Cap 06

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Eu mal podia acreditar no que acabei de ver, me passou inúmeras coisas na cabeça, mas nenhuma fazia sentido para conclusão das coisas que pensei que poderia ser.
Esfrego minha cara com raiva, já não conseguia parar quieta, viro meu copo de whisky e me levanto, quando fui dar o primeiro passo Heitor me segura dizendo:
-melhor não nos precipitarmos Helena.... suspiro forte e passo as mãos no cabelo nervosa, me sento inconformada pedindo mais uma dose de whisky, observo o cara que estava na mesa que se levantou em frente à Beatriz e percebo que ele também me cuidava.
Sinto a mão do meu amigo em meu ombro, olho para ele que me diz :
- nunca te vi preocupada com  alguém assim Helena, sente alguma coisa por ela?.... fico um tempo processando a pergunta dele, jamais parei para pensar qual é o sentimento que tenho por ela, mas logo me desvencilho da pergunta dizendo apenas :
- eu fico preocupada por Maria, sei que Beatriz é tudo na vida dela... ele apenas concorda como quem diz que minha resposta não o convenceu.

Depois de ficar ali até aquele que nos cuidava ir embora, eu me despeço de Heitor e vou para casa, estava se armando um temporal daqueles, uma ventania, cheguei a tempo em casa e logo começou a chuva forte.
Tomo um banho e desço para ver se acho Maria acordada, bato na porta de seu quarto que estava um pouco aberta e percebo que ela já estava dormindo, não iria acorda-la.
Voltando para meu quarto escuto um barulho vindo do quarto da Beatriz, abro devagar a porta e vejo que a porta janela de seu quarto está aberta, entro e fecho antes que molhasse todo o quarto, e assim que me viro percebo que ela estava na cama.
Aquele bela jovem estava deitada de bruços com as costas toda amostra, estava sem nada na parte de cima, o lençol de seda branco cobria apenas seu bumbum. Engulo em seco, mas sou paralisada quando consigo notar suas costas, não podia acreditar no que meus olhos enxergaram.
Chego mais perto de sua cama, sento ao seu lado e vejo no criado mudo diversos remédios, antiflamatorio, relaxante muscular, remédio para dor, remédio para dormir, analiso mais uma vez suas costas e incapaz de entender oque está acontecendo coloco uma mão na boca vendo as costas de Beatriz tomada de roxos, era surreal, parecia uma tatuagem de tanto que ela estava roxa. Preta, verde, amarelada, levantei horrorizada, me aproximei novamente toquei nela, mas essa parecia estar em outra dimensão do sono. Também com a quantidade de remédios que tomou está dopada.

Ando de um lado para outro, e se ela se envolveu com drogas ? Impossível ela é inteligente demais para isso. Aquilo estava me matando, ver ela daquela forma acabou comigo e o pior é que eu nem sabia entender o porque. Que tipo de importância ela estava tendo para mim ? Não sabia explicar nem para mim mesma.
Volto para meu quarto inquieta ligo para Heitor e conto oque vi, ele fica horrorizado e me aconselha a tentar descansar, e assim faço, pego um remédio, tomo, é logo durmo.

Acordo na madrugada, olho para relógio e é 2:40 da manhã, levanto e sigo para o quarto de Beatriz, notei que ela não estava na cama, fico em alerta, desço rápido as escadas até ver a luz da cozinha acessa. Vou devagar para peça e vejo ela preparando um saquinho com gelo, fico um tempo ainda observando oque ela estava fazendo e logo ela coloca em suas costelas fechando os olhos com o contato do frio em sua pele. Entro devagar na cozinha, encho um copo de água cuidando ela que me olha envergonhada baixando a cabeça, olhando para seus próprios braços, sabendo que não teria como me esconder, me escoro na pia de frente para ela que não conseguia me encarar direito, fico olhando seria para ela, estava puta de raiva, porque diabos ela não confia em mim. Sei que deixo ela desconfortável fazendo isso mas ela precisa saber que não viu nada do poder da minha fúria e que uma coisa que eu odeio é que escondam coisas de mim, mintam ou joguem sujo.
Ela levanta da cadeira com dificuldade e quando deu o primeiro passa para sair dali eu paro em sua frente, sou mais alta que ela, então ela não se moveu, sequer levantou o olhar para mim, apenas ficou ali paralisada. Pego o saquinho de gelo da sua mão e eu mesma seguro, com minha mão livre eu coloco em seu queicho fazendo ela erguer um pouco o rosto e me olhar, vejo o olhar dela se encontrar com meu, que assim que a olho profundamente noto aquelas esmeraldas se encherem de lágrimas, ela suspirar forte dizendo :
- por favor não me peça mais nada... se lança contra mim se envolvendo em minha cintura e chorando descontroladamente, não sabia oque fazer com ela tão frágil assim, queria proteger, tirar toda essa dor dela, guardar ela só pra mim, mas antes disso tudo ela teria que deixar.
Sinto as forças dela fraquejarem e a seguro em meus braços, levo-a até o sofá, sento ela na poltrona mais confortável e me ajoelho em sua frente secando suas lágrimas. Continuava seria olhando para ela, que estava vermelha já com isso até que aproximo meu rosto do dela, coloco seus cabelos para trás da orelha, seguro seu rosto com minhas duas mãos fazendo ela me olhar nos olhos e digo em um tom firme mais baixo:
- por favor deixa eu cuidar de você Beatriz!!!... essa que tenta se acalmar um pouco, olha para minha boca, depois olha para meus olhos novamente, fecha seus olhos com força e diz :
- eu não posso fazer isso... dizendo isso tira minhas mãos de seu rosto, pega o saquinho com gelo se levanta e sai seguindo para seu quarto, vou ao encontro dela, seguro ela firme e ajudo ela, coloco ela na cama e pergunto :
-foi no hospital? pode estar trincada... aponto para as costelas que ela tanto estava sentindo dor, ela faz que não com a cabeça dizendo :
- nao, está tudo bem, logo melhora.. suspiro forte dizendo friamente:
- nao! Não está tudo bem. E sei que talvez não procurou um profissional porque chegando ao hospital assim teria que fazer um b.o e um relatório de como ou quem fez isso com você. Teria que envolver polícia, advogado, a lei e tudo que você tem direito a seu favor, porque é o certo a se fazer.... Ela abaixa o olhar e eu digo :
- só me responde uma coisa.... Ela olha para mim, chego mais perto e pergunto:
- porque não confia em mim?.... rapidamente ela responde " eu confio em voce", chego novamente perto de seu rosto e seria falo :
- então me deixa te ajudar, me deixa cuidar de você e do que for que esteja acontecendo... Ela me olhava fixo nos olhos, no fundo eu sentia que ela pedia ajuda, eu via que ela já não aguentava mais. Mas alguma coisa a impedia, parecia ter medo de falar qualquer coisa que fosse, por final virando o rosto e dizendo :
- eu tô muito cansada, melhor voltarmos a dormi... abaixo a cabeça concordando, dou um leve beijo em sua testa e digo :
- eu prometo que vou descobrir oque está acontecendo e que vou proteger você. Boa noite .... e saio de seu quarto com sangue de vingança nos olhos por quem quer que fosse .

Meu destino mais lindo !Where stories live. Discover now