Cap 01

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HELENA

Já é início de mais uma semana, eu como Delegada acabo dormindo pouco, me sobrecarregando muito, sempre de mau humor e pra variar sempre cheia de casos para resolver.
Meu despertador tocou, acredito que não dormi nem 4 horas, tomo meu banho o mais rápido possível, faço minha higiene matinal coloco minha calça social preta, meu salto alto, minha camisa branca e meu distintivo de colar.
Apareço na cozinha com a mesa do café já pronto por Maria minha empregada, que me esperava apreensiva, já faz quase duas semana que pede para conversar comigo algo de extrema importância mas não consigo dar atenção a ela.
-bom dia Maria, como está?... ela sorri fraco um pouco desanimada me responde:
- Senhorita Jonson, bom dia ! Estou bem, e você?.. sorri tomando meu café já apressada falando :
- bem, apenas precisando de mais horas nos meus dias.. ela apenas concorda com a cabeça abaixando o olhar. Encaro bem a figura a minha frente dizendo :
- sente-se aqui comigo, me acompanhe no café e assim podemos conversar... Maria se senta já falando como se não conseguisse mais segurar:
- Senhorita Jonson é mais complicado do que parece. Minha filha que pagava nosso aluguel e sua faculdade foi demitida e apenas com o que recebo aqui não consigo nos manter e ainda por cima pagar o aluguel e mais a faculdade dela... olhei por cima da xícara para ela que parecia muito abalada e pergunto :
- oque posso fazer pra ajudar você Maria ? Um aumento ? .... ela abaixa a cabeça falando :
- nao quero abusar do seu bom coração, mesmo com aumento eu não conseguiria sozinha, acho que terei que me mudar para minha antiga cidade com minha menina.... engasgo com meu café, Maria está comigo a uns 11 anos, não consigo me imaginar sem ela. Levando dizendo :
- oque ? Não! Sem chance! Vou fazer melhor então Maria. Essa casa é enorme tem lugar para você e sua filha aqui, vou dar um aumento para Senhora e hoje mesmo consigo um emprego para sua filha, só preciso saber oque mesmo ela está cursando que já vou atrás disso também...
Maria se levanta nervosa tentando inverter a situação até que faço ela me contar que sua filha está cursando direito. Dou um beijo em sua testa e digo que vou providenciar a mudança delas para minha casa ainda está semana.

Minha casa é enorme, vivo sozinha, tenho Maria todos os dias aqui comigo, de qualquer forma ela passa mais tempo aqui do que em sua própria casa, ter mais a filhinha dela junto não iria me afetar em nada até porque parece nao ser uma menina escorada pelo que Maria me comenta as vezes. Tem orgulho da filha e sempre me diz que a garota quer ser juíza. Nada mal.

Coloco café na minha caneca térmica, entro em meu carro e sigo para delegacia, chegando lá entro dando bom dia seria para todos até chegar em minha sala me acomodar em minha cadeira e suspirar forte até ver as pilhas de coisas que tinha a fazer.

A tarde faço algumas ligações para alguns escritórios de advocacia e como minha indicação falo das vagas de estágio para Beatriz Florence, a filha de Maria. Mexi uns pauzinhos aqui e outros ali até conseguir a vaga para garota.
Passei tudo pelo whats para Maria que me manda um áudio eufórica me agradecendo muito.
Que loucura que não fazemos por quem amamos ne. Nem conheço a filha de Maria, estou deixando ela entrar em minha casa e indicando em meu nome alguém que não sei nem se é loira, ruiva ou morena. Mas não posso perder a Maria, é como uma mãe para mim e é tudo que tenho na minha vida ainda.

Ligo para alguns conhecidos de frete e peço para irem ajudar a Maria e sua filha Beatriz com a mudança, não quero que elas fazendo força com nada, meu dia está bem cheio mais jamais deixaria ela passar trabalho, logo ela que sempre cuidou muito bem de mim.

********

A semana passou voando, já é quinta e Maria e sua filha já estão morando em minha casa, mas ainda não cruzei com a garota, segundo a Maria o tempo que ela tem livre do trabalho (que por sinal ela já está adorando) ela fica na biblioteca da faculdade estudando. Tudo bem, não achei ruim, na verdade achei admirável a garota ser esforçada assim. A tarde recebi a ligação do escritório de advocacia que indiquei Beatriz, suspirei estressada, já pensei mil coisas que ela poderia ter feito errado para ele estar me ligando mas para minha surpresa :
- Delegada Jonson, estou ligando para lhe agradecer por recomendar Beatriz a nos, estamos muito felizes com o empenho dela, era exatamente oque queríamos... suspirei aliviada não estava boa do humor hoje, troquei mais algumas palavras com o novo chefe da garota até ter que me atolar de coisas para fazer de novo.

Quando decidi ir embora já era passada da meia noite, nem vejo as horas passar. As vezes penso em contratar uma estagiária para me ajudar pelo menos a separar os casos simples, graves, gravíssimos e de extrema importância mas só em pensar na seleção me dá preguiça e prefiro fazer eu mesma.
Desligo o abajur da minha mesa e tinha poucas pessoas na delegacia, como sempre apenas o pessoal da madrugada, dou um boa noite sério para todos e sigo para minha casa.

Já em casa entro e as luzes como de costume estão todas apagadas e um silêncio invade aquele lugar, penso a mim mesma que esse é o melhor lugar do mundo, onde tenho paz. Subo ao meu quarto tomo um belo banho quentinho e desço para tomar um chá antes de dormi, mas ao ir descendo as escadas vejo a luz da cozinha ligada e vejo uma sombra. Meu extinto fala mais alto, desço pé por pé devagar sem fazer barulho e nenhum movimento brusco. Pego a pá da lareira e me escoro na parede tentando escutar em que parte da cozinha a pessoa estava. Quando ouço passos chegando mais perto eu logo reajo pulando para dentro da cozinha com a intenção de atacar, mas para minha surpresa a pessoa se assusta da um baita grito e deixa uma xícara cair ao chão espatifando em todo nossos pés.
Olho confusa para morena em minha frente que está com as duas mãos no rosto olhando para baixo o estrago que ela fez com o susto que eu dei nela. Não demora muito vem uma Maria descabelada e de pijama já se desculpando por sua filha que só agora olhou em meus olhos e logo fala :
- Senhorita Jonson me desculpa, não queria que nosso primeiro contato fosse assim. Estava sem sono e decidi esquentar um chá para tentar dormi ... suspiro forte não digo nada apenas vou deixar a pá em seu devido lugar falando para Maria voltar para cama que estava tudo bem.. só me faltava essa agora.

Volto para cozinha e a tal Beatriz está limpando sua bagunça, sento em um dos bancos da ilha da minha cozinha e fico respondendo algumas mensagens até ouvir aquela voz suave novamente:
- bom gostaria de começar denovo... ela me estende a mão falando :
- muito prazer em oficialmente te conhecer Delegada Helena Jonson, sou Beatriz Florence a filha da Maria... aperto firme a mão da garota que me olha assutanda finalizando sem jeito :
- obrigada pelo emprego que conseguiu para mim e por tudo que tem feito por minha mãe, espero um dia conseguir retribuir tudo que está fazendo.... apenas concordo com a cabeça lhe encarando seria. Essa que sorri fraco e sem jeito me dizendo um "mas uma vez me desculpa, boa noite", fico observando aquela escultura sumindo no corredor até eu voltar a mim.
Beatriz é daquelas garotas que parece ter zero defeitos sabe ? A garota é linda não tem como não notar. Balanço a cabeça afastando meus pensamentos tomo meu chá e vou dormir.

Meu destino mais lindo !Onde as histórias ganham vida. Descobre agora