trigésimo primeiro.

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não esqueçam do voto e do comentário :) mwah!

•••

O peito de Harry contraiu dolorosamente ao receber a notícia.

O garoto sequer desligou a ligação.

Sua mente permaneceu em branco durante muito tempo, tentava raciocinar e digerir as palavras que deixaram, dolorosamente, a boca de Hunter, em uma voz quebrada.

Quando menos percebeu, as lágrimas escorriam novamente por seu rosto. Cada uma delas doía. Cada uma delas o machucava ao escapar das bordas de seus olhos. Cada uma das lágrimas ardia como se estivessem atingindo os olhos de Harry com alguma substância química.

Ele estava desacreditado. Não conseguia entender. Não conseguia aceitar que aquilo era verdade.

Não podia ser real. Eles estavam juntos há menos de dois dias... Harry estava angustiado.

A sensação de saber que Louis estava acidentado o deixava em pânico. Literalmente pânico. Harry sentia que poderia morrer apenas de pensar na possibilidade de perder Louis.

Ele não podia ir.

Louis não podia partir.

Harry não aguentaria perder mais uma pessoa.

Ouvir aquilo foi como ter alguém o sufocando.

Foi como ter alguém talhando seu peito com as próprias mãos, sem qualquer piedade, na intenção de tomar-lhe o coração, amassando-o, tentando fazer com que ele rasgasse e murchasse, tentando fazer com que todo o sangue esvaísse de seu coração para, então, puxá-lo para fora de seu corpo.

Harry sentiu-se dentro de um labirinto sem saída. Sentiu-se perdido em um caminho trincado e desconhecido. Sentiu-se em desespero por saber que não tinha a menor ideia de qual era seu caminho de volta para casa.

Harry sentiu como se estivesse segurando um punhado de areia em suas mãos abertas, sentiu os grãos esvaindo entre as aberturas de seus dedos. Ele tentou, e ainda tentava, manter todos os grãos seguros nas palmas de suas mãos, mas não conseguiu. Ele nunca conseguia manter nada. Nunca conseguiu.

Suas mãos tremiam de maneira extremamente descontrolada, mal conseguia segurar seu celular. Suas pernas bambeavam tanto, e ele sequer conseguiu sustentar o peso de seu corpo, tendo seus joelhos batendo contra o carpete – sobre o solo.

Harry abraçou seu corpo de maneira tão forte que, certamente, poderia fundir todos os seus membros apenas com aquele ato.

Estava paralisado. Propriamente horrorizado. Sua cabeça criava imagens e cenários inimagináveis.

Sua mente o forçava a relembrar, impiedosamente, do próprio trauma, fazendo com que sua cabeça doesse e latejasse, era insuportável, ele mal conseguia respirar. Styles suava frio. Sua dor interna conseguia ultrapassar sua dor física. Doía tanto que ele nunca conseguiria colocar em palavras.

Sua mente estava presa no dia de seu acidente. Presa nos barulhos altos e nas sirenes ensurdecedoras. Presa no cortes dolorosos feitos em sua pele pelos vidros do carro. Presa nas poças de sangue e nos gritos desesperados de Cillian, que pensava que perderia mais um de seu amor.

Pensar na possibilidade de perder Louis fazia com que Harry quisesse abrir todas as suas cicatrizes com as próprias canetas, o pensamento era agonizante, mas ele não suportaria. Não suportaria perder mais alguém. Ele não aguentaria.

Harry tapou seus ouvidos de jeito forte, pressionando seus indicadores contra os tragos de suas orelhas. Ele não conseguia escutar seus próprios gritos pois estava, imensamente, submerso nas memórias do dia de seu acidente.

When you met me in detention.Where stories live. Discover now