décimo terceiro.

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Louis estava confuso.

Sobre absolutamente tudo.

Durante a última semana as coisas não têm sido fáceis para si, ele se sentia extremamente sobrecarregado – e não era para menor –, porque não havia mais tempo para seu próprio "eu" em sua própria vida. Louis não tinha mais tempo para cuidar de sua própria alimentação ou tempo para seu lazer.

O problema de Louis é pensar demais nas outras pessoas, sem ao menos perceber que acabada pegando os problemas delas e os tornando problemas seus também. Louis sempre teve empatia, mas também sempre foi muito além do sentimento. Imensamente além.

Querendo ou não aquilo é péssimo, porque além de não ter mentalidade o suficiente para resolver – ou tentar – seus próprios problemas, Tomlinson ainda queria ajudar outras pessoas organizarem suas próprias bagunças.

Seu pai vêm passando noites seguidas em bares, o telefone fixo toca todas as noites, a atendente sempre está dizendo que Dave está passando mal e precisa de ajuda, ou que alguém vá buscá-lo. Louis sempre gasta o dinheiro que economiza desde os catorze anos com carros de aplicativo para buscar seu pai em um bar próximo.

Ele está cansado.

Tudo em si doía, até mesmo seus fios de cabelo, se é que aquilo era possível. Ele não queria se levantar, não queria abrir as cortinas de seu quarto e muito menos sair para fora do cômodo. Louis queria permanecer ali, junto a sua bagunça, ao mesmo tempo que queria permanecer ali apenas para ignorá-la e, porra, aquilo não era possível. Tomlinson não conseguia ignorar aquilo tudo completamente, era difícil 'pra caralho, era complicado, ele sentia como se sua cabeça fosse explodir a qualquer momento e ele mal sentiria aquilo.

Louis não queria ter de viver aquele dia. Não queria ter de chegar na escola e encontrar Harry triste, não queria se esforçar para animá-lo, ele só... Não queria sair da sua zona de conforto.

Mas mesmo sentindo um angustiante sentimento parasitar em seu peito, ele se levantou. Ele preparou o café da manhã para seu pai, fazendo uma salada de frutas geladas com cuidado, correndo as frutas em cubinhos e salpicando um pouco de açúcar, antes de montar pequenos sanduíches com patê de presunto.

Embora Louis estivesse com uma imensa vontade de chorar a todo instante, o rapaz subiu os curtos degraus, segurando gemidos cansados e de dor, para deixar a bandeja do café sobre a mesinha de cabeceira de seu pai, o mesmo móvel que estava totalmente bagunçado, repleto de embalagens de comprimidos para dor de cabeça e antidepressivos.

Louis se despediu de seu pai com um beijo rápido e silencioso em sua testa enrugada. Dizendo que voltaria logo para o jantar.

Tomlinson foi para a escola sentindo-se um merda total, ele não iria, realmente não, mas a energia de sua casa pesava e, ele se sente um idiota por pensar isso, mas estar longe de seu pai – às vezes – é o melhor que ele faz.

Seus passos eram arrastados enquanto ele caminhava para dentro da instituição. Ele não fazia a menor ideia de como estava sua aparência e, não fazia questão de saber. Louis se sentia alheio à tudo, à qualquer coisa. Nada parecia ser original, nem ao menos real. Seus pensamentos oscilavam entre "caralho, eu preciso dormir" e entre "eu preciso ir embora", não eram muito distintos, mas era o que era. As vozes ao seu redor estavam distorcidas em sua mente, era embaraçoso, ele se sentia desesperado.

Harry estava em frente ao seu armário, como sempre faz, haviam fones de ouvidos pendurados em volta de seu pescoço, enganchados na gola amarrotada de sua camisa polo do uniforme, enquanto um lampejo de preocupação atingiu sua feição ao perceber o estado em que Louis se encontrava.

When you met me in detention.Where stories live. Discover now