"Fruto"

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Já haviam se passado dois dias desde que eu descobri não ser filha biológica dos meus pais. Nossa relação não havia estremecido, eu nunca poderia deixar de amá-los independente da situação.

Nesses dias eles me contaram com detalhes a vida de Madelyn e Adam, aparentemente eram pessoas maravilhosas, já que meus pais eram só elogios ao casal. Eles também me mostraram uma foto onde os quatro estavam reunidos no três vassouras.

Eu sempre me achei parecida com Agnes, algumas semelhanças chegavam a ser impressionantes, mas depois de ver a foto de Madelyn pude ver com clareza que eu era sua cópia, havia herdado cada traço da mulher loira que sorria de maneira meiga para a câmera.

Na foto Adam olhava para a esposa com os braços em volta do seu corpo enquanto um sorriso bobo brincava em seus lábios, os cabelos rebeldes eram pretos assim como seus olhos.

Eles pareciam tão apaixonados.

— Adam foi quem escolheu seu nome... - Meu pai diz se sentando ao meu lado no sofá enquanto eu encarava a foto. — Ele sabia que viria uma garotinha gentil, doce como um mel.

— Eles se amavam não é? - pergunto sorrindo já sentido meus olhos marejados.

— Muito. — Ele lutou para conquistar o coração da lufana mais cabeça dura de todas.

— Obrigada pai. - olho para o mais velho - por vocês terem cuidado de mim...

Não tive a chance de agradecê-los antes.

— Apesar de toda a circunstância, você foi a melhor coisa que aconteceu em nossas vidas Mel.- Passa as mãos em meu cabelo. — Você é a filha que eu e Agnes sempre sonhamos.

— E um dia, você encontrará alguém que te faça tão feliz como esses dois eram. - Aponta para a foto. — O destino interrompeu suas vidas, mas eles se amaram até o último segundo, e você foi um fruto disso.

Dou um sorriso franco para o mais velho enxugando as lágrimas que insistiam em cair.

— Acho melhor eu parar de chorar antes que toda água do meu corpo saia pelos meus olhos. - digo rindo.

— Você está parecendo seu pai no dia da estação. - Minha mãe diz se encostando no batente da porta que dava para a cozinha.

— Eu já disse que foi apenas a poeira querida. - reforça contraindo os lábios.

— Pai, não há problemas em admitir que você só está usando está gravata por ter chorado quando fui embora.

— Minha filha estava indo para um covil de meninos com hormônios a flor da pele, era quase como se eu estivesse jogando você aos lobos.

Dou risada da sua fala depositando um beijo em sua bochecha.

— Você é demais sr. LeClair. - Me afastando passando por minha mãe. — Irei tomar um banho, desculpa mãe estou sem fome.

— Tudo bem filha, deixarei um prato para você caso tenha fome depois. - concordo com a cabeça depositando um beijo em sua bochecha antes de subir.

Entro no meu banheiro para tomar um banho que me deixa um pouco mais disposta, lavo
com calma meus cabelos desembaraçando os fios em meus dedos. Fico por ali um tempo sentido a água quente escorrer pelo corpo relaxando cada músculo.

Pego uma toalha para me secar tirando o máximo possível da água que pingava dos meus cabelos. Abro a porta do banheiro enrolada na toalha, levando um susto ao ver uma silhueta parada ao lado da minha cama.

— O que faz aqui? - Pergunto ainda assustada.

— Nós precisamos conversar, eu...

corro até ele apertando sua cintura com meus braços finos. Eu precisava tanto dele naquele momento, estava tão sensível que já sentia a lágrima escorrer pelo meu rosto.

Mattheo segurou em meu rosto me fazendo olhar em seus olhos.

— Mel, nós...  - Seus olhos ficam escuros, seu maxilar trava ao olhar para as lágrimas que escorriam pelo meu rosto. - Por  que você está chorando? O que houve? - seu tom de voz exalava preocupação.

O moreno me puxa para um abraço novamente, eu tentava controlar o choro que se tornava cada vez mais alto.

Depois de me acalmar um pouco afasto meu rosto do seu peito e as lembranças da história que meus pais contaram me invade. A família de Riddle havia matado meus pais.

Desvio meu olhar do seu para que aqueles pensamentos sumissem. Eu não o culparia por algo que seus pais fizerem.

— Olhe para mim Melinda, me diga o que aconteceu?

— E-eu não sou filha deles Mattheo - engulo o choro. — Meus pais biológicos, estão mortos.

Mattheo me olhava com os olhos arregalados enquanto analisava meu rosto, o moreno me levou até a cama, se sentando e puxando meu corpo para cima do seu.

— Tenho certeza que eles fizerem isso para seu bem Mel. - acaricia meus cabelos molhados.

— Eu sei que sim, mas eu apenas...apenas agora sinto que está faltando algo. - Suspiro encostando a cabeça sem seu ombro. — Algo que eu nem ao menos conheci.

— O que houve com eles? - pergunta fazendo um nó na minha garganta.

Eu não contaria a ele que seus pais mataram os meus.

— Foi um acidente Theo.- fito seus olhos castanhos que me observavam atentamente.— E você não deveria estar aqui, mas o que você queria me dizer?

— Não era nada.- Abraça minha cintura.

— Tem certeza?

O garoto apenas assente com a cabeça me abraçando ainda mais.

— Eu preciso me trocar. - um sorriso escapa de meus lábios quando sinto seus dedos trilhando minha coxa.

— Eu gosto assim. - deposita um beijo em meus lábios risonhos.

Me levanto do seu colo vendo o moreno bufar, vou até o armário pegando o pijama fofo de bichinhos.

Deixo que a toalha caia aos meus pés e sinto o olhar de Riddle queimar sobre meu corpo, ele tinha um sorriso no rosto enquanto suas mãos se apoiavam na cama.

Coloco lentamente cada parte da minha roupa e assim que termino recolho a toalha do chão a levando para o banheiro.

Quando voltei para a cama Mattheo ainda estava sentado ali, parei no meio das suas pernas.

— Gostei da estampa. - Diz rindo. —extremamente sexy...

— Eu sabia que você adoraria. - Dou uma voltinha para que ele veja o pijama.

— Eu adoro tudo em você Melinda. - Agarra minha bunda com as mãos me aproximando.

Deito seu corpo sobre a cama distribuindo beijos em todo seu rosto.

Nos ajeitamos melhor no travesseiro cobrindo nossos corpos, apoio minha cabeça em seu peito aproveitando cada segundo da sua presença ali, sentido-me finalmente relaxada e segura.

— Obrigada por estar aqui. - digo um pouco sonolenta enquanto seus dedos faziam cafuné em meu cabelo.

— Eu te amo meu Mel - ouço ele dizer já fechando os olhos. — Sempre...

Be with me - Mattheo Riddle Where stories live. Discover now