Primeiro Dia Como Uma Fada

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Acordo lentamente, demoro alguns instantes para perceber que já havia anoitecido. Sentia-me finalmente recuperada do dia anterior, os ombros não mais estavam rijos e meus pensamentos estavam mais controlados, apesar da leve enxaqueca que ameaçava a aparecer, provavelmente devido ao álcool do drink que Julian preparou para mim. Levanto e entro no banheiro de meu quarto, um cômodo espaçoso de mármore branco, com uma banheira de hidromassagem que facilmente cabia quatro pessoas. Tiro minhas roupas e entro na banheira apenas para usar o chuveiro, opto pela água fria para afastar o sono.

Saio do banho com apenas uma toalha rosa enrolada no corpo e abro a porta do closet, aparentemente Julian chamava empregados em dias alternados. Meus pertences ainda estavam todos embalados dentro de pilhas e pilhas de malas. Observo por um momento a quantidade de malas. Eram muitas de fato. Então volto para o quarto e conecto meu celular numa caixa bluetooth em cima da cômoda, aumentando o volume do máximo.

Com a trilha sonora selecionada, volto para o closet e começo a abrir as malas, a procura de um pijama.

- Espero que Julian não ache som alto tão ruim quando Jude. – digo em voz alta, deixando a toalha enrolada em meus cabelos cair no chão, deixando pequenas gotículas de água escorrer de meus cabelos por meus ombros e busto.

Demoro alguns instantes para encontrar um pijama surrado de flanela roxa, fazendo uma nota mental que tiraria um dia para arrumar todas aquelas coisas. Assim que faço menção de vestir meu pijama, há uma pequena pausa entre o fim de uma música e o começo de outra, e sou capaz de escutar a campainha tocando insistentemente. Franzo as sobrancelhas e olho no visor de meu celular. Nove horas.

Desço de toalha, provavelmente Julian havia saído e esquecido as chaves. A porta principal da mansão trancava-se automaticamente por um moderno dispositivo de segurança, então seria perfeitamente possível que ele faria algo do tipo.

Passo pela cozinha e um papel colado na geladeira chama minha atenção, ignoro a campainha por alguns segundos e pego o bilhete.

'Fui comprar comida, me espere para jantar.

Julian.'

Suspiro, Julian era realmente imprevisível. Esquecer as chaves da própria casa já era demais.

- Mas deve ser bom para ele ter alguém em casa para ajudar. – digo, sorrindo para mim mesma.

Abro a porta e me deparo com um garoto alto. Parecia jovem, na casa dos vinte e poucos anos. Sua fisionomia atlética tirou-me um pouco o foco, levanto a cabeça e recebo um par de olhos verde musgo profundos me encarando com irritação.

- Sim? – arrisco, olhando-o com uma expressão provavelmente confusa.

- Você poderia, por favor, abaixar este som? – pede ele de forma polida, mas consigo ouvir a irritação em sua voz. – Onde está Julian? Quem é você? – questiona ele.

Encosto-me na soleira da porta e cruzo os braços, ele era atraente demais para seu próprio bem. O maxilar marcado e o peito largo de pele suave e bronzeada contrastavam com seus cabelos naquele incomum tom de rosa de forma que nunca havia visto igual. Os lábios bem delineados fariam qualquer garota querer prová-los.

Porém sua expressão irritadiça agitou meus instintos mais infantis.

- Por quê? – pergunto inocentemente, devolvendo o olhar.

- Porque está me incomodando. – responde ele como se fosse óbvio, como se não houvesse necessidade de mais motivos do que isso. – E porque esta cidade é pequena demais para não ser surpreendente um rosto novo.

Todos Gostam Dela [EM REVISÃO]Där berättelser lever. Upptäck nu