Oblíquo

A doce vida

Notas da autora: Galeraaaaa que viu o spoiler do cap no meu instagram, o spoiler ainda é o mesmo, a reação do Damien ainda é a mesma, só mudei o tempo porque fazia mais sentido. Sem mais seus gostosos e gotosas. Aproveitem.

E ah, feliz dia do escritor ❤️

— Pela sua cara, você não transou ontem a noite.

É a primeira coisa que ouço quando abro a porta.

— Bom dia, Lucas. Ao que devo a honra da sua presença as sete horas da manhã dessa segunda feira?

Lucas levanta um copo de café e eu abro a porta o bastante para que ele passe.

— Disse que viria falar com você sobre uma frila.

Assinto, experimentando o líquido quente dentro do copo de papel reforçado. Meus olhos quase se fechando.

Eu dormi muito mal, muito mesmo e os motivos eram os mais diversos. Caio era um deles. Minhas matérias atrasadas eram outro.

— E como seria?

— Bom, para começar, não é remunerado.

Sinto meu rosto se contorcer em uma careta.

— Mas é no teatro, com Bernardo e Caio.

— Sabe que faço tudo por você, meu amigo.

— Claro. Seu cara de pau, escute. Eu estou ajudando com os cenários, a fotografia, o cara da sonoplastia desistiu semana passada, a maioria dos ajudantes dele eram calouros, indicados pela irmã de Bernando. Você a conhece.

— Sim.

— Então, ela acredita que é uma forma incrível de ter aula prática. Você é um cara carismático, amigo de todo mundo, pensamos que poderia ajudar.

— E quando começo? Eu ganho créditos na matéria?

— Ganha, e, se puder, você começa daqui uma hora — Lucas sorri, esperando por minha resposta, ele está claramente desesperado e eu respiro fundo.

— Vou tomar banho e me trocar, você vai me dar carona, fique aí.

— Não vou me mover.

Me arrasto até meu quarto e pego uma calça jeans e uma camisa qualquer, chego ao chuveiro e tomo um banho gelado para despertar.

Lucas estava mexendo em seu celular quando retornei, segurando minha mochila e pronto para ir. Descemos a portaria e me sentei no banco do passageiro de seu carro. Passei alguns minutos encarando a janela antes que ele começasse a falar:

— Quer conversar sobre o que houve?

— Só se você me contar quem era no telefone ontem.

Sorrio para ele, desviando a atenção.

— Eu te disse, era sobre o cara da sonoplastia.

— E porque essa ligação foi feita para você no meio da noite? Há momentos melhores para avisar sobre a desistência de um trabalho, tipo o horário comercial. Sabe para o que não há hora certa? Para uma desculpa, o cara só queria falar contigo.

Lucas ficou em silêncio por alguns segundos. A atenção focada na estrada.

— Você acha?

— Era um cara, não é?

— Sim.

— E você já ficou com um cara?

— Para ser honesto, não. Eu queria outra pessoa, a Leticia, mas agora eu tô confuso, ele me deixa tão confuso, Damien.