Dias infernais

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- Ainda está machucada... - O moreno consta ao olhar para o corte no meu braço. Realmente não estava tão bonito.

- Não se preocupe, está cicatrizando. - Não, não estava cicatrizando. - Minha mãe está cuidando e Pierre também me ajudou com algo que não sei exatamente o que é. - Digo rindo.

- Pierre, sempre muito prestativo. - Força um sorriso.

- Não faça isso. - Puxo seu rosto depositando um selinho em seus lábios. - Pie só estava tentando ajudar.- Tranquilizo o moreno.

- Você ficou com medo dele? - Pergunta me olhando nos olhos. - Digo, você ficou com medo do Pierre assim como de mim?

Eu não havia sentido medo com Pierre, em nenhum momento. Eu não sentia medo de Mattheo, mas no momento em que o vi andando em minha direção me lembrei automaticamente de Bellatrix, do jeito como ela me veio ao meu encontro, de como havia me machucado.

- Theo... E-eu não sei... - As palavras pareciam não querer sair, era como se um enorme nó tivesse sido formado em minha língua me proibindo de falar.

- Que pergunta estúpida. - Ele diz abaixando o olhar. - É claro que você não teria medo dele, afinal, os pais dele não são assassinos que tentaram matá-la.

Aquilo me doeu, vê-lo se comparar com Pierre me doeu. Mattheo não se resumia apenas em seus pais, ele era tão mais que isso. Mattheo é o garoto que me levava do céu ao inferno em questão de segundos, é o único que me fazia sentir como se todo beijo fosse o primeiro, o único que conseguia fazer minhas pernas virarem gelatinas apenas com um sorriso.

Mattheo Riddle era único.

- Eu proíbo você de fazer isso. - Digo puxando seu rosto com minhas mãos.

- Isso o que? - Pergunta.

- Se comparar, você não pode se comparar a Pierre dessa forma. - Digo acariciando suas bom bochechas bem marcadas. - Você é tão bom quanto ele Riddle, mas você é o único que tem todo meu amor.

Vejo um largo sorriso surgi em seus lábios fazendo com que eu me arrepiasse, como eu amava aquele sorriso.

- Você voltará? - pergunto baixo, eu gostaria que ele dissesse que não, vê-lo tão abatido daquela maneira fazia meu coração se apertar dentro do peito.

- Eu deveria, mas nada me garante que não
viram atrás de você. - Diz segurando firme em meus dedos.

- Isso significa que você ficará em casa? - Digo sorrindo.

- Sua casa Melinda. - Me corrige.

- Nossa casa Mattheo, você já faz parte dessa família.

- Somos uma família? - Um sorriso bobo dança em seus lábios enquanto seus olhos reluzem um brilho que me lembrava as estrelas.

- É claro que somos uma família. - Depósito um beijo delicado em seus lábios que ainda sorriam.

Ouço um barulho de algo se chocando contra as cadeiras e meu olhar cai sobre Pierre que estampava mais tons de vermelho em seu rosto do que eu poderia contar.

- M-me desculpem atrapalhar, mas isto chegou para você Mel... - diz se aproximando me entregando o envelope vermelho.

Abro cuidadosamente o papel enquanto Mattheo e Pierre me olhavam atentamente, leio  apenas duas linhas e já me certifico que se tratava de uma carta de Pansy. Era apenas um aviso de que viria para minha casa junto com Zabini à noite, já que seus pais estavam ocupados demais.

Dou uma longa puxada de ar imaginando como seria a noite com todos juntos ali.

- O que houve? - Mattheo pergunto apertando minhas coxas.

- Está tudo bem Mel? - Pierre pergunta no mesmo instante.

Olho para os dois garotos a minha frente que demonstravam em suas feições um excesso gigantesco de preocupação. Não consigo segurar o riso ao notar que os dois mantinham as sobrancelhas franzidas e os olhos arregalados.

- Ah sim, está tudo bem... - Digo sorrindo. - É apenas Pansy, vira para cá está noite junto de Zabini.

- Sério LeClair? - Mattheo resmunga.

- Vocês precisavam ver suas caras. - não controlo o riso que insistia em escapar.

- Vou adorar conhecê-los. - Pierre diz animado ajustando os óculos.

- Não se anime tanto Martin, Pansy costuma ser desagradável. - O moreno diz olhando de canto para o outro garoto.

- Não de ouvidos a ele Pie, tenho certeza que vocês se darão muito bem. - Olho para Mattheo que fazia uma careta. - Riddle e Parkinson tem uma pequena rivalidade infantil. - Sussuro para Pierre.

- Você só pode estar brincando...- Mattheo diz. - Aquela garota me atormenta a anos.

Pierre olha para mim sorrindo enquanto escutava as reclamações de Mattheo sobre Pansy. Eu sabia que a situação não era das mais confortáveis para ele, mas Pierre permanecia como sempre, doce e amigável, até mesmo com Riddle.

Direcionei Pierre até um dos quartos de hóspedes disponíveis para que ele pudesse se acomodar confortavelmente, havia o convidado para passar alguns dias conosco. Tenho certeza que papai choraria ao vê-lo ali, tamanha era a admiração dele pelo garoto.

- Quer me contar como foram seus dias lá? - Pergunto acariciando as madeixas escuras que estavam deitadas em meu colo.

- Infernais. - Ele diz simplesmente. - Aquele nunca foi o caminho que decidir seguir, eu sinto que fui apenas gerado para seguir os passos de Voldemort. Nunca por amor.

- Eu sinto muito que você tenha que sentir isso. - Seus dedos levemente calejados tocam os meus.

Um silêncio paira sobre o ar, mas não um silêncio constrangedor, mas um silêncio necessário. Apenas para que aproveitássemos
a companhia um do outro.

- Quer saber como foram meus dias sem você? - Chamo a atenção dos seus olhos curiosos para mim.- Extremamente entediantes.

Mattheo se vira se sentando a minha frente me  puxando com suas mãos que pareciam encaixar perfeitamente no contorno da minha cintura, até que eu estivesse sentando sobre seus colo com uma perna em casa lado do seu corpo.

O garoto puxa levemente meus cabelos para trás deixando um beijo molhado entre meu pescoço e meu ombros. Minha boca secou no mesmo instante e minha pele se arrepiou.

Seus toques pareciam queimar em minha pele.

Por um momento esqueci a dor que tanto me incomodava em meu braço, esqueci até mesmo meu nome quando sua língua explorava o meio dos meus seios. Meus dedos finos se enroscaram em seus cabelos em uma tentativa patética de não deixá-lo escapar.

Eu estava tombando minha cabeça para trás quando um grito no andar inferior nos fez despertar do nosso pequeno momento a sós.

- ALGUÉM EM CASA? MEL... - A voz de Pansy gritou pela segunda vez.

- Só pode ser brincadeira. - O moreno rosnou irritando afundando o rosto em meu seio.

- Acho melhor descermos. - Me levanto do seu colo, mas suas mãos agarram com força minha bunda me trazendo para perto, me fazendo ficar em pé na sua frente.

- Acredito que eles possam esperar. - Sorri malicioso.

- Pansy seria capaz de arrombar a porta do quarto e nos pegar transando, não seria constrangedor? - pergunto rindo.

- Não para mim... - diz dando de ombros.

- Apenas levante Riddle, vamos. - puxo o moreno emburrado.

















Olha quem voltou, espero que gostem! ❤️

Be with me - Mattheo Riddle Where stories live. Discover now