A Solução

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Malu e Dante nem sempre foram os primos mais próximos do mundo

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Malu e Dante nem sempre foram os primos mais próximos do mundo. Como a família materna de ambos era complicada demais, os almoços de família no domingo eram inexistentes, assim como não havia união entre a mãe de Maria e suas duas irmãs. Só que depois que a megera foi embora, Maria Luísa sentiu necessidade de manter um contato maior com os Fernandes, buscando suprir a falta que sua mãe fazia, apesar de tudo.

Os dois ficaram próximos nessa época, ambos jovens, condenados pela criação que tiveram e desesperados por algo parecido com uma família. Malu não se lembra exatamente quando o rolo entre eles começou, mas para ela, na época parecia fazer sentido. Eles se entendiam e Dante era a única pessoa capaz de escutar suas maldades e não julgar.

O único problema era que, para Maria Luísa Fernandes, o que eles tinham nunca tinha passado de algo carnal, como se eles se usassem e ambos soubessem disso. No entanto, aparentemente, não era assim que Dante encarava todo o envolvimento e Malu se sentia culpada por ter deixado as coisas irem tão longe.

A nossa querida rainha de Taubaté deixou o acampamento do primo se sentindo a pior pessoa do mundo. Ela ainda tentava absorver tudo o que tinha sido falado e só duas coisas a definiam naquele momento: frustração e raiva de si mesma; Principalmente por ter tomado decisões tão idiotas num passado nem tão distante.

Seu plano de conversar com Dante, e mudar a forma dele de pensar, tinha sido um fracasso e Maria não conseguia enxergar outra maneira de resolver aquela situação. Então, num impulso, ela tomou uma decisão dura, mas que talvez fosse a melhor para o ex-clave e todos os envolvidos.

A melódica falsa não sabia como ele tinha acreditado que a conversa toda não passava de um teatro, mas Malu achava que podia ser um escape mental. Como se ele precisasse ignorar tudo o que ela tinha falado para se manter. Para pessoas carentes e solitárias, como os dois, mudanças no geral não eram bem vindas, como se na falta do apego emocional em pessoas, você se apegasse nas coisas como elas eram e pronto.

Gustavo, que tinha ficado esperando encostado na mesma árvore de antes, soube que tudo tinha dado errado assim que seus olhos encontraram Maria. Ela parecia estar segurando o choro e frustração tomava conta de seu rosto, misturada com uma tristeza que ele queria ter a capacidade de eliminar. Mas como não tinha nenhuma dessas habilidades, ele só a abraçou quando a garota chegou mais perto.

— Não deu certo, né?

— Eu ferrei com ele também, Gustavo. – Ela apertou mais o corpo do rapaz.

— Como assim?

— Ele fez muita coisa por minha causa, porque eu pedia, porque eu o usava! Eu achei que era um acordo mútuo, mas não. Pra ele era mais do que eu imaginava. – Malu puxou a respiração, tentando se controlar para não chorar mais. Ela estava cansada daquilo, de ficar naquela posição tão vulnerável desde que tinha começado a encarar as verdades sobre suas atitudes. – É culpa minha! Muita coisa do que ele é, é culpa minha!

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