Discurso do Método

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Maria Luísa Fernandes não era má pessoa

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Maria Luísa Fernandes não era má pessoa. Sim, ela fez muita coisa e ainda há de fazer coisas piores, mas tudo tem um motivo, um estopim. Já ouviu aquela historinha sobre um homem que nasceu bom, mas a sociedade o corrompeu? Foi mais ou menos isso que aconteceu. Malu nasceu boa, mas não boba, ela tem um lado travesso igual o que os Claves tem, só nunca tinha o usado até agora.

Mesmo o seu plano tendo dado o "resultado esperado", já que para todos os efeitos o Casal 20 ainda estava brigado, Malu estava com uma sensação incomoda sobre aquilo. Será que valeu a pena prejudicar o casal? Assistir o documentário sobre a fome no mundo estava realmente mexendo com o seu lado mais humanizado e a culpa começava a se formar em seu interior.

Todos os campistas estavam no grande auditório assistindo um longo documentário sobre a fome no mundo e o desperdício de comida. Após o término das aulas, eles lancharam ao ar livre e depois foram limpar o refeitório. Tia Cidinha esperava por todos, feito uma general. Ela dispôs os materiais de limpeza e ficou dando ordens o tempo todo. A funcionária só se deu por satisfeita quando tudo estava brilhando.

Depois de tudo limpinho, os monitores levaram seus campistas para o auditório, Tio Tony fez um longo discurso sobre tudo o que ocorreu mais cedo e depois colocou o documentário para passar. Giovana decidiu se sentar longe de todo o seu grupo, ela estava pensativa desde sua conversa esquisita com Dante. Como assim ele conhecia a Maria Luísa? E o pior como ele conhecia partes dela própria?

Guilherme notou que a garota estava estranha desde que voltou da conversa. Isso deixava o monitor preocupado. Ele sabia que Giovana não tinha um juízo muito grande e que na grande maioria das vezes ela era inconsequente. Ele tinha medo da menina acabar se tornando uma cliente de Dante e isso ele não podia deixar de modo algum.

O ex-melódico arquitetou um plano em sua cabeça. Bom, não exatamente um plano, já que não teve um real planejamento. Ele só sentia que tinha que abordar a menina naquele momento. Guilherme Reis olhou ao seu redor e ficou feliz em encontrar Giovana no fim do auditório separada de todos. Era agora ou nunca.

— Porque você tem tanto medo de voltar a cantar? – Ele perguntou, assim do nada, como se fosse tirar um Band-Aid. A garota em chamas levou um susto e o olhou horrorizada. O que ele estava fazendo?

— Porque está me perguntando isso? – Ela devolveu ríspida.

— Eu preciso saber, se vou te ajudar com isso.

— Não sei se você lembra, mas eu ganhei a nossa aposta. – Ela o informou de forma prepotente. – Será que da pra sair daqui?

— Não vou sair e vou te ajudar com isso independente de qualquer coisa.

— Boa sorte com isso, já que eu não preciso de qualquer ajuda! – Giovana respondeu nervosa.

— Você gosta de filosofia, não é? – Ele perguntou. Guilherme havia sentado em uma poltrona ao lado da garota.

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