Capítulo 45 :

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Fingi estar bem com a situação e que não estava interessada em compromisso sério.

Vergonhoso, mas quem nunca fez isso?

Simplesmente me negava a tirar o meu time de campo, e como ele também parecia ter dificuldades em me dizer não, eu aproveitava.

Contudo, eu ficava esperando o momento em que me daria um fora com todas as letras, mas nunca acontecia, até aquela noite.

Naquela maldita noite, tudo mudou. A minha ruína era tão certa como a lua cheia que brilhava lá fora.

Quando terminei de me arrumar para o nosso encontro — que, mais uma vez, aconteceria por insistência minha —, comecei a ligar para ele.

Queria lhe avisar que já estava pronta.

Como não me atendeu, resolvi trocar mais uma vez de roupa, indecisa sobre o que vestir para impressioná-lo.

Acabei trocando diversas vezes de roupa e, quando finalmente fiquei pronta, sentei no sofá, com o celular nas mãos, e esperei.

Ele não apareceu. Simples assim.

Esperei quinze, vinte minutos, meia hora, até que desisti de esperar e voltei a ligar.

O Arthur não atendia, o celular tocava até cair na caixa postal. Deixei uma mensagem de voz e continuei esperando. Duas horas depois, eu já estava desesperada.

Pensei seriamente em procurar os pais dele para descobrir se algo havia acontecido, mas possivelmente os preocuparia, por isso desisti.

Cogitei até em ligar para o Ronan, mas, no momento que imaginei Pocah me dando sermões, abandonei a ideia. Não lhe daria esse gostinho.

O gosto amargo da decepção pairava na minha boca. Já tinha ligado milhões de vezes, estava preocupada e desconfiada. Seu sumiço deve ter uma explicação, esforçava-me para acreditar nisso, repetindo como um mantra.

Quando os primeiros raios do sol penetraram a janela do meu quarto, levantei-me e fui direto para o banheiro.

Lavei o rosto, escovei os dentes e parti em direção a casa dele. Foda-se a tal da dignidade.

Meus dedos tremeram ao tocar a campainha. Meu coração batia tão descompassado, que parecia que pularia da minha boca a qualquer momento.

Ouvi um barulho vindo do lado de dentro e suspirei aliviada, mas o alívio morreu no momento em que Arthur abriu a porta.

Ele atendeu, usando apenas uma cueca boxer preta, que eu amava. Seus olhos pairaram sobre os meus e tudo o que pude ver neles foi um vazio.

Nenhuma emoção, vergonha, culpa ou constrangimento. Apenas indiferença. Suspirei atordoada e desviei o olhar.

Foi quando a vi, parada no meio da sala, só de calcinha, segurando um pedaço de pano que deduzi ser um vestido.

A mulher sorriu com deboche para mim. Quando os meus olhos voltaram para ele, já marejados de lágrimas, eu corri.

Como uma covarde, desci a escada rapidamente, sem aos menos ouvir o som do meu nome. Ele sequer tentou se explicar. O único barulho ouvido era o dos meus saltos.

Para completar a minha humilhação, ainda caí no último degrau aos pés de um senhor com um cachorro.

Ele tentou me ajudar, perguntou se eu estava bem, mas o ignorei. Fugi dele como fugi da cena que tinha presenciado. Enquanto ele gritava, Carla Diaz. Espero que ninguém tenha filmado isso.

Meu Deus! Os dois deviam ter passado a noite inteira transando pela cara de satisfação da maldita. Por isso o filho da mãe não atendeu às ligações, muito menos retornou.

Estava ocupado com ela e provavelmente continuaria.

Imagens dos dois nus na cama assombravam até a minha alma.

Entrei no meu carro e encostei a cabeça no banco. Chorei tanto, tão desesperada, mas parecia que nunca seria o bastante.

Eu poderia chorar um mar inteiro, que não seria o suficiente.

Dei partida e saí dirigindo como uma louca.

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O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora