Cap 18

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Hellllou pessoal, espero que estejam gostando desse drama.

AVISO de um Cap muito doloroso, preparem os lencinhos e tentem confiar que tudo tem seu propósito na vida. Temos que cumprir nossas missões.

Obrigada pelo carinho de todos. Curtam muito, comentem muito para me ajudar 🙏❤

Beatriz

Já se passou um mês, um mês em que minha relação com a Delegada vai muito bem por incrível que pareça, mas não porque estamos combinando algo ou pra que de certo, estamos apenas deixando as coisas acontecer ao natural, até porque nenhuma está com cabeça pra algo agora.
Temos nosso afazeres, nossos compromissos e nossos horários com minha mãe, e quando da nos pegamos. Eu sei que algo está mudando em relação a nos mas ao mesmo tempo não sei oque pode ser de nos depois que nosso pilar partir.

Sei que nosso sentimento está aumentando, eu sinto isso, sinto uma necessidade estranha de estar grudada nela. Oque é muito estranho pois não estou com cabeça para isso ultimamente pois passo 24 horas por dia pensando em minha mãe que está mauzinha. Já perdeu todo seu cabelo, seus cílios, sobrancelha e se sente fraca, muito fraca. Me dói ver ela assim, assim como vejo que dói na Helena também.

Chego da faculdade, pois não estou fazendo o período todo, eu saio no intervalo e isso está acabando com meus estudos mais não quero perder nenhum segundo com minha mãe.
Queria trancar até me sentir melhor pra focar nesse estudo mas nenhuma das duas me deixaram fazer isso.
Assim de adentro a casa eu sinto um pavor com a cena que vejo. Helena está seguindo uma bacia na frente da minha mãe que vomitava bolas de sangue, a Delegada mantinha o olhar atento em minha mãe enquanto falava ao celular, demoro um pouco para sair do choque que estou tendo. Assim que desperto corro até minha mãe, me abaixo ao lado de Helena perguntando oque houve. Ela apenas me olha com os olhos arregalados fazendo sinal com os ombros que não sabia enquanto passava o endereço a ambulância.
Olho para minha mãe e uma dor me invade, aquilo tava sendo demais para mim, corro até a cozinha molho uma toalha com água morna e volto para sala limpando o suor da minha mãe. Estava ardendo em febre, passo o pano em sua nuca, testa, braços e era inevitável não sentir as lágrimas escorrer em meu rosto. Queria arrancar esse sofrimento dela.
Ela começa a vomitar novamente e grunia junto como se estivesse sentindo dor, olho assustada para Helena que pega um pano e limpa a boca suja de sangue da minha mãe sem saber oque fazer também.
Quando o olhar dela cruza com o meu eu sabia oque dizia mas não queria acreditar.
E assim que ela pega uma das minhas mãos e aperta minha mãe desmaia, solto sua mão depressa segurando o rosto da minha mãe para não cair para frente e deitamos ela com cuidado ao sofá, o desespero era grande, entre choro e pavor eu falava :
- mãe acorda, por favor acorda, não faz isso. Olha pra mim mãe,  eu não tô pronta ainda, por favor!!!... em seguida a Helena se levanta, eu fico surda não consigo ouvir nada ao meu redor, em seguida sinto ela me puxar pelos ombros e me levantar do chão enquanto o pessoal da ambulância chega perto da minha mãe.
Tudo parecia em câmera lenta, conseguia apenas ouvir minha respiração acelerada, nada estava fazendo sentido, oque houve com ela? , oque é isso que está acontecendo ?
Assim que vejo eles colocando ela na maca e levando a ambulância eu sinto a mão da Helena me puxar para irmos junto, entro primeiro me deitando bem próxima da minha mãe e seguro sua mão. Sinto minha pele queimar, meu peito doer, minha respiração fraquejar e involuntariamente não parava de chorar .
O caminho até o hospital foi rápido, assim que chegamos levaram ela direto para a emergência as pressas, barrando minha entrada e da Helena apartir daquela porta.
Olho para ela que levanta as duas mãos na cabeça, estava com as mãos e a roupa puro sangue, estava com seu semblante mais sério que o normal olhando pelo vidro da porta eles levarem minha mãe até final de um corredor correndo.
Com a voz falha e fraca eu pergunto :
- mas oque houve ?... Ela então olha para mim, abaixa os braços, vem até mim, me senta no banco mais próximo, e ao sentar ao meu lado muito abalada ela responde :
- eu não sei exatamente oque aconteceu, foi muito rápido, eu cheguei quando ela parecia estar afogada, corri até ela pedindo oque houve e ela começou a vomitar sangue, gritei para Leandra trazer algo. Eu não sei oque pode ter gerado isso.... coloco a mão na minha boca e começo a chorar descontrolada, ela me puxa para ela me abraçando com força enquanto beijava minha cabeça dizendo :
- você precisa ser forte agora, nos duas sabemos que obviamente não teremos uma notícia boa. Eu tô aqui, não vou sair do seu lado !... passou muito tempo, muuito tempo mesmo enquanto aguardávamos, deitei nos bancos com a cabeça escorada na perna dela, e um pouco mais calma eu falo :
- tá demorando demais, eu sinto como se eu não fosse mais ver ela... Helena mexe no meu cabelo dando uma longa suspirada e quando ia me falar algo a porta da emergência se abre e sai um médico mais velho e mais dois jovens ao seu lado.
Me levanto rápido do colo de Helena que também levanta rápido ficando ao meu lado. O mais velho nos olha perguntando:
- vocês são parentes da paciente Maria Florence?... engulo em seco enquanto Helena responde por nós duas com sua voz e postura firma :
- sim somos nós.... O médico olha para nos duas sem saber direito como começar a dizer esó aquilo já foi um gatilho para mim fechar meus olhos com força. E escorar minha cabeça no ombro da morena que olhava atentamente o doutor enquanto passava seu braço por cima de meus ombros já me consolando. Escuto :
- a paciente apresentou uma inflamação na parede do intestino, seguido de uma dilaceração a orta, não tínhamos mais oque fazer, o câncer já estava consumindo ela, estava muito espalhado, ela teve três paradas na mesa de cirurgia e não resistiu, veio a óbito exatamente as 2:43 desta madrugada.... afundo meu rosto no pescoco da helena gritando de dor, essa que me apertou contra si, não falava nada, sequer chorou, apenas não sabia oque fazer ou pensar, me abraçou com força e acariciava meus cabelos enquanto dizia fazer vezes "xiii" "xiii" "xiii", a dor era tanta que eu mal conseguia abrir meus olhos de tanta lágrima que saia, eu mal conseguia respirar, desaprendi a andar por um tempo. Minha vida tinha acabado, eu não conseguiria encarar essa vida sem minha mãe. Me senti pequena, me senti inútil e fraca. Eu definitivamente não estava pronta para isso.

****

Estou aqui ao lado do caixão da minha mãe, ninguém me tirava daqui, não tirava os olhos dela, estava irreconhecível, meu rosto muito inchado.
Helena permanecia sentada do outro lado do caixão em um terninho todo preto, cabelo escuro solto e um óculos de sol escuro, algumas vezes tentou me dar água, pediu para eu comer algo ou até mesmo pegar um ar, mas eu não queria sair ao lado dela. Mal me mexia, estava vegetando ali, as vezes me dava um ataque de choro e ela voltava ao meu lado acariciando minhas costas até eu ir me acalmando de novo.
Por que minha vida é tão injusta, eu tinha tanto ainda pra viver com minha mãe, tinha tanto pra contar pra ela ainda.

Poucas pessoas permaneceram, por não termos família e minha mãe ter poucos conhecidos. Foi alguns amigos meus, alguns policiais e foi isso. Teve momento que apenas ficou eu minha mãe e Helena.

Chegou a hora do enterro, Helena teve que me tirar de cima do caixão para decerem ele, a dor era tanta, mas tanta que eu mal aguentava, me ajoelhei no chão chorando e a Helena faz o mesmo me abraçando com força, e pela primeira vez vi as lágrimas em seus olhos caíram. Ela estava chorando, mesmo com sua cara fechada e sua postura seria, lágrimas não paravam de escorrer em seu rosto então eu notei que estava sendo egoísta demais, ela também estava sofrendo como eu. Me levanto do chão ajudando ela se levantar também, abraço ela com força e entre soluços falo :
- nós vamos cuidar uma da outra .... Ela concorda com a cabeça beijando minha testa enquanto fechava os olhos com força chorando.

Meu destino mais lindo !Where stories live. Discover now