente antes de ir:
- estamos indo para o hospital Frédéric Wilgos... apenas consegui confirmar com a cabeça enquanto via a ambulância se afastar, desperto quando sinto o braço da Dulce se envolvendo ao meu falando super preocupada :
- ela vai ficar bem né? .... abraço a senhora ao meu lado dizendo um " eu espero que sim", pego a chave do carro e sigo para o hospital, chego quase junto com a ambulância, vou correndo até no corredor que levavam ela, tinha uma médica encima dela realizando a ressucitação  enquanto corriam com a maca para dentro do centro cirúrgico, sou parada por algumas enfermeiras dizendo que eles iriam cuidar e fazer de tudo por Beatriz.
Sentei com raiva no banco do corredor escorando meus cotovelos nos joelhos, apertando meus cabelos com força, pego meu que tocava no meu bolso e o atendo sem se quer olhar de quem se tratava:
- nao é um bom momento, liga depois... mas não desligo ao ouvir a voz de Heitor dizendo :
- Helena me escuta... sento direito no banco conhecendo a voz de meu amigo que continuou a falar :
- os pitbull voltaram, provavelmente vão ir atrás de vocês. Pegaram a Maya, resgataram ela, machucaram vários policiais, mas eles a mataram, a mataram porque ela amava você é não quis continuar com isso... super confusa e tentando digerir tudo a única coisa que consigo perguntar foi :
- mas como você sabe disso tudo ?... ele da uma risada nervosa falando :
- porque eu mordi a isca... levanto agoniada, não querendo entender oque isso significava, havia deixado ele de responsável por descobrir tudo sobre pitbull, provavelmente armaram para ele. Quando digo :
- Heitor onde você está?... escuto um tiro e a ligação sendo encerrada, olho para o celular me tremendo com um misto de sensações, mas que diabos eles são, com certeza o ocorrido com Bya também deve ter algo haver com eles. Soco a parede a minha frente e me permito chorar um pouco, Heitor não pode estar morto, eu não conseguiria, ele é um irmão para mim, já vi Beatriz praticamente morta, eu não sabia oque fazer.
Liguei para policial Fabíola pedi como estavam todos, ela confirmou que teve poucos danos que todos passavam bem e que tentou contato comigo várias vezes, digo para ela oque ocorreu e peço para ela me encontrar aqui no hospital que não demora muito ela já chega.

Conto tudo desde o início para ela, estava consumida pela raiva, Fabíola me escutou com atenção, além de demostrar afeto também demonstrava respeito por mim, disse que faria de tudo para ajudar e que estava disposta a acabar com isso junto comigo.
Estávamos conversando ainda quando vem um dos cirurgiões me atualizar do caso de Beatriz :
- sou Dr Fishi, vocês são da família de Beatriz?... confirmo com a cabeça cruzando meus braços atenta ao que ele fala :
- infelizmente as notícias não são boas, Beatriz apresenta muitos ferimentos, o vidro no tórax já foi retirado mais causou muitos danos, ja teve 2 paradas na mesa de cirurgia e continua perdendo muito sangue, pedimos para continuar mantendo a fé, eu volto em seguida para continuar informando .... aquilo sem dúvida me destruiu, eu vou descobrir e quem fez isso e nem que eu perca a vida eu acabo antes com a vida do desgraçado ou desgraçada.

Como não sabia onde exatamente Beatriz foi atropelada, eu pedi para Fabi olhar as câmeras de segurança das ruas onde Beatriz faz seus percursos no horário das 20:20, também pedi pra ela iniciar uma procuração do meu amigo Heitor.

Não sairia desse hospital por nada, não sairia do lado de Beatriz. Rezei muito, coisa que não costumava fazer, e foi Maria quem me ensinou, pedi ajuda dela pela proteção da filha, pedi pra ela me ajudar a deixar Beatriz aqui comigo, senti medo de perder ela e como uma milagrosa presse os médicos vem até mim dizendo :
- Beatriz está instável, perdeu muito sangue mas vai ficar bem, ocorreu tudo bem no final, só vai precisar de muito repouso... agradeço a eles que me informam que logo uma enfermeira iria vir me buscar para mostrar o quarto de Beatriz, fechei os olhos com força e joguei a cabeça para trás agradecendo a Deus por isso.

Não demora muito uma senhora vem pedindo para mim lhe acompanhar, assim que entro no quarto suspiro forte, muito tubo, soro e faixas, minha menina novamente em uma cama de hospital, vou até ela seguro sua mão e acariciei sua cabeça.
Liguei para casa para informar a Dulce que ela estava bem, é pedir para ela passar a noite aqui com ela, mandei dois policias ficarem na porta e segui para delegacia .

Era guerra que queriam então é guerra que vão ter !!

Abro a gaveta de minha mesa para pegar mais munição e vejo a foto de Bya que Maria me deu antes de falecer, pego o retrato na mão e olho bem para ele .

Abro a gaveta de minha mesa para pegar mais munição e vejo a foto de Bya que Maria me deu antes de falecer, pego o retrato na mão e olho bem para ele

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Vou cuidar de você custe oque custar !!

Meu destino mais lindo !Where stories live. Discover now