décimo quarto.

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Harry passou aquela noite toda virando de um lado para o outro, enquanto sua mente não conseguia parar de processar a informação de estar indo à uma festa junto de Louis. Depois de muito tempo sem sair de casa para se divertir em lugares com mais de dez pessoas, o pensamento de estar em uma festa lotada de pessoas que te conhecem por conta de sua péssima reputação na escola e por todas as brigas desnecessárias que você arranjou ao longo dos anos, não é um dos pensamentos mais reconfortantes, porém Styles não acha que será algo péssimo ou ruim, ele estará com Tomlinson e, o pensamento o conforta.

Por mais que ele nunca admita em voz alta, estar com Louis é bom, bom porque o rapaz lhe passa segurança, e porque, às vezes, Harry o acha protetor.

Harry escondeu seu rosto sob os cobertores ao pensar que Louis realmente era um amigo que ele poderia confiar alguns momentos de sua vida. O cacheado abraçou um de seus quatro travesseiros, apertando seu rosto contra a maciez e retirando seu rosto debaixo dos cobertores, percebendo a luz do sol ultrapassar sua grande janela de vidro e iluminar praticamente todo o seu quarto.

Seus olhos foram fechados com força, enquanto um sorriso involuntário se instalava em seus lábios ao que ele observou seu desenho, pousado cuidadosamente em cima de sua mesinha de cabeceira.

Ele dormiu um total de trinta e dois minutos.

— Um milagre você não acordar atrasado. - Cillian fitou o filho quando percebeu os passos arrastados do mesmo ao descer os degraus da casa.

Harry já vestia seu uniforme, tendo seus cachos úmidos e incrivelmente cheirosos. Com certeza seu rosto estava inchado, deixando suas bochechas gordinhas e coradas. Ele sempre acordava assim. Arabella adorava apertar as bochechas suaves e aquecidas do filho e chamá-lo de "meu pequeno esquilo".

— Eu sequer dormi. - Abriu a porta da geladeira, retirando a jarra de suco e servindo seu copo, antes de perceber o bufar de seu pai e o encarar furioso do homem.

— O que foi? Estou sendo sincero, você mesmo diz que não gosta de mentiras.

— Deveria ter escutado Scott e te mandado para um internato assim que se recuperou.

— Ainda tenho metade de um ano letivo, papai, dá tempo. - Ele debocha, cortando um pedaço de bolo e o pousando em seu prato de porcelana branca.

Comer na mesa do café da manhã com aquele clima pesado não era uma das melhores sensações existentes, porém acontece que Harry simplesmente não aguentava mais sair de sua casa – depois de uma discussão – varado de fome, demonstrando aquilo para Tomlinson e fazendo gastar dinheiro consigo, lhe pagando lanches e bebidas.

– Metade de um ano letivo não vai fazer com que você crie vergonha na cara ou seja uma pessoa disciplinada. - Harry queria socar o mármore branco da mesa.

— Será que eu posso tomar o meu café da manhã? Assim eu termino rápido aqui e saio de casa o mais depressa possível.

Cillian bateu a chaleira na pia, retirando seu avental e deixando o fogo ligado, antes de parar ao lado do filho, ainda sentado na mesa.

— Me diga, Edward, o que a Arabella fazia pra você respeitá-la? O mais novo engoliu seu bolo de cenoura, o sentindo ficar preso em sua garganta e seu sangue ferver, assim como seus olhos arderem.

— Porra, eu só queria tomar café. Só isso. - Ele se levanta, completamente frustrado, ainda percebendo seu pai parado ao lado da mesa, com seus braços cruzados e seu cenho arqueado.

Harry respeitava Arabella porque ela o respeitava, porque ela gostava de si, mesmo que seu filho fosse fechado o suficiente para sequer contar como foi seu dia na escola, porque ela – visivelmente – o amava.

When you met me in detention.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora